"Essa é uma história sobre uma princesa, sobre uma escrava e sobre um monstro, que mudou tudo. Mas principalmente, era uma história sobre amor".
A realidade assumiu a visão de um lindo jardim. A jovem Luxúria Vest se acordava lentamente num vestido branco, flores na cabeça e com um leve sorriso no rosto. De trás de uma árvore, surgiu um rapaz. Eu o reconheci: era Tadeu. Ele se aproximou da mesma.
- Lux, meu bem, sou eu. Não você não está sonhando, consegui acesso através de um espelho d'água vir ao seu encontro. Aguente mais um pouquinho, eu irei te salvar deste pesadelo que se encontra quando acorda. Tenha esperança. Eu prometi cuidar de você, e eu vou manter a minha promessa. Sinto muito que tenha ido para este lugar por minha causa, nunca foi a minha intenção. A rainha está completamente louca.
"Eu me acordei com um sorriso no rosto naquele dia".
A cena mudou, estávamos na masmorra que eu já vira uma vez. Distúrbia olhou para aquilo franzindo a sobrancelha. Um barulho era ouvido incessantemente. Os guardas jogaram um velho com uma caneca de alumínio na masmorra da frente. Ele ficava batendo com aquilo nas grades. Um guarda se aproximou dele e eles pareciam sussurrar algo um para o outro. O rosto daquele guarda me era familiar, mas como poderia ser? O homem foi embora e ele voltou a bater com a caneca nas grades. Foi com essa algazarra que a visão se apagou.
"Eu esperei Tadeu por muito tempo... Centenas de anos. Mas ele nunca chegou. Me arrancaram as esperanças como se arrancam fios numa pinça. Lento e dolorosamente. Primeiro, me partiram o coração. Minha mãe confessara sentia ódio e nojo de mim, e que poderiam fazer o que quisessem comigo. Segundo, me partiram a mente. Eu ficava com fome e sem forças para suportar todo o abuso. Uma vez, me abusaram ali na cela mesmo. Na frente daquele velho estridente. Terceiro, me partiram a alma. E naquele momento, acreditei que amor não existisse. Minha mãe me dizia que eu era como uma constelação de estrelas. E agora, ela deixou que os homens realizassem seus desejos em mim".
A cena mudou e tudo começou a esfriar. Luxúria estava no chão da masmorra, agonizando enquanto o vapor saía da sua boca. Estava pálida e seus cabelos tinha fios criogenados. Ela se levantou trêmula, até um espelho que colocaram em sua cela. Ela começou a se forçar a sorrir diante dele. Ela abriu um sorriso para ele, mesmo com seus olhos baixos. A realidade começou a entrar em flashes, onde Luxúria sorria para o espelho e entre as luzes, ela se abraçava chorando. Luxúria repetia para si mesma "Você está bem".
"O amor é uma mentira. É uma armadilha que pessoas más utilizam contra pessoas boas, e usam para deixá-las idiotas, dependentes e fracas. Expulsei tudo aquilo da minha cabeça. Decidi que isso não iria mais tomar conta de mim ou de minhas vontades. Cuspi na cara da vida e decidi que não mais iria fazer parte dela. Com o resto das forças que me restavam, acertei o espelho e cacos foram para todos os lados. Apanhei um deles, enquanto meus pés descalços queimavam no chão gélido. Enfiei a ponta próximo ao meu ombro esquerdo e segui puxando até pulso. O sangue espirrou e foi para todos os lados. Eu despenquei no chão frio, minha visão estava embaçada. Até que eu pude ver a silhueta de um par de pernas se materializar e serem envolvidos por um tecido cinza. Elas se aproximaram de mim".
As bonecas se ajoelharam em frente a realidade e se puseram em posição de oração.
Every night before I close my eyes
I say a little prayer that you'll have mercy on me
Please dear God, to live inside the divine
Not like I want to die
Teach me to forgive myself, outlive this hellToda noite, antes de fechar meus olhos
Eu faço uma pequena oração, para que Você tenha piedade de mim
Por favor, querido Deus, pra viver no divino
Não que eu queira morrer
Ensine-me a perdoar a mim mesma, a sobreviver a esse inferno
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VAGEVUUR
Fantasy"Ela me transmitia uma sensação estranha, de sabedoria e amargura. Era fatal, quase não precisava falar, seu olhar transparecia. Tinha olhos hipnóticos, ligeiramente diabólicos. E eu via que ela não esperava nada de nada e nem de ninguém. Era absolu...