3. Foi por uma boa causa

7.5K 708 149
                                    

— Você vai fazer uma festa, não vai? — Casey pergunta assim que comento que meu aniversário era daqui a três dias.

Seria no sábado e eu estaria completando meus sonhados dezoito anos.

Não estou tão animada com isso, devido a tudo que aconteceu recentemente.

As pessoas do colégio não comentam mais sobre meu suposto nude vazado o que é ótimo, isso porque já faz uma semana desde o ocorrido e o assunto que se espalha pelos corredores atualmente é sobre um garoto que levou um fora de Candice em público e sobre a briga de Brenden e Preston que até agora, não sei o real motivo da discussão.

— Ainda não pensei sobre isso — suspiro, me sentando no meu grande puff cinza posicionado no canto meu quarto — Talvez eu nem comemore. Com tudo que aconteceu com a foto e meu término com o Brenden, não sei se alguém viria para minha festa.

— Tá brincando? — me olha com indignação e vejo em uma de suas mãos o meu pequeno globo de neve — as pessoas daquele colégio não querem saber quem você é quando se trata de bebidas e comida grátis — devolve o globo para o canto da penteadeira, pegando um par de brincos que eu havia deixado fora do porta-joias — e outra, você é a Audrey. Ninguém deixaria de ir à festa de uma garota popular como você, acredite. — Se inclina em direção ao espelho, colocando os brincos sobre as orelhas, analisando como eles ficavam nelas — pode me emprestar eles depois?

Dou de ombros.

— Claro.

— Obrigada. Vou usar na sua festa.

— Você não desiste, não é? — sorrio me levantando e indo até o banheiro.

— Quando se trata de uma festa para você, não.

— Então, do que vai precisar? — reviro o armário abaixo do lavatório.

— Você fala como se nunca tivesse feito uma festa antes — pelo seu tom de voz, sabia que ela tinha revirado os olhos — primeiro, precisamos da casa vazia no sábado à noite.

Merda — resmungo baixinho ao encontrar o meu pote de remédio com apenas três pílulas — ahn... minha mãe sempre trabalha nos sábados no hospital então a casa é nossa.

— Ela vai ficar fora o dia inteiro no seu aniversário?

— É o que parece — arrumo minha postura com o meu remédio em mãos. Casey aparece na porta do banheiro.

— E isso não te incomoda? — cruza os braços e encosta seu ombro no batente.

— Antes sim, mas agora... digamos que não temos mais uma conexão. Então eu já me acostumei com a ideia de ela raramente estar aqui nos meus aniversários. — Dou de ombros, colocando meu remédio no canto da pia e lavo minhas mãos.

— Que chato isso — entra no sanitário e pega o frasco, o analisando — alprazolam? Seu tratamento não terminou a semanas? — une as sobrancelhas.

— Eu... estou continuando mesmo assim — explico e pego o remédio de suas mãos assim que seco as minhas, retirando a tampa do mesmo.

— E por quê?

Derrubo uma pílula na minha palma.

— As crises de ansiedade voltaram depois do que ocorreu com o Brenden. — lacro o pote novamente e o descanso na pia.

— Então, porque não volta para a terapia? — faço menção de colocar a pílula em minha boca, mas Casey segura seu pulso, me fazendo parar — Audrey sabe que não pode se alto medicar desse jeito. Isso pode se tornar um vício. — Pega o frasco e o coloca em minha visão.

Mais De VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora