CAPÍTULO 20 - Lilium.

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- Me ajudem a descer o corpo. - Luxúria pediu. A expressão de dor dela era desoladora. Jarod e Orfeus estavam desarmando a corda quando um civil chegou.

- O padre disse para não deixar ninguém mexer no corpo. - Ele falou. Os olhos de Lux escureceram e então ela olhou para ele.

- Quer ficar no lugar dela? - O homem recuou após ouvi-la. O corpo de Tha Nana foi levemente colocado no chão. - Zirconia, tente encontrar a energia dela.

Zirconia se aproximou e se ajoelhou. Colocou sua mão sobre a idosa.

- Não posso ajudar Lux, eu sinto muito. Não há mais nenhuma energia vital. É como se a tivessem devorado alma.

Luxúria mudou a expressão, foi de dor e sofrimento para apreensão. Ela olhou para Orfs.

- Parece que vamos a missa esta noite, o coral deve precisar de novos cantores de apoio.

- O que você tá aprontando? - Jarod perguntou. Luxúria olhou para o céu e então olhou para ele.

- Não estou aprontando nada, nada que já não esteja feito e decidido.

- Acha que vai conseguir entrar na igreja? - Perguntei.

- Os demônios já estão lá. É uma capela feita de pedra, sangue e vitrais. Claro que podemos entrar.

Me silenciei.

- E o que faremos? - Distúrbia perguntou.

- Vocês irão para casa. Só quem irá serei eu, Orfs e Gaspar.

- Nada disso. - Jarod falou.

- Queremos ajudar. - Falou Blue.

- Eu não estou pedindo. - Luxúria falou. Distúrbia abriu a boca, mas fechou quando Orfs ergueu a mão em sinal de pare.

- Façam o que ela disse. - Disse Orfeus. - Vocês precisam proteger a Bloody Mary.

Distúrbia assentiu e puxou Blue junto de Jarod. Jarod olhou para trás por um momento, então se içou a correr com os outros. Ayleen e Zirconia acompanharam.

- Você tem certeza que quer fazer isso? - Perguntei.

- Não se trata de fazer isso, mas fazer algo. E eu estou cansada de ver pessoas inocentes sendo machucadas por minha causa. Não precisa vir conosco se não quiser, mas não tente me impedir.

- E eu estou cansado de ver você tentando me afastar, a porra do mundo não se trata só de você!

- Você não entende...

- Para de falar como se só você soubesse o que é sofrimento! Eu também perdi muita coisa! Mas a droga do seu ego, só te faz enxergar o que você quer ver! Você tem um passado hiper traumático, uau, eu já entendi e eu sinto muito! Sinto muito também por não ter podido fazer alguma coisa! Mas agora eu posso e eu quero fazer alguma coisa! E dessa vez, não é por sua causa. Dessa vez é por todas essas pessoas que eu aprendi a amar, as pessoas que estão sendo tomadas de mim muito depressa. É pelo mundo defeituoso que minha mãe narrava como belo. Então, se quiser se livrar de mim, só há duas maneiras: me matando, ou você mesma indo para casa.

Luxúria ergueu a mão esquerda e me apontou o indicador com o polegar para cima, parecia o formato de uma arma. Orfeus correu para minha frente e se colocou entre nós dois.

- Luxúria! Abaixa essa mão agora! - Ele exclamou para ela. Ela sorria, mas lágrimas de dor escorriam por toda sua face.

- Sai da minha frente, Orfs.

- Luxúria, pensa direito, não vai fazer algo que se arrependa. - Ele tentou falar calmo. Um lampejo surgiu na ponta do indicador, um lampejo escarlate. Só tive tempo de empurrar Orfeus para o chão com meu peso. O lampejo passou direto e derrubou uma árvore ao longe, percebi pelo o estrondo. Rolei meu corpo para frente e prendi uma das pernas de Lux com as minhas pernas, girei o corpo e a derrubei no chão. Ela estava se preparando para mais um ataque. Rapidamente, cruzei seus braços sobre seu peito e me pus em cima para que ela não pudesse se mover. Ela gritou e esperneou.

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