- Olá Cassandra. - Ouvi Lux dizer com um tom de voz desconfortável.
- Curupira os recepcionou bem? - Ela perguntou.
- Ameaçou um dos nossos de virar comida do bicho Tutu. - Orfs respondeu sério. A mulher, Cassandra riu.
- Não leve tudo com seriedade, querido. Afinal, o Curupira é um grande brincalhão. - Cassandra falou. - Venham comigo, devem estar exaustos. - E então adentrou uma tenda.
- Não gostei dessa mulher, ela me provoca arrepios. - Jarod falou.
- Fiquem longe dela e não deixem ela por as palmas em vocês. - Lux falou para mim, Jarod, Zirconia e Ayleen. Então adentramos também.
A tenda de Cassadra era enorme, havia pinturas de mariposas e corujas nas paredes de tecido. Parecia maior por dentro do que por fora. A iluminação era feita por orbes laranjas, penduradas em cordas. Tinha runas por todos os lados. A sensação de estar lá dentro era como estar num covil de jacarés, provável que jamais saíria. Cassandra levantou a barra de seu vestido e se sentou sobre uma poltrona que mais lembrava um trono.
- Então, o que trás minhas crianças aqui? - Ela perguntou. Mesmo de bandagem nos olhos, ela provocava uma obscura sensação de estar observando.
- Viemos buscar respostas e pedir abrigo. Vagevuur não é mais um lugar seguro. Precisamos de auxílio. - Orfeus falou.
- Deixa eu ver se entendi... Vocês criaram um enorme problema e agora precisam de um lugar até a poeira abaixar, para que então possa resolve-lo? - Ela questionou.
- Você basicamente resumiu a omissão dos fatos. - Luxúria falou.
- Afinal, o que é você? - Zirconia perguntou. Orfeus lançou um olhar aterrorizado para Zirconia.
- Não me conhece criança? - Cassandra deu uma risadinha. - Eu sou tão conhecida... Sempre começa com uma sombra no quarto. Então, uma coruja na janela. Uma projeção de asas de mariposa nas paredes...
- Cuca. - Eu falei. Ela sorriu. - Minha mãe contava histórias sobre você. "Cuidado com a Cuca que ela te pega daqui, te pega de lá, te pega de cá".
- Fantástico! - Ela exclamou animada. - O filho do Chefe é mais inteligente que vocês.
Ela se levantou e caminhou entre nós. Quando ela estendeu as palmas, pude ver olhos tatuados em suas mãos. Ela começou a se aproximar de mim e então Lux me afastou.
- Não. - Ela disse a mulher de forma ríspida.
- Oh... O que foi pecadinho? Está com medo dos podres do seu amado?
- Nós duas sabemos bem que você só quer algo que possa usar. - Lux respondeu. Cassandra recolheu suas mãos e esfregou seus dedos uns nos outros. Sua expressão mudou.
- Tudo bem... Eu irei resguarda-los...
- Sei que não vai fazer isso de graça. - Lux a confrontou.
- Ah, que é isso. - Ela apoiou sua mão sobre uma mesa. - Estamos todos em família... não estamos?
- Direto a ponto Cassandra.
- Chegou aos meus ouvidos, que os espíritos ancestrais estão zangados. Não estão nada satisfeitos de como o vosso santuário está sendo ameaçado. Os espíritos estão exaustos de ver seu povo sendo oprimido e se escondendo com medo de uma corja que não possui força alguma para os impedir.
- São pessoas querendo paz. - Orfeus falou.
- São pessoas fracas! - Cassandra respondeu irritada, batendo as palmas na mesa. - Onde está o orgulho pagão?!
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VAGEVUUR
Fantasy"Ela me transmitia uma sensação estranha, de sabedoria e amargura. Era fatal, quase não precisava falar, seu olhar transparecia. Tinha olhos hipnóticos, ligeiramente diabólicos. E eu via que ela não esperava nada de nada e nem de ninguém. Era absolu...