Eu odeio não te odiar

Capitulo 34

Chegando na concessionária de automóveis usados, Nate e eu entramos no estacionamento onde estão os carros e logo somos atendidos por um moço magrelo com o uniforme azul da loja.

- Boa tarde, me chamo Bob. Como eu posso ajudá-los? - Ele pergunta educadamente.
 
- Estamos atrás de um carro - Nate diz.

- Estão procurando algum modelo específico? - Bob pergunta andando e nós o seguimos.

- Na verdade não. Acho que minha única preferência é por carros altos - Nate diz e Bob confirma com a cabeça em entendimento.

- Eu tenho um ótimo pra você - ele diz sorridente pedindo que nós o sigamos.
Bob para em frente a um carro com um tom estranho de verde.

- Não é uma beleza? - Bob diz dando dois tapinhas na traseira do carro.

Felizmente meu celular começa a tocar e me afasto, deixando Nate responder a pergunta de Bob.Olho para a tela do meu celular e vejo que é minha mãe no telefone.

- Oi, mãe – Eu digo quando atendo a ligação

- Oi, filha. Onde você tá? Eu pensei que você tinha ido pra casa dos seus amigos, mas eles não sabiam onde você estava - ela diz.

- Eu meio que... fiquei na detenção hoje - eu digo rápido pra que ela não entenda direto

- O que você fez? - ela pergunta soando mais fofoqueira do que preocupada.

- Quando eu chegar em casa eu te conto tudo. Agora eu tô escolhendo um carro com o Nate - eu digo e ouço ela suspirar surpresa.

- Nossa, vocês já estão nesse nível? - ela pergunta me provocando.

- Tchau mãe - eu digo e desligo ouvindo sua risada.

Volto para o lado de Nate, que ainda está parado em frente ao carro verde.

- O que você achou do carro? - Nate pergunta pra mim.

- É bonito, mas tem uma cor que me lembra vômito - eu digo e vejo Bob ficar sério.

- Vamos prosseguir - Bob diz e anda na nossa frente.

- Eu disse alguma coisa de errado? - eu pergunto andando ao lado de Nate.

- É que o Bob tava dizendo que me recomenda aquele carro por que ele tem um exatamente igual - Nate diz rindo eu me sinto constrangida olhando para Bob.

- Que droga, tá todo mundo me odiando hoje - eu digo bufando.

- Como assim? - Nate pergunta.

- Eu não te contei do que rolou hoje com o professor Griffin? - eu pergunto e Nate faz que não com a cabeça.

Ele passa o braço por cima meu ombro e vou contando sobre o meu dia enquanto seguimos Bob.

Depois de Nate avaliar vários carros e em todos eles pedir minha opinião, finalmente paramos em frente à um que realmente têm potencial. O carro é uma picape azul claro. Nate analisa o carro por alguns segundos antes de dizer pra Bob que volta ainda essa semana. Nos despedimos do atendente e entramos no carro de Nate.

- Você já quer que eu te leve pra casa? – Nate pergunta olhando pra mim

- Por quê? Têm ideia melhor? – eu olho pra ele com um sorrisinho

- Lembra quando a gente ia naquela sorveteria do shopping? – Ele pergunta

- Claro, eu amava misturar o sorvete de... – eu digo mas ele me interrompe

- Chiclete com o de tangerina – Ele diz e eu sorrio – Só você mesmo pra gostar disso – Ele diz.

Não sei por que, mas o fato dele lembrar de pequenos detalhes sobre mim me deixa muito feliz. Eu olho em seus olhos, e me aproximo, juntando nossos lábios com um beijo breve mas carinhoso.