30. Foi bom ser sua amiga por algumas horas

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— Ele está morto, Audrey

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— Ele está morto, Audrey. — Preston repete diversas vezes para mim, sentado no chão próximo à porta de entrada e olhando para a parede do estreito corredor em que estávamos.

Eu não sabia como agir.

Estava em choque com o que Preston relevou para mim assim que havia chegado extremamente molhado e sujo de sangue.

Peter estava morto? Mas eu vi ele há poucas horas!

Sento-me ao lado do garoto e o puxo devagar para um abraço.

Ele não reluta em nenhum momento e apenas deita a cabeça em meu peito, chorando como uma criança que perdeu seu brinquedo favorito.

— Eu sinto muito. — Digo baixinho, acariciando seus cabelos molhados e tentando manter minha voz o mais firme que posso.

— É tudo minha culpa. Eu não devia ter ido até lá, ele me disse para não ir...

— Preston...

— Ele estaria vivo agora se não fosse por mim, Audrey, é tudo culpa minha.

— Não, não é. Olha aqui para mim. — Seguro seu rosto, o obrigando a se afastar. — Nada disso foi sua culpa, tá me ouvindo? Absolutamente nada. Anthony que foi o responsável por tudo e você não deve se culpar no lugar dele.

Ele balança a cabeça, desviando os olhos de mim.

— Como eu vou falar uma coisa dessas para a Lizzie? Como eu vou dizer que o irmão dela está morto e que eu matei o pai dela? Merda, eu matei uma pessoa, Audrey, eu... puxei a porra do gatilho... — Ele se perde nas palavras e volta a encostar a cabeça em meu peito.

Ver Preston tão vulnerável e destruído daquele jeito, me faz pensar no quão mal ele ficou quando Grace morreu. Ele era apenas uma criança.

Esse raciocínio faz meu coração apertar e meus olhos arderem, prestes a derramar as lágrimas que insisto em guardar para mim. Mas droga eu sou humana!

— Você precisa de um banho. — Digo após longos minutos tentando consolá-lo. — Irá te fazer bem.

Ele se distancia de mim e me fita com os olhos vermelhos e banhados de água, concordando com um aceno de cabeça.

Me levanto e o ajudo a fazer o mesmo, subindo os degraus da escada vagarosamente com ele e adentrando o meu quarto.

A chuva forte havia cessado do lado de fora, dando lugar a uma garoa calma e menos barulhenta.

O relógio já se passava da meia-noite e olho para Preston atrás de mim, que tem dificuldade de retirar a própria camisa.

— Deixa eu te ajudar com isso. — Me aproximo e puxo o tecido para cima, ouvindo um gemido de dor escapar da boca do garoto assim que retiro sua blusa por completo.

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