-Me recuso a ir. — Ao receber tal notícia, retornei para casa em um piscar de olhos.
-Me desculpe, querida. Você não pode fazer isso quando se trata de uma nota do governo. — Meu pai tinha uma expressão neutra em seu rosto enquanto a mais velha ao seu lado parecia inquieta.
-Eu não posso levar nada a não ser as roupas e acessórios do corpo, onde eu estou me metendo. — Disse indignada fitando o envelope vermelho com naipes de baralho no selo que o fechara.
-Eles estarão aqui em breve para te buscar. Sinto muito, eu não posso fazer nada dessa vez. — O homem passou as mãos pelos meus fios e sorriu fraco.
-E se eu for usada como experimento? Como comida? E se eu morrer?! — Arregalei os olhos na última frase passando a pensar em mais possibilidades terríveis que podiam me acontecer, até que o senhor Kim pegou uma de minhas mãos e colocou algo nela.
-Certifique-se de usar sempre. — Fitei minha mão tendo a visão de um colar com pingente redondo médio. Levei o acessório mais perto e abri o pingente que continha uma foto em família nossa, senti uma pontada estranha no peito e o encarei indiferente.
-Isso é brega... — Soltei um riso soprado e o mesmo me abraçou fortemente, em seguida pegou o colar de minhas mãos o colocando em meu pescoço.
Um tempo se passou e então estávamos na porta de casa esperando alguém que viesse me buscar, pontualmente, um carro preto difícil de identificar quem estava dentro apareceu. Logo tivemos a visão de um homem alto com os cabelos penteados para trás que desceu do carro suspeito, o mesmo veio até nós com aquele ar assustador e sinceramente arrepiei até a espinha.
-Precisamos ir, Srta. Kim. — Apesar da aparência, a voz do homem saiu em um tom suave e sutil. Claro que não muda o fato de que ele parece um mafioso.
-Sim... — Assenti e me virei a minha família sendo abraçada em poucos segundos.
-Se cuide, se alimente bem, não beba muito e... te amo, minha filha. — Minha mãe segurava o choro enquanto passava as mãos pelo meu rosto.
-Está bem. — Dei um beijo na testa da mais velha que me abraçou se pondo a chorar.
-Ela tem um horário, querida. Está tudo bem. — Ao ouvir, a senhora Kim me soltou deixando um beijo em minha bochecha.
-Noona, quando voltar nós vamos brincar muito. Então não fique com medo e quando ficar, eu vou te proteger. — O mais novo veio até mim pulando nos meus braços, enchi seu rosto de beijos curtos e o coloquei no chão.
-A noona vai ficar bem e logo estará em casa de novo. Não irei ficar com medo porque sei que será você me protegendo. — Baguncei os fios do menor que sorriu.
-Te amo minha filha. — Foram as únicas palavras que meu pai me disse antes que eu fosse. Tive um abraço nem tão demorado do mesmo e caminhei até o carro no qual me esperava. Antes que pudesse entrar, recebi mais um abraço forte que me fez cair no chão com tudo.
-Achou que podia ir sem se despedir? — Siyeon se agarrou em mim dizendo as palavras com a voz trêmula por conta do choro.
-Por que está chorando? Pare, logo estarei de volta. — Passei as mãos por suas costas na intenção de tranquiliza-lá.
-Não se esqueça de mim, volte em segurança e beije muitos caras gatos. Te amo. — Siyeon se afastou um pouco dando um beijo em minha bochecha e em seguida me soltou de vez.
Com sua ajuda me levantei e acenei a todos que ainda aguardavam ali. O homem abriu a porta do passageiro para mim e assim me aconcheguei ali, rapidamente ele se sentou no motorista e passou a dirigir. Passei o caminho todo em silêncio já que o motorista não parecia bem que queria muito assunto, apenas fiquei observando o que tinha ali dentro do carro e mais uma vez os naipes de baralho se faziam presente, é o símbolo da Instituição?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Wonderland
FanficWonderland foi o nome dado ao Instituto de proteção anônima do governo Sul-coreano. Por tempos isso funcionou,até que o povo passou a achar que tinha algo estranho ali levando a várias teorias e boatos. Com o intuito de manter sua imagem limpa, Wond...