Capítulo 9: Xadrez

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Por que está gritando? Ainda nem cortei você - A Hora do Pesadelo

...

Natasha olhou ao redor. Uma garota adolescente estava sentada no chão ninando uma boneca, disseram que ela perdeu o bebê e teve um colapso. Um garoto batia a cabeça num travesseiro repetidamente. Outro babava olhando a janela.

Nenhuma das pessoas ali tinha a menor condição de jogar xadrez com ela. A ruiva analisou as peças a sua frente, bufando.

  - Precisa de um oponente? - ela ouviu uma voz masculina e se surpreendeu com quem estava de frente para ela.

  - Doutor Steve. - ela deu um sorriso fraco. Ele se sentou de frente para ela, olhando seus olhos desanimados. Ela parecia levemente dopada.

  - Você está bem? - ele perguntou. Não era como as outras pessoas. Ele realmente se importava.

Natasha apenas deu de ombros.

  - Te procurei antes de ontem e disseram que saiu do isolamento.

  - É. - ela suspirou.

Steve mexeu um peão, movendo-o as duas casas iniciais e ela olhou para ele. Pensou por alguns segundos antes de mover outro também. Ele sabia que ela se chama Natasha Alianovna Romanoff. Sabia que ela tinha dezessete anos e vinha de uma pequena cidade da Geórgia. Sabia que foi diagnosticada aos cinco anos com esquizofrenia. 

E sabia que agora tinha uma protegida. Ninguém naquele lugar maltrataria Natasha Romanoff enquanto ele estivesse ali.

  - Por que está sendo legal comigo? - ela perguntou, e Steve parou no meio da jogada.

Ele pensou por alguns segundos, colocando o cavalo no tabuleiro.

  - Qualquer um faria isso. - ele respondeu, e Natasha arqueou uma sobrancelha.

  - Não faria não.

Ele abriu um sorriso, cruzando os braços.

  - Você é esperta até demais. 

Ela deu de ombros, olhando-o como um desafio, e Steve suspirou.

  - Nunca olhe ninguém de cima para baixo, a não ser que seja para ajuda-la a se levantar.

  - Quem disse isso, Jesus? - ela arqueou uma sobrancelha e ele riu.

  - Minha mãe. 

  - Ela deve ser uma pessoa muito especial. - ela sorriu.

  - Ela era. Minha mãe morreu a alguns meses. - ele disse, e ela suspirou.

  - A minha também. - ele assentiu. - É uma droga.

  - É. - ele realizou a próxima jogada em silêncio, e Natasha mexeu o bispo.

  - Xeque-mate. - ela disse, e Steve ergueu as sobrancelhas, analisando o tabuleiro e depois o rosto dela.

  - Hum. - ele murmurou. - Uau.

  - Como você disse, eu sou esperta até demais. - ela cruzou os braços, e ele sorriu.

  - Algo me diz que você vai sair rápido daqui. - ele disse, cruzando os braços e ela manteve o olhar no seu.

  - Talvez eu só esteja viva hoje por sua causa. - Natasha disse, e Steve negou, chegando mais perto dela.

  - Você está viva hoje porque você é forte. E corajosa. - ele sorriu, se levantando. - Nunca se esqueça disso.

The Roмaиoff Curse - RomanogersOnde histórias criam vida. Descubra agora