Chapter 08

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-Você sabe o quanto é arriscado isso, né? — Perguntei a garota que estava ao meu lado.

-Não, mas acho que posso sair viva pelo menos. — Kim Hana deu um riso soprado.

-Certo, vamos começar. Lembrando que, com qualquer sensação anormal você deve deixar a mente do seu companheiro. Muito cuidado ao fazer algo dentro da cabeça do seu parceiro, ok? Um passo incerto causa consequências incomparáveis. — Tiffany terminou de explicar e gesticulou para que começássemos a prática.

-Tem certeza disso? — Perguntei uma última vez vendo a mesma assentir sem paciência.

Dei um longo suspiro e a virei para mim, olhando em seus olhos, ditei palavras que dessem o início aquele ritual. No decorrer das palavras, ela foi perdendo a consciência me dando total acesso a sua mente, automaticamente me desliguei do meu próprio corpo tomando posse da garota.

Apesar de já ter feito isso antes, parecia bem diferente dessa vez. Tiffany sempre diz que nossa mente nos reflete perfeitamente, mas tem algo de errado aqui. Estou em um lugar totalmente destruído, não consigo lembrar de qualquer lugar que seja assim. De repente uma criança passa correndo por mim, entrando em um lado que está totalmente escuro diferente dos arredores que mesmo destruídos, eram bem iluminados. Tento segui-lá, mas era como se tivesse uma barreira me impedindo de passar.

-Ei... — A voz familiar da garota me fez virar dando de cara com a mesma. Sua aparência estava totalmente diferente, suas vestes possuíam rasgos, haviam manchas de sangue por todo seu corpo e rosto, mas o que com certeza chamava mais a atenção era o seu olho direito. Seu globo ocular estava totalmente negro e sua íris tinha um tom vermelho dando um destaque.

-Kim Hana... — Dei um passo, mas parei ao ver as lágrimas que desciam pelo rosto da garota.

-Me salve.

Senti uma pontada no peito mais uma dor de cabeça insuportável, me fazendo se encolher apertando minhas mãos contra o local que doía.

Yoon Jaehyuk, saia agora!

A voz ecoou me lembrando que eu precisava do autocontrole. Fiz um esforço maior para sair da mente de Kim Hana, com muita dificuldade consegui deixar a mente da garota voltando a sala em que estávamos. Meu peito doía ainda levemente, mas a cabeça havia normalizado. Ao me acostumar com o ambiente tendo total consciência de mim novamente, olhei em volta vendo alguns dos garotos e a professora me encarando. Levei meu olhar rapidamente a garota ao meu lado vendo que a mesma parecia estar inconsciente ainda.

-O que aconteceu lá? — Yedam não fez mistério e perguntou diretamente.

-Ah, minha cabeça dói... — Antes que eu respondesse, a voz manhosa da garota tomou a atenção de todos. Ao abrir os olhos lentamente, Kim Hana assustou a todos principalmente a professora. Seu olho direito estava exatamente como vi dentro de sua mente.

-Estamos ferrados. — Park Jihoon disse boquiaberto.

-Que gostinho delicioso poder dizer que eu estava certo. — Yoshinori usou um tom irônico para dizer.

-Não é hora pra isso, gatinho. — Park Jeongwoo disse encarando o rosto de Hana assim como todos.

-Eu não esperava isso, o velho pode nos surpreender não é mesmo? — Hyunsuk deixou transparecer seu sorriso ladino.

-Estamos ferrados, você quis dizer.

[•••]
Kim Hana

Já havia se passado uma hora, a professora andava de um lado para o outro com a mão no queixo praguejando os meninos que permaneciam de cabeça baixa. Eu me sinto totalmente estranha, talvez com um certo incômodo internamente.

-O que eu disse?! Um passo incerto com consequências enormes! Como vamos resolver isso?! Vou contatar o diretor, ele volta hoje da viagem. — Tiffany falava acelerada com a feição preocupada, o que me deixava cada vez mais nervosa.

-Por ora, o que devemos fazer com ela? — Kanemoto perguntou e apontou na minha direção.

-Eu devia deixá-la torturar vocês até que se canse. Mas como ela não tem tal capacidade... ainda... deixem com que ela descanse no dormitório. Retornem as suas aulas. — Tiffany disse e saiu me deixando com eles.

-Onde está o Byungchan? — Perguntei estranhando por não ver o mesmo.

-Está a uma hora calada, quando consegue falar é para perguntar dele? — O Yoon disse parecendo bravo, o que me fez apenas arquear sobrancelha enquanto o encarava.

-Ele insistiu para ficar aqui contigo, mas foi convocado de última hora em outra ala. — Choi Hyunsuk explicou. -E você me deve o seu lado do acordo, não deu certo, mas mesmo assim você disse que contaria.

-Está bem. Me deixe descansar um pouco. — O garoto assentiu.

-Irei te levar ao seu dormitório. — O garoto que havia feito aquela ilusão se pôs a minha frente me fazendo bufar.

-Não, obrigada. — Me levantei saindo da sala deixando eles ali. Mas como felicidade de pobre dura pouco.

-Espera! — Suspirei me virando para trás, meu rosto ficou a uma curta distância do garoto. O que me surpreendeu obviamente.

-Esse negócio de teletransporte é um saco. — Revirei os olhos e voltei a seguir meu caminho.

-Humana... — Ele chamou algumas vezes enquanto me seguia. -Me desculpa! — Segurei meus passos e o encarei com a sobrancelha arqueada.

-O que disse?

-V-você ouviu! Me desculpe por aquilo, minha intenção não era ruim... — O garoto com madeixas vermelhas fez um beicinho desviando seu olhar de mim.

-Qual era sua intenção então? — Cruzei os braços entortando a cabeça levemente para vê-lo melhor.

-Te alertar... só não fiz da maneira certa! Satisfeita com a confissão?! — dei um riso soprado assustando o mesmo.

-Parece uma criança. — Ele apenas me encarou incrédulo. -Qual o seu nome, garoto?

-Park Jeongwoo... — O garoto foi obediente me fazendo sorrir levemente.

-Está bem, irei guardar bem o seu nome. — Voltei a caminhar até meu quarto sem interrupções dessa vez.

Adentrei o lugar vazio e fui diretamente ao banheiro. Fiquei um tempo encarando meu olho direito através do espelho, era assustador me ver dessa forma.

-Eu acho que você está linda assim. — Acabei dando um pulo para o lado com a voz repentina que ecoou em mim.

-Q-quem é você? — Fitei a pessoa que estava ao meu lado com um sorriso de orelha a orelha.

-Não é óbvio? Eu sou você.

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Espero que tenham gostado, até o próximo capítulo amores!

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