Nosso ritmo

Capítulo 53

Stella

Eu não conseguia pensar no que seria adequado para aquela noite. Optei por um macacão simples de alcinha que eu usava até mesmo durante o dia, e estava feliz o suficiente para completa-lo com um salto. Prender a primeira mecha do meu cabelo para trás foi o máximo de penteado que fiz. Passei até mesmo um pouco de maquiagem, e a forma como estava quase imperceptível me agradou.

Pronta e gostando do resultado, fui até o quarto em que Lucca estava hospedado na minha casa. Com o auxílio de Marco, ele estava acabando de vestir uma camisa social branca. Pude ver alguns hematomas ainda em cicatrização no seu peito. Ele até fazia algumas expressões de dor, mas sorriu ao me ver.

- Me lembre de agradecer ao Dylan por ele estar te proporcionando tanta serotonina.

Me sentei ao seu lado na cama e prometi ficar com ele até Marco sair do banho.

- Como está se sentindo? - perguntei.

- Você sabe, eu poderia estar melhor. Mas estar sendo tão paparicado compensa.

Eu sorri estreitando os olhos para ele que realmente conseguia tirar proveito de tudo.

- O ruim é que nem vou conseguir passar autoridade para o namorado de vocês.

Meu peito acabou se pesando um pouco ao me lembrar que toda a minha família iria receber Dylan pela primeira vez como meu namorado.

- Relaxa, se as coisas começarem a desandar eu finjo alguma dor. - Lucca comentou ao notar minha expressão, que havia se fechado.

- Vai dar tudo certo não vai? Já jantamos com Dylan antes, qual diferença terá agora?

- Estou contando os minutos para ver. Mas a transição de amigo para namorado foi tranquila comigo e Marco.

- Mas desde sempre esteve escancarado que não ficaria só na amizade.

- E você é muito ingênua se pensa que sua situação era diferente.

Assim que Marco saiu do banheiro, já vestido, me dirigi até a porta e desci até a sala de jantar. Pequenos jarros de flores enfeitavam a mesa. Os sousplats de crochê rosa completavam a tonalidade.

- Ficou lindo. - comentei assim que minha mãe chegou até a mesa.

Ela assentiu com a cabeça e em seguida olhou pra mim. Ela ficou reparando de cima a baixo em silêncio.

- Qual o problema? - perguntei e passei a procurar alguma mancha ou rasgado na roupa.

- Nenhum. Está bonita, não esperava outra coisa para o jantar de apresentação do seu namorado. Além disso, está cada vez mais parecida com seu pai.

Me senti extremamente confortável ouvindo aquilo. Qualquer comparação com meu pai me deixava imensamente feliz.

- Por que diz isso?

- Pra começar, já me superou na altura. - minha mãe respondeu, e rimos juntas.

- Queria que ele estivesse aqui. - comentei, suspirando.

- Eu consigo imaginar ele se auto declarando amigo do Dylan, e fazendo algumas provocações pra declarar autoridade. - minha mãe comentou.

- Ele deve estar fazendo algum hambúrguer pra comer nos assistindo.

- Sem dúvida alguma. - minha mãe disse sorrindo. De repente o sorriso se desmanchou e seu olhar estava atrás de mim.

Me virei e Antônio estava lá de camiseta, bermuda e chinelo.