Capítulo 45

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Liz

Minha mãe não prolongou muito a visita para muito além do fim de semana. Nossa ida ao cinema ainda tinha vestígios da conversa tensa do jantar e acabou não sendo proveitosa como eu queria.
Como vantagem da sua pequena estadia, não deu tempo de marcar um jantar para ela conhecer Crhistian e insisti que seria em um jantar com ela e com meu pai.

- De quem eu devo ter medo? - Crhistian pergunta enquanto eu estava sobre seu peito recebendo seu carinho no meu cabelo, sentados em baixo de uma das árvores do campus.

- Dos dois. Meu pai vai se fazer de durão só por você estar comigo. Minha mãe talvez arrume alguns argumentos.

- Deveria me preocupar por você não estar com pressa em me apresentar a eles? O nosso lance é sério não é?

- Claro que é. - me inclino para olhar bem nos seus olhos. - Eu só quero poupar o julgamento que vai vir pra cima de mim. Tem tanta coisa na minha cabeça... Vamos só aproveitar esse tempo só nosso, okay?

Crhistian assente que sim.
Penso em como eu adorava esses momentos simples com ele e nos últimos tempos tantas coisas se passavam na minha cabeça que eu nem os aproveitava.

- Dia dos namorados está chegando. - comento.

- Pode ficar tranquila, não vou te decepcionar no presente.

- Não, é que eu tava pensando que devíamos sair pra um restaurante legal.

- É uma ideia maravilhosa. Não quero que se estresse, deixe que eu organizo tudo.

Com a minha ideia sendo acatada, não fiz resistência. Na verdade, ser surpreendida por ele seria maravilhoso.

Mas minha decepção veio cedo quando Amy me contou que teríamos um encontro duplo, já que Jordan ao saber dos nossos planos havia se auto convidado.  Eu achei que Amy ficaria incomodada com isso, mas ao me contar ela me parecia animada. Tive que fingir ânimo também, mas a realidade é que com ela lá a noite estaria longe de ser perfeita como deveria.

Fiquei com medo de confrontar Crhistian pra com que ele fizesse o amigo desistir, mas isso acabaria gerando uma situação em que eu teria de me explicar com Amy.
Só me restava aceitar.

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Stella

Já estavamos nas vésperas do trabalho do professor William, e como minha responsabilidade era o relatório tracei a meta de dedicar o meu tempo livre de hoje para digita-lo e organizar as partituras que eu teria de levar para a escola para ficar sob responsabilidade deles. Me sentei na escrivaninha no momento em que cheguei da escola, e por lá fiquei até acabar tudo, dez horas da noite. Tomei um banho e quando finalmente saí do meu quarto em busca de comida, todos já estavam recolhidos em seus quartos.

A casa estava toda escura e silenciosa, me lembrando quando estive na casa de Dylan no outro dia e ficamos a sós em um clima parecido. Improvisei com o resto da janta, mas não me foquei no sabor do que eu estava comendo. A partir do momento em que me lembrei de Dylan e daquela noite com ele minha cabeça começou a repassar os sentimentos daquele dia, ora me encontrando um sorriso no rosto, outra confusa.

Eu precisava expressar esses sentimentos, mas eram pessoais demais para compartilhar com qualquer outra pessoa. Era cedo demais pra declarar que eu estava tendo sentimentos por Dylan.

Não estava tão cansada pra deixar de colocar tudo pra fora através da escrita. Voltei para a máquina de escrever e depositei todos meus sentimentos relacionados a Dylan. A frustração quando briguei com ele, nosso momento no baile. A forma como me sentia estranha por ter esses sentimentos quando achei que não os teria mais. Tudo isso deu uma folha, e quando acabei escondi junto as minhas pastas embaixo do notebook. Era algo tão pessoal, que se caísse nas mãos de alguém me traria um grau de exposição nunca visto.

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