Uma barulho agudo, parecido com um apito entrou em minha cabeça, apertei os olhos com força, minha cabeça estava pesada, como se eu estivesse afundando em um penhasco pelo peso do crânio, abri os olhos lentamente piscando várias vezes, minha visão estava borrada, como se tivesse uma camada de nuvem em minha íris, percebi uma movimentação perto de mim, mas não consegui acompanhar com o olhar, eu não sei o que estava acontecendo, o meu quarto estava claro demais, eu ouvia uns apitos, eram familiares, igual aquele aparelho que certifica os batimentos cardíacos.
- Alessandra? Você está bem? - Uma voz familiar soou ao meu lado, Inclinei meu rosto lentamente, mas ao virar na direção de onde aquela voz veio, um objeto me impediu de virar mais um pouco, apertei os olhos com mais força, reabri os olhos, a visão já estava melhor, era Doutor Garcia, que me olhava preocupado.
- O que aconteceu? - Minha voz estava abafada, rouca como se tivesse arranhado minha garganta. - Onde eu estou?
- Você está internada na Sessão White, não lembra o que aconteceu? - Rafael segurou minha mão, fazendo um carinho em minha pele. Forcei a me lembrar, senti um solavanco no corpo, como um espasmo, parecia que passou uma cena da Nadine me dando um chute na costela que por fim me fez desmaiar, arregalei os olhos ao lembrar o que aconteceu, tentei me levantar de impulso, querendo me sentar, mas Rafael me impediu, levando sua mão até meus ombros, empurrando-me de volta a deitar.
- Você está usando um tubo para respirar, não pode se mexer. - Olhei para o "cabide" que segurava o soro e alguns fios que levava ao meu rosto, uma máscara de silicone me ajudava a respirar, por isso minha voz estava abafada. - Você está sentindo dor?
- Minha cabeça está pesada... - Levantei minha mão, levando até o rosto passando sobre a testa, senti um tecido grosso em minha pele, provavelmente era um curativo. - Ela é sempre assim?
- Não... - Rafael respirou fundo, ele me olhava com cuidado, analisando meus detalhes, queria ter certeza que eu estava bem, custei a imaginar o motivo de eu estar usando máscara de respiração, acabei criando uma paranoia de que furei o pulmão, ou quebrei algum osso, eu me sentia frágil como uma bíblia, como se a qualquer momento eu fosse virar um pó.
- O que está me escondendo? Rafael? Eu não gosto de mentiras, tá bom? - Rafael mordeu o lábio, mas acabou se rendendo a dizer a verdade do que estava acontecendo.
- No dia que ela te bateu, fazia um ano que a namorada da minha irmã morreu em um resgate, isso a fez ficar ainda mais mal humorada.
- Espera, namorada? Então ela é....
- Lésbica. - Eu mal conseguia entender o que ele dizia, estava muito impactada com essa notícia.
- Como aconteceu?
- Estávamos indo em uma missão, quer dizer, ela, o Thomas e outros voluntários, enquanto eu analisava às câmeras de segurança da cidade, foi aí que eu a vi, estava sendo atacada por dois caras de no máximo vinte e oito anos, mais ou menos, eu pedi para que o grupo retornasse algumas ruas antes, eles estavam à procura de um grupo que fizeram mal à outras pessoas, mas acabaram perdendo de vista, porém quando chegaram no local onde a namorada da Nadine estava, ela já estava morta, ela foi esfaqueada no pescoço. - Engoli em seco, aquela notícia foi um impacto para mim, eu não podia nem imaginar que algo assim tinha acontecido com Nadine. - Eu iria pedir para você não a culpar, mas o que ela te fez não dá motivo, você quase fraturou a costela, se você ficasse pior, eu.... Não sei o que eu faria.
- Caramba, sinto muito por ela, ela não tem culpa disso ter acontecido, mal consigo imaginar a dor que ela deve estar sentindo... Mas você está certo, eu sofri muito nas mãos dela e eu nem tenho culpa de nada, ela descontou o luto em cima de alguém.
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A Vingança De Alessandra Bianchi | AVAB | 1º Livro REVISANDO
RandomAlessandra foi sequestrada e abusada por exatos dez meses, que mais parecia anos lentos e torturantes para ela, mas pela sorte do acaso, conseguiu fugir das garras de Mark, o líder do tráfico de garotas. Porém, pensando que iria alcançar a liberdad...