Capítulo 47

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Liz

Depois da cena tensa com o Crhistian, acabei indo mais cedo pra casa. Talvez se eu tivesse passado mais um pouco de tempo fora, teria mais alguns minutos sem que uma aflição pior e por qual eu nunca tinha passado tomasse conta. Eu mal havia atravessado a sala quando o telefone tocou e minha madrinha atendeu. Pela sua reação de choque e por ouvir João Victor perguntando o que tinha acontecido, acabei voltando pra trás.

Imediatamente meu coração acelera, sabendo que algo de muito errado havia acontecido. Ela perguntou o endereço e repetiu o nome da rua. Ao ver que se tratava de um hospital, João Victor imediatamente pegou as chaves do carro e da casa e eu me coloquei em alerta.

Quando minha madrinha desliga o telefone, olha diretamente pra mim.

- É o Lucca. - ela diz. - Nós temos que ir.

Todos começam a agir imediatamente, chamando Antônio para irmos logo ao hospital que ficava em Nova York.

Stella não atendeu ao telefone e tivemos de partir sem ela mesmo. Perguntei repetidas vezes qual era o estado dele, mas minha madrinha não soube informar, muito menos o que tinha acontecido. A única coisa dita no telefonema é que ele estava cheio de lesões.

Nova York nunca pareceu tão longe quanto hoje. Comecei a ligar para o telefone de Lucca pra ver se ele atendia e mostrasse que algum engano havia acontecido, mas ninguém atendeu. Então comecei a mentalizar que ele não estava em estado grave e que ele superaria qualquer coisa que tivesse acontecido. Enviar pensamentos positivos era a única coisa que eu poderia fazer, além de continuar ligando pra Stella.

Quando chegamos no hospital, inicialmente, não me deixaram entrar. Fiquei batendo o pé na sala de espera até que dissessem que estava liberado.
Chegando no corredor onde seria o quarto do meu irmão, imediatamente ao lado Marco estava sentado em uma das cadeiras com um braço quebrado e alguns arranhões no rosto.
Apesar de estar louca por explicações sobre o que havia acontecido, já vou entrando para o quarto enquanto Marco começa a explicar pra minha madrinha o que os levara até aqui.
Coloco a mão na boca, em choque pela vulnerabilidade do meu irmão mais velho que sempre me passou uma imagem tão forte.

Ele dá um sorriso fraco ao me ver, com uma voz mais fraca ainda ao tentar dizer um oi. Eu não consegui nem forçar um sorriso para lhe retribuir.

O rosto de Lucca estava muito pior do que o de Marco. Seu olho estava roxo e tinha imensas feridas na sua boca.

- Precisava ver o outro cara. - mesmo fraco, Lucca tenta dizer no seu jeito descontraído.

- Outro cara? - respondo perdida e com a voz embargada.

Imediatamente depois, minha família e Marco entraram no quarto.

- O que deixou vocês assim? - pergunto já que fui a única que estava em falta de explicação.

-Lucca e eu viemos pra um restaurante aqui em Nova York, um encontro pra oficializar o status assumido da nossa relação. - Marco começa a explicar.

Arqueio as sobrancelhas e me viro pra Lucca que tinha um pequeno sorriso em seu rosto.

- Quando estávamos indo embora, fizemos uma pequena caminhada de mãos dadas. Dois caras que vinham em nossa direção viram isso e começaram a fazer comentários ridículos. Quando tentamos seguir andando um deles pegou meu braço e me puxou, e nisso o Lucca imediamente veio com o punho na cara dele. O outro veio e os dois começaram a socar o ele, mas consegui tirar um deles de cima dele e o brutamonte começou a focar em mim.

- Enquanto isso eu quebrava o nariz do meu adversário. - Lucca murmurou, esbanjando um sorriso de malicia e orgulho.

- Fiz um movimento falso - Marco continua. - E o outro acabou ganhando uma vantagem e torcendo meu braço.

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