Por que está gritando? Ainda nem cortei você - A Hora do Pesadelo
...
Natasha olhou ao redor. Uma garota adolescente estava sentada no chão ninando uma boneca, disseram que ela perdeu o bebê e teve um colapso. Um garoto batia a cabeça num travesseiro repetidamente. Outro babava olhando a janela.
Nenhuma das pessoas ali tinha a menor condição de jogar xadrez com ela. A ruiva analisou as peças a sua frente, bufando.
- Precisa de um oponente? - ela ouviu uma voz masculina e se surpreendeu com quem estava de frente para ela.
- Doutor Steve. - ela deu um sorriso fraco. Ele se sentou de frente para ela, olhando seus olhos desanimados. Ela parecia levemente dopada.
- Você está bem? - ele perguntou. Não era como as outras pessoas. Ele realmente se importava.
Natasha apenas deu de ombros.
- Te procurei antes de ontem e disseram que saiu do isolamento.
- É. - ela suspirou.
Steve mexeu um peão, movendo-o as duas casas iniciais e ela olhou para ele. Pensou por alguns segundos antes de mover outro também. Ele sabia que ela se chama Natasha Alianovna Romanoff. Sabia que ela tinha dezessete anos e vinha de uma pequena cidade da Geórgia. Sabia que foi diagnosticada aos cinco anos com esquizofrenia.
E sabia que agora tinha uma protegida. Ninguém naquele lugar maltrataria Natasha Romanoff enquanto ele estivesse ali.
- Por que está sendo legal comigo? - ela perguntou, e Steve parou no meio da jogada.
Ele pensou por alguns segundos, colocando o cavalo no tabuleiro.
- Qualquer um faria isso. - ele respondeu, e Natasha arqueou uma sobrancelha.
- Não faria não.
Ele abriu um sorriso, cruzando os braços.
- Você é esperta até demais.
Ela deu de ombros, olhando-o como um desafio, e Steve suspirou.
- Nunca olhe ninguém de cima para baixo, a não ser que seja para ajuda-la a se levantar.
- Quem disse isso, Jesus? - ela arqueou uma sobrancelha e ele riu.
- Minha mãe.
- Ela deve ser uma pessoa muito especial. - ela sorriu.
- Ela era. Minha mãe morreu a alguns meses. - ele disse, e ela suspirou.
- A minha também. - ele assentiu. - É uma droga.
- É. - ele realizou a próxima jogada em silêncio, e Natasha mexeu o bispo.
- Xeque-mate. - ela disse, e Steve ergueu as sobrancelhas, analisando o tabuleiro e depois o rosto dela.
- Hum. - ele murmurou. - Uau.
- Como você disse, eu sou esperta até demais. - ela cruzou os braços, e ele sorriu.
- Algo me diz que você vai sair rápido daqui. - ele disse, cruzando os braços e ela manteve o olhar no seu.
- Talvez eu só esteja viva hoje por sua causa. - Natasha disse, e Steve negou, chegando mais perto dela.
- Você está viva hoje porque você é forte. E corajosa. - ele sorriu, se levantando. - Nunca se esqueça disso.
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The Roмaиoff Curse - Romanogers
RomantizmUma grande mansão de uma pequena cidade da Georgia, há um século fora refúgio da família Romanoff. Ela foi palco dos piores pesadelos de Natasha, que desde criança foi atormentada por fantasmas. Figuras arrepiantes arrastando correntes, tentando mac...