15. Bem-vinda de volta

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Após o jantar com Preston falando para minha mãe o quanto a comida estava ótima e Nora automaticamente gostando da simpatia do garoto, subimos para o meu quarto com a desculpa da lição de matemática que Conway havia perdido.

— Como consegue mentir tão bem? — pergunto assim que fecho a porta e me direciono a minha cama.

— Como eu já disse: eu sou bom em tudo. — Pisca para mim e retira sua jaqueta, pendurando-a na cadeira da minha penteadeira e observando ao redor — seu quarto é bonito. — Analisa o papel de parede por detrás da cabeceira que tem diversas linhas desconexas prateadas desenhadas no mesmo. — Parece até quarto de patricinha.

— Me acha uma patricinha? — arqueio as sobrancelhas, boquiaberta.

— Acho — chacoalha os ombros, indiferente — mas não tanto quanto a sua amiga Casey ou a Candice. — Se joga, deitando ao meu lado e olhando para o teto. — Você ainda ouve Arctic Monkeys e não só Britney Spears.

Rio com o argumento do menino.

— Posso perguntar uma coisa? — questiono de repente, fazendo Preston virar a cabeça para me olhar.

— O que foi?

— Você e a Candice... já estiveram juntos? — Conway me fita por breves segundos antes de suspirar e voltar a olhar para o teto.

— Por que está perguntando isso, loirinha?

— Casey me contou que ficaram um bom tempo juntos — revelo — só queria saber se era verdade.

— É verdade. Sullivan e eu namoramos ano passado e foi ótimo. Até ela me trocar. 

Franzo as sobrancelhas. 

— Ela te traiu? — ele concorda com um aceno de cabeça, sem me olhar.

— Com o Peter.

— É sério? O seu irmão? — minha pergunta sai em um tom de indignação da minha boca. 

— Esse é apenas um dos motivos para odiá-lo. 

Fito um ponto qualquer, assustada com a revelação do garoto. 

Nunca se passou pela minha cabeça que Preston e Candice já fora um casal antes e saber que o término deles foi devido a Sullivan tê-lo traído com o próprio irmão, me faz ficar ainda mais surpresa. 

— Odeia a Candice tanto quanto odeia o Peter? — pergunto, voltando os meus olhos para ele. 

— Na verdade, não. — Dá uma pequena pausa — quando descobri, sabia que ele iria ferir seus sentimentos uma hora ou outra e assim ele fez. Tive apenas uma leve pena dela. — Dá de ombros, voltando seu olhar para o teto.

— Deve ter sido difícil para você. 

Ele balança a cabeça. 

— Não foi. Nunca a amei de verdade, lorinha — seus olhos cor de âmbar me fitam — para ser sincero nunca amei nenhuma garota a não ser a Lizzie e... a Grace. — Volta sua atenção para o teto novamente. 

O silêncio se instala sobre nós e o único pensamento que ronda em minha cabeça é quem seria Grace.

Encaro o garoto por breves segundos, tentando ver algum rastro de tristeza em seu rosto, mas apenas encontro uma feição neutra e talvez pensativa.

Opto por não perturba-lo mais com esse assunto e olho para o relógio eletrônico ao meu lado.

Onze horas.

— Já está tarde, você precisa ir. — Me levanto, indo até o banheiro escovar meus dentes. Assim que termino, volto para o quarto e encontro Preston que agora está sentado, com as pernas cruzadas uma por cima da outra e com uma revista de moda nas mãos. — Não ouviu o que eu disse?

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