Capítulo 1

58K 2.6K 2.4K
                                    

Escuto o despertador tocar e já até consigo ouvir minha mãe se aproximando do meu quarto.

- Filha, está na hora de acordar – ela diz abrindo a porta

- Eu já tava acordada – eu digo me sentando na cama

Ontem eu tive um sonho tão estranho, eu e o Timothée Chalamet estávamos fugindo de zumbis, bom eu até gostaria que fosse verdade, quero dizer, sem os zumbis, é óbvio.

Eu me espreguiço e resolvo pegar meu celular, mas como sempre não têm mensagens de ninguém. Hoje é a excursão da escola, nós vamos para uma espécie de acampamento. Eu, na verdade, só tô indo porque meus pais vieram com esse papo de que eu sou muito antissocial, só porque eu fico no meu quarto o tempo todo e não tenho muitos amigos. É, parando para ver desse lado, realmente, mas eu estou bem assim, eu acho.

Tomo coragem de me levantar e abrir as cortinas. O sol invade meu quarto e eu me sinto como o próprio Edward Cullen. Vou até meu computador e dou play na minha playlist, eu não faço nada sem música. Enquanto toca What You Know – Two Door Cinema Club, eu tento achar algo para eu vestir. Toda vez eu abro esse armário com esperança de ter roupas incríveis, mas eu sempre sinto que não tenho nada pra vestir, isso me deixa puta. Eu acabo vestindo o de sempre, calça rasgada, tênis, blusa preta e jaqueta jeans.

Ontem eu lavei meu cabelo então não vou fazer nada além de jogar para o lado. Eu não curto muito usar maquiagem, só gosto de passar rímel, lápis de olho e um protetor labial com cor.

Como eu me conheço e sei que não daria certo deixar para a última hora, eu arrumei minha mala ontem, acho que estou levando tudo o que preciso. Mas vou conferir mesmo assim.

(x) roupas
(x) meias
(x) biquíni
(  ) protetor solar

Nossa, o protetor, se eu não esquecesse de alguma coisa não seria eu. Corro até o banheiro e pego o protetor solar para botar na mala. Olho para o relógio e vejo que ainda tenho tempo de sobra para o café. Desço com minhas coisas e minha mãe fica olhando para mim.

- Tão linda a minha menina – ela diz sorrindo e me admirando

- Obrigada, mãe – eu digo rindo

Ela preparou ovos mexidos e café para mim, ela diz que o café é a refeição mais importante do dia e que saco vazio não para em pé. Eu tomo meu café bem rápido para não ter chances de eu me atrasar. Meu pai insistiu em me levar para a escola, mas como eu estou na casa da minha mãe eu disse que não precisava.

Eu boto minhas coisas no carro, e fico feliz ao lembrar de que eu me preparei muito bem para o ônibus, comprei balas, trouxe o livro que o professor de literatura mandou a gente ler até o fim do semestre, meu carregador portátil pro caso da minha bateria acabar, fones de ouvido e água.

Ao entrar no carro, minha mãe liga o rádio, assim como eu, ela ama música. Hoje o dia está lindo, o céu está muito azul, e árvores balançam conforme o vento bate contra elas.

Como eu moro perto da escola, não demoro nem 20 minutos para chegar lá. Cantamos durante todo o trajeto. Chegando na escola eu vejo todos com seus grupinhos, conversando e rindo, mas não me incomodo com isso, não fico triste com o fato de ser sozinha, CARAMBA, eu acho que sou antissocial mesmo. Eu abraço minha mãe e abro a porta do carro, pegando minhas malas.

- Então é isso – eu digo

- Toma cuidado minha filha, não aceite nada de nenhum estranho, liga se precisar e não faça nada que eu não faria – minha mãe fala com preocupação

- Mãe, olha pra mim, sério, eu vou ficar bem – eu digo para acalma-la

Eu fecho a porta do carro e aceno pra ela enquanto a vejo ir embora. Olho para o ônibus. É... vamos lá. Eu coloco meus fones de ouvido e dou play na minha playlist, está tocando This is The Day – The The. Eu me aproximo do ônibus e espero na fila para entrar.

Eu odeio não te odiar Onde histórias criam vida. Descubra agora