Capítulo 41

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Maju 🦋

Meu dia não estava nada bem pra falar a verdade. Desde que os sonhos com Matheus se tornaram constantes, eu tenho ficado cada vez mais estranha comigo mesma e com as pessoas ao meu redor.

Estava sem um pingo de paciência mesmo que eu tentasse ter a todo tempo com a Laura, sei que ela não tem nada a ver com isso e eu jamais faria qualquer coisa pra deixar ela chateadinha. 

Ainda mais ela que quase não apronta, é tão quietinha que eu fico pensando como que Deus foi tão generoso com a gente já que eu com a idade dela já tinha quebrado um braço de tanto que aprontava.

Léo tem respeitado meus momentos, ele sabe como tem sido difícil pra mim e tá sempre me apoiando e dando o tempo necessário pra eu poder descansar, pensar em mim e em tudo que tem me rondado.

Até ir pra escola perdeu a graça, tenho tanto medo de cruzar com ele por lá que só fico grudada em Rafaella, visto que eu sempre busco a mesma em casa.

Nós tínhamos decidido fazer uma live hoje, já foi anunciada a uma semana e tinha muitos fãs animados pra isso.

Acordei cheia de marcações no insta de fã clubes lembrando o pessoal que seria hoje assim como fãs do Léo também.

Assim que a noite chegou e deu a hora da live, comecei a me arrumar enquanto colocava a playlist no aleatório e Léo entrou rindo.

“Eu sabia que você era eclética mas não tanto.”

“Forró é bom demais.”

“Logo você que tinha preconceito.” ele me abraçou por trás enquanto cheirava meu cabelo e foi tomar seu banho.

Fico feliz por ter ele comigo em todos os momentos, sejam bons ou ruins. Léo segura muita barra comigo e nunca solta minha mão, independente do que esteja acontecendo. Eu me sinto abençoada demais.

Me posicionei em frente a câmera e assim que deu a hora iniciei, depois de uns 10 minutos Léo apareceu também e a live já tava com bastante pessoas vendo e interagindo.

Estava até difícil ler as perguntas de tantas que tinha, Laura estava quietinha jogando no celular de Léo mas o tempo inteiro eu virava pra a olhar, criança escorrega fácil demais, quando vai ver já machucou.

“Como é lidar com um relacionamento por tantos anos?” Léo leu e me olhou.

“Tem que ter muita maturidade mas isso você acaba adquirindo com o tempo juntos. Acho que não pode faltar respeito, lealdade, e amor que é a base de tudo. Eu e o Léo já passamos por muitas coisas, boas e ruins, todas estivemos juntos. Vocês viram a gente começando, terminando e voltando duas vezes, acredito que isso tudo tenha moldado quem nós somos hoje.”

“E vocês não acham que o amor possa morrer?”

“O amor morre quando não é cultivado. Eu e Léo sempre falamos que seja eterno enquanto nos faça bem, e o tempo inteiro ele me surpreende, ele me faz feliz, assim como ao contrário se não nós não estaríamos juntos. Se vocês não se apegarem em detalhes ao longo do tempo, nas coisas que fizeram o amor nascer, é normal que acabe.”

“Caralho, tem muita pergunta.” Léo disse enquanto tentava achar uma boa.

“Era live, virei coach.” disse enquanto mandava beijo.

“Essa aqui eu vou ler só pra você xingar. Ainda acho que a morte da Maria Júlia foi marketing.”

“Sim, foi marketing. Consegui segurar uma morte por três anos sem ninguém desconfiar, minha família e amigos apareceram chorando nas redes sociais por três anos por puro marketing. As publicações com fotos minhas e as homenagens também foram marketing. Vai lavar uma vasilha ao invés de ficar enchendo o saco na live dos outros.”

Isso estava constante, do nada uma galera começou a dizer que foi tudo planejado e eu estava tentando lidar com isso na maior paz de Cristo mas não dá.

“Calma, eu só estava brincando.” Léo leu com voz de deboche enquanto me olhava.

“Tá com o Patati Patatá enfiado no cu?”

Laurinha me olhou e eu fiz coração pra mesma que riu sapeca e voltou a olhar o celular.

“O que mais te irrita na Maria Júlia, Léo?” eu li o olhando.

“Quando eu tô puto, ela não dá ideia, principalmente se tiver razão. Isso me deixa com mais raiva ainda, tá ligado? Teve um dia, foi até no casamento do Alva e da bruxa da Geovanna, salve pros dois aí. Eu fiquei com raiva dela por um bagulho que aconteceu lá, ela nem deu idéia, continuou aproveitando na maior tranquilidade e depois eu que fui atrás dela.”

“Claro, batendo cabeça por ciúme bobo.”

“Bobo não que tinha fundamento.”

“Próxima pergunta, o que podemos esperar do Leozin nesse ano?”

“Muito hit brabo, e o nome do pai estampado em todos os lugares.”

“Que orgulho do meu pitico.” falei com voz de bebê beijando o mesmo que riu.

“Palhaça.”

O Acaso II - Leozin McOnde histórias criam vida. Descubra agora