Capítulo 312: O Deus do Mar e o Deus Asura

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Tang San atravessou aquele portão que Bo Saixi havia aberto para ele, chegando do lado de fora do verdadeiro templo do Deus do Mar, mas foi bloqueado pela barreira que o protegia. A primeira ideia que veio a sua mente foi a mais direta: forçar sua entrada. Sem o Coração do Deus do Mar, esse era o método mais rápido em que ele conseguia pensar.
Assim que ele começou a condensar sua energia, pronto para começar, aquela voz fria como gelo de antes ecoou de novo:

"Destruir a barreira do Templo do Deus do Mar fará com que o templo seja esmagado pela pressão da água.
Não tendo muita escolha depois de ouvir essas palavras, ele dispersou a energia que havia acabado de reunir, franzindo as sobrancelhas. E agora? Se não podia quebrar a barreira e também não tinha o Coração do Deus do Mar, como ele entraria no Templo do Deus do Mar?"

Se fosse outra pessoa, sua primeira reação podia muito bem ser se virar e olhar na direção de onde tinha vindo, para ver se aquele portão ainda estava lá. Se estivesse, pelo menos ainda haveria um caminho de volta. Tang San, no entanto, não fez isso. No seu coração já não havia mais um caminho de volta. Como sucessor do Deus do Mar e depois do sacrifício de Bo Saixi por ele, recuar agora era impossível.
Olhando para a barreira na sua frente, Tang San tentou recuperar a calma. Apesar de estar ansioso, isso não adiantaria de nada nesse momento.
O Coração do Deus do Mar era a chave para atravessar essa barreira porque esse era seu símbolo. Ele já tinha completado os oito primeiros testes, então não dava para parar agora. Nesse caso, a solução para o problema era bem evidente. Ele precisava provar para essa barreira que era o sucessor do Deus do Mar, seu escolhido. Se provasse isso não seria a mesma coisa que estar em posse do Coração do Deus do Mar?
Pensando nisso, Tang San voltou a focar sua atenção, condensando toda sua força mental e então lentamente a transmitindo para a marca do tridente em sua testa.

Uma rica luz dourada começou a irradiar dela, iluminando a barreira. Como Tang San esperava, ela estremeceu levemente e aquela voz não disse mais nada.
Depois de ser iluminada pela Luz do Deus do Mar, essa barreira que antes parecia tão sólida, começou a amolecer aos poucos. Sua capacidade de conter a água do mar não foi afetada, mas esse resultado ainda reacendeu a esperança no coração de Tang San.
Ao mesmo tempo, ele também controlou a Luz do Deus do Mar para envolver seu corpo e então, começou a se inclinar sobre aquela região amolecida da barreira.
De início, não foi nada fácil, mas sob a influência da Luz do Deus do Mar, ele começou a atravessá-la aos poucos. Ele já não precisava respirar embaixo da água para começo de conversa, então não ser capaz de respirar ali dentro também não era problema. É claro que Tang San não planejava forçar sua entrada. Ele não havia se esquecido do alerta dado por aquela voz. Assim que conseguiu entrar, ele se virou e segurou as duas bordas da parte amolecida, as puxando e fechando o buraco pelo qual havia passado, usando a Luz do Deus do Mar para selá-la logo em seguida. Assim, quando ele atravessasse a parte interna, a parte externa continuaria fechada e impediria que a água do mar entrasse.

Depois de checar repetidas vezes que não havia mais nenhuma rachadura na barreira, Tang San voltou a focar a Luz do Deus do Mar em baixo dele, fazendo com que ela amolecesse ainda mais. Ao mesmo tempo, ele cobriu o tridente com seu poder espiritual, usando sua lâmina principal para ajudar a cortá-la.
Era importante ressaltar que essa barreira era extremamente resistente. Se não fosse pela Luz do Deus do Mar, seria impossível cortá-la sem ter no mínimo detonado alguns dos seus anéis. Sob seu efeito, no entanto, sua resistência diminuiu bastante. Enquanto cortava a barreira com toda a sua força, um som estranho ecoou de repente e seu corpo ficou mais leve. Como se tivesse sido expulso por ela, ele começou a cair. Já a barreira em cima continuou como antes, sem qualquer alteração.
A sabedoria era um poder infinito, Tang San sabia que já havia passado desse primeiro obstáculo.
Ativando sua habilidade de voo, ele recuperou o equilíbrio e começou a flutuar na direção do templo.
Mesmo já sabendo que esse palácio era enorme, ele ainda ficou chocado ao se aproximar.
Parado diante daquele templo, ele se sentia insignificante. Tudo ao seu redor estava em silêncio e, quando olhou para cima, a água do mar do lado de fora da barreira continuava azul e cristalina.
Respirando fundo e ajustando o estado da sua força mental, ele agarrou o tridente com mais força e caminhou para dentro do templo a passos largos.

duoluo dalu IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora