Capítulo 73

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Essa é a segunda vez, desde a última semana, que me encontro na casa de Luke.

A gente não se viu muito esses dias já que eu estava ocupada demais na tentativa de não matar os meus pais, que decidiram me dar algumas aulas básicas de como dirigir, enquanto eu ainda procuro alguma auto escola perto de casa. Aliás, a última semana foi bem estranha. Riley e Dylan surtaram quando mostrei o anel a eles, já a minha mãe... Sei lá, eu conheço muito bem ela e sei que alguma coisa tá errada, mas com todas as aulas e trabalhos foi impossível tentar descobrir o que.

Senhor Griffin sorri quando me vê no corredor e não sei se tenho mais medo disso ou de pensar que no próximo semestre ele vai ocupar o lugar do nosso atual professor de geografia.

Desde domingo, não consigo deixar de pensar no que aquela mulher disse. Suas palavras ficaram ecoando na minha cabeça e já perdi o sono muitas vezes tentando pensar no que poderia mudar de uma hora pra outra na minha vida. Eu sei que disse que tava aprendendo a gostar de mudanças, mas tá tudo tão incrível agora que a última coisa que quero são elas.

- Quanto tempo eles vão ficar fora? - Pergunto tentando alcançar a fita adesiva.

- Não muito. Meu pai só vai nessas campanhas pra marcar presença. Eles devem voltar depois de amanhã, talvez. - Luke diz arrumando pilhas de copos vermelhos sobre a mesa.

- Ainda não consigo acreditar que foi seu pai quem deu a ideia de dar uma festa pra gente, do último ano.

- Ele faz de tudo por uma boa imagem. - Luke se joga no sofá, deixando a cabeça cair pra trás.

- Você sabe que provavelmente vão vir pessoas de outras escolas e que isso pode facilmente se transformar num caos, não é? - Eu termino de encher os balões, o encarando.

- Por isso eu vou trancar lá em cima pra ninguém subir.

- Eu tava dizendo mais no sentido de talvez a polícia aparecer, mas é, trancar os quartos também é uma boa. - Por mais que os vizinhos de Luke não morem exatamente ao lado de sua casa, ainda assim podem chamar a polícia por qualquer música alta, principalmente considerando as letras das músicas que Luke costuma ouvir.

- A gente merece uma folga antes da semana cultural sugar a nossa alma. Você acha que tá realmente bom? - Luke pergunta, olhando em volta e analisamos a sala à nossa frente, que sem os móveis que arrastamos para os cantos fica ainda maior.

- Pra uma decoração faltando... - Ligo a tela do meu celular - Exatamente uma hora pra festa... Eu diria que a gente arrasou.

O celular de Luke começa a tocar e no mesmo instante o som da campainha me assusta.

- Falando no diabo - Luke mostra a foto de seu pai no celular. - Você pode atender a porta?

- Claro, aproveita e vai trocar de roupa, acho que nós já terminamos por aqui - Me levanto, indo até a porta e ouvindo Luke subir as escadas.

- Entrega pros Evans - O entregador do mercado mais caro da cidade diz quando abro a porta.

- Obrigada - Agradeço pegando as sacolas que ele me dá e me pergunto se já foi pago. Aparentemente sim, constato quando o homem simplesmente vai embora.

Tiro as bebidas da sacola e reconheço algumas que Riley levou pro meu aniversário, deixando uma parte em cima da mesa e guardando o restante na geladeira.

Ouço meu celular tocar na sala e corro para atender, vendo o nome de Riley na tela.

- E aí, animada pra festa? - Ela pergunta animada e ouço uma música no fundo.

Eu odeio não te odiar Onde histórias criam vida. Descubra agora