Capítulo 28

15 1 3
                                    

As pessoas costumam julgar sem saber, eu estava fazendo isso com ele, achando que ele era o maior mentiroso e manipulador de todos, sendo que ele era a vítima. Mas como vou saber quem faz parte dos joguinhos do diretor Carlos? O mais estranho é que eles poderiam me pedir um favor, colher informações com um interrogatório na sessão Grey, assim como da última vez, ou então conversar comigo. Eu entendo que precisamos tomar cuidado com as pessoas à nossa volta, e eles tomaram cuidado, me vigiando para saber se eu era de confiança ou se trabalhava junto com a máfia para ser uma espiã traidora. Já não bastava tudo que eu passei com eles, agora vão desconfiar das minhas dores? Das minhas lágrimas e cicatrizes? O vídeo não é prova o suficiente que eu fui vítima nas mãos do Mark e seus capangas? Não fica fácil de defender o Diretor e sua manipulação idiota, ele pode ser superior, mas não é dono do mundo, não tem direito de fazer chantagem com as pessoas para conseguir o que quer. O que será que ele ofereceu para as pessoas arrancaram informações de mim? Como fizeram isso e quem é seu cúmplice? Nesse caso pode ser um homem ou mulher.

Lembro-me exatamente da primeira vez que fiquei cara a cara com ele, disse que tinha uma pessoa no meio do meu grupo de amigos que colhe informações importantes para ele, mas não tinha parado pra pensar que essa situação era tão séria, agora tudo isso virou uma bola de neve que corre atrás de mim, prestes a me pegar e me consumir por inteira. Nunca gostei dessa invasão de privacidade, minha vida é tão importante quanto qualquer outra aqui nesse instituto, não parece correto toda essa forma de conseguir informações e pistas sobre essa máfia idiota.

- É melhor você deitar na cama, amanhã você vai acordar com o corpo dolorido, já basta a ressaca que vai ter. - Comentei empurrando-o pelo ombro, seus olhos abriram lentamente, o sono estava começando a inebriá-lo, eu podia ver que ele estava com uma névoa em frente aos olhos, um sono incontrolável. - Vem, vou te ajudar. - Levantei-me preparando as mãos para que ele pudesse se apoiar em mim, seu corpo parecia uma parede larga, ele era musculoso e alto, dificultando todo esse processo de levá-lo para cama. Devagar ele se levantou, segurando em minhas mãos, mas parecia mais sóbrio, apenas o sono que o impedia de agir com clareza, estando de pé, ele se jogou de costas na cama atrás dele, corrigindo o corpo para poder deitar a cabeça no travesseiro, deixando um espaço suficiente para que eu pudesse deitar ao lado dele, mas eu não podia, tinha que voltar para meu quarto e tirar essa roupa.

- Não vai... - Thomas segurou meu pulso, impedindo que eu desse um passo para trás e saísse de seu quarto. - Fica comigo, pelo menos até eu dormir? - Fica difícil de negar, seus olhos carinhosos me olhava como um cachorrinho pedindo por mais um petisco e um carinho na nuca, meu sorriso foi surgindo lentamente em meu rosto, fazendo-o sorrir também, comemorando silenciosamente sua vitória.

- Mas só até você dormir. - Thomas soltou meu pulso e se ajeitou na cama, ficando de lado para poder me olhar enquanto eu tirava meu salto e deixava ao lado da cama. Subi na cama de joelhos e me estiquei no colchão, ficando de lado também, encarando seu rosto cheio de hematomas roxo, marcas vermelhas de sono e lágrimas nos olhos. Seus olhos seguiam meu corpo, coberto apenas pelo vestido de veludo rodado, era quente, mas não o suficiente para eu suar. Thomas depositou sua mão sobre a minha, me dando um choque de confusão que pareceu quebrar todas as barreiras em minha mente, que impedia que seu toque me desse aquela sensação de vazio que só ele poderia preencher. - O que está fazendo?

- Você está apaixonada por Rafael? - Nossa. Que pergunta direta, não consegui controlar minha expressão que se diluiu em uma careta, como vou saber que estou apaixonada? Eu nunca amei ninguém antes, não sei como saber que meu coração é de alguém.

- Ah. Não sei, nunca parei para pensar nisso antes, é uma pergunta bem difícil. - Seus olhos brilharam por um segundo, mas continuaram no mesmo tamanho, nem arregalando ou estreitando. - Por que pergunta isso?

A Vingança De Alessandra Bianchi | AVAB | 1º Livro REVISANDOOnde histórias criam vida. Descubra agora