Capítulo 65

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Segunda feira de manhã. O pior dia da semana, perdendo apenas pro domingo, começa novamente. No banco de trás do carro de Dylan, eu tento conter o riso enquanto ele e Riley comentam, animadamente, sobre o presentinho de Luke. Pra que eu fui contar pra eles mesmo?

- Mas conta pra gente, Megan... Era potente? - Riley se vira para me olhar do banco da frente, me fazendo rir de sua pergunta.

- Era grande? - Dylan contribui para que minhas bochechas tomem um tom bastante avermelhado.

- Primeiro, era. Segundo, já dei detalhes até demais pra vocês. - Entramos no estacionamento e fico feliz por termos mudado o rumo da conversa, indo de brinquedos eróticos até a premiação do final de semana, que Riley assistiu junto com seu pai. Ela parece ter uma boa relação com ele, e isso me tranquiliza.

Desço do carro, jogando minha mochila nas costas e batendo a porta. O sol se faz presente, mas não de uma forma ruim, assim, aquecendo minha pele e me fazendo cerrar os olhos apenas para me adaptar à luz. Parece que algo mudou desde o meu aniversário, e isso é bom. Sempre tive medo de mudanças, mas acho que estou aprendendo a gostar delas.

Pessoas transitam de um lado para o outro no estacionamento, indo em direção a entrada, que se torna cada vez mais cheia por conta do horário. No meio de tantos olhares e uniformes, encontro o dele. Aqueles olhos que mesclam perfeitamente o verde e o castanho. Os olhos que conseguem me fazer perder o fôlego e qualquer juízo que eu tente ter quando ele está perto.

Seu olhar finalmente encontra o meu, e é como se houvesse uma combustão instantânea. Como se conseguíssemos nos comunicar por telepatia, ou qualquer coisa do tipo. Seus olhos me queimam de uma forma tão intensa, que eu juro parecerem sorrir pra mim.

Não sei como vim parar aqui, mas meus pés me levam até ele em uma fração de segundos, e ele está tão perto, mas tão longe, que eu poderia odiar com toda a minha força os metros que nos separam, se eu não tivesse os atravessado com tanta rapidez.

- Oi pra você também - Luke diz, sorrindo, com meu rosto enterrado em seu pescoço, enquanto passa seus longos braços ao redor da minha cintura, me trazendo mais para si.

- Oi - Eu digo, inspirando um leve cheiro de café que sinto em sua camisa, antes de me afastar um pouco e beijá-lo, calmamente.

- Isso tudo é saudades de mim? - Ele sorri, enquanto me encara.

- Claro que não - Me desvencilho dele, ajeitando a mochila nas costas.

- Sei - Ele me vira de costas, me puxando pra si, enquanto se encosta em seu carro. - Gostou do meu presente? - Ele pergunta, colocando meus cabelos para trás do ombro.

- A gente já falou sobre isso - Sinto minha pele arder ao lembrar da ligação que Luke e eu tivemos ontem, onde o mesmo pediu pra saber cada detalhe da minha experiência. Surpreendentemente, eu não me senti tímida ao lhe contar. Mas agora, aqui com ele...

- Fala pra mim de novo como foi, vai - Luke sussurra em meu ouvido, enquanto vejo que além de nós, só restam mais algumas poucas pessoas no estacionamento.

- Por que você quer tanto saber? - Eu me viro, o encarando.

- Porque assim, quando eu for imaginar, vou ter uma imagem mais fiel da realidade - Seu olhar alterna entre minha boca e meus olhos, me analisando. Eu o encaro por mais alguns segundos, enquanto sinto um leve calor familiar passar por mim.

- Talvez... - Eu me aproximo de seu ouvido. - Você não precise usar mais a imaginação - Eu digo, vendo Luke arregalar os olhos. Dou um selinho em sua boca e saio correndo em direção a entrada da escola, sem ter coragem de saber sua resposta.

Eu odeio não te odiar Onde histórias criam vida. Descubra agora