— Quer que eu morra? — Pergunto para o Alex. — Não vou fazer isso!
Tento andar, mas ele entrava em meu caminho e voltava a bicar meu pé e as vezes voava pra cima de mim.
— Você quer parar com isso? — Falo. — Não é não!
Apesar de ser tão pequeno, Alex conseguia me impedir com facilidade. Eu respirava fundo e olhava para trás vendo aquele Gorgonopsid caído ali, Alex queria que eu voltasse para ajudá-lo assim como fiz com ele a alguns dias atrás naquela casa.
— Não Alex! — Falo passando por ele.
Saio da caverna e vou em rumo a mata fechada, mas logo paro de andar, olho para cima e respiro fundo.
— Mas que droga viu! — Falo dando meia volta.
Eu acabo voltando o mais rápido para a caverna, assim que entro, Alex estava ali me esperando, parece que ele sabia que eu iria voltar. Jogo minha mochila pro canto e pego um pano que tinha nela, molho um pouco com a água que ainda pingava do teto, e aos poucos vou me aproximando com cuidado, tento passar o pano por cima de um dos ferimentos, mas sou interrompida por ele que levanta sua cabeça e tenta me morder, para a minha sorte ele não consegue. Dou alguns passos para trás e me abaixo apenas o observando enquanto ele encosta a cabeça novamente no chão.
— Como me aproximar sem correr risco? — Pergunto a mim mesma. — Já sei!
Me levanto e vou até minha mochila, improviso novamente a lança e pego a linha, logo vou saindo da caverna.
— Não se preocupe Alex, eu volto! — Falo saindo andando.
Mais tarde:
O sol estava escaldante o suficiente para assar alguém, mas o bom é que consigo voltar rápido para a caverna e na entrada dela, Alex me esperava como se fosse uma criança. Assim que entro na caverna, jogo a linha cheia de peixes no chão, eu havia passado horas e horas pescando todos eles e meu ombro doía muito pelo tempo que passei jogando a lança neles e por carrega-los até a caverna. Pego vários deles e faço uma pilha e vou colocando aos poucos perto do Gorgonopsid, e logo começo a empurra-los até sua cabeça para chamar sua atenção, ele levanta sua cabeça e rosna para mim, eu saio um pouco de perto e espero ele começar a comer, assim que ele perde sua atenção em mim e volta ela para os peixes, eu vou até a minha mochila, pego o pano e o molho novamente, assim consigo dar a volta nele sem ele desconfiar, e de pouco em pouco me aproximo o suficiente para conseguir limpar alguns ferimentos. Enquanto eu limpava, ele parecia não se importar muito, ele estava distraído comendo! Quanto mais eu limpava, mais focada eu ficava naquilo, mas acabei não percebendo que eu estava me aproximando cada vez mais de sua enorme boca e quando eu finalmente havia percebido, acabo engolindo um seco. Quando olho para ele, ele apenas me observava fixamente enquanto rosnava um pouco, o medo se instalou em mim que eu permaneci imóvel, ele apenas inclinava seu funcinho até mim e tentava me cheirar, mas ele não parava de rosnar. Era claro que sua desconfiança em mim ainda era alta.
— Se você me deixar limpar e tratar desses ferimentos, você poderá melhorar e sair daqui. — Falo com a voz trêmula.
Ele continuava me olhando, mas parecia que ele havia me entendido pois ele voltou a sua cabeça para o chão. Com aquilo eu podia respirar aliviada, meu coração quase saia pela boca, e então com a permissão dele, eu volto a limpar, mas ele rosnava um pouco, o pano molhado com certeza fazia os machucados arderem!
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Tropa Dinossauro
AdventureO que fazer quando dinossauros voltam a vida e querem reivindicar o mundo que já os pertenceu? Iniciada: 30/11/2020 Terminada: 27/06/2021