“Todos nós enlouquecemos às vezes” – Psicose
...
- Eu não vou pra escola!
Steve olhou para baixo enquanto Sarah gritava e passava correndo por debaixo das suas pernas. Ele suspirou, esfregando os olhos cansados de quem acordou as cinco da manhã com os pesadelos de uma mulher maravilhosamente linda e ruiva.
- Sarah, pare de gracinha! – pediu, abaixando o tronco e olhando para trás por entre as pernas,
Ele já não via mais a garotinha ruiva, que correu para se esconder. Sarah sempre fazia isso, amava brincar de esconde-esconde. Em todas as situações possíveis. E não saia de seu esconderijo até ser achada, e isso já provocou enormes confusões. Steve entrou no banheiro, olhando dentro da banheira, atrás da porta, depois foi até seu quarto olhando debaixo da cama, dentro do armário, e já ia sair do quarto quando ouviu um risinho. Mínimo, logo contido, mas ele ouviu.
Steve sorriu, olhando ao redor e viu uma frestinha da gaveta maior aberta.
- Hmmm... Onde será que essa garotinha está? - ele andou pelo quarto, ouvindo outra risadinha. - Bem, Sarah que eu conheço iria adorar comer os bacons que a mamãe está fazendo...
Steve abriu a gaveta de repente, fazendo a menininha gritar. Ele pegou-a no colo, fazendo cócegas em sua barriga.
- Papai, para!
- Dessa vez você inovou! - ele sorriu, andando para fora do quarto.
- Eu sou super criativa. - ela sorriu, cruzando os braços como uma sabichona, e Steve sorriu com o quanto ela se parecia com Natasha.
- Okay, senhorita criativa, vamos te arrumar para ir para escola ou vai perder o ônibus. - disse Steve, carregando-a nos ombros para dentro do quarto.
- James! Você vai descer agora ou eu vou ter que ir aí?! - Natasha perguntou, de frente para uma panela com ovos e bacon.
- Por que você tem que acordar como uma megera? - ele murmurou, mas Natasha certamente ouviu e olhou para ele.
James era alto, com corpo atlético mesmo sendo o maior preguiçoso da face da terra. O que Natasha achava muito injusto, mas ele tinha puxado o porte de Steve, que apenas é viciado em esportes mesmo ficando atrás de uma maca de consultório analisando partes íntimas femininas o dia todo. Seus olhos eram azuis, também como os de Steve e as únicas coisas que ele puxara de Natasha eram seu cabelo avermelhado sempre para cima e o mal humor constante.
- James Rogers Romanoff, como é que é? - disse, parando de misturar os ovos.
- Eu disse bom dia, mamãe. - ele respondeu, se sentando na cadeira, e abaixando a cabeça escondida no capuz azul do moletom que usava, mesmo estando calor.
- Aham. Tira esse capuz. - Natasha mandou, voltando a cozinhar.
- Estou bem com ele.
- Tira, está calor. - ela repetiu, e James bufou.
E então percebeu por que ele estava de capuz. Um corte em seu lábio superior era evidência de uma briga, assim como seus dedos inchados. Natasha apenas olhou para ele sem dizer nada, antes de voltar a cozinhar. James odiava esse jeito quietamente mortal de repreende-lo, preferia quando ela gritava.
- Bom dia, James. - Steve disse, descendo as escadas com Sarah a seu encalço.
- Bom dia, Capitão Cueca. - a ruivinha comentou, gargalhando.
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The Roмaиoff Curse - Romanogers
RomanceUma grande mansão de uma pequena cidade da Georgia, há um século fora refúgio da família Romanoff. Ela foi palco dos piores pesadelos de Natasha, que desde criança foi atormentada por fantasmas. Figuras arrepiantes arrastando correntes, tentando mac...