O Acaso II - Leozin Mc

Capítulo 44

Leozin 🎤

Maria Júlia havia acabado de chegar do seu trabalho e eu estava com Laura no quarto.

Ela estava me pedindo desde ontem pra brincar com ela e eu acabei vindo, não tem tanta criança no condomínio e ela acaba ficando muito sozinha.

  Desci vendo Maju arrumando o almoço com o semblante de cansada, ela mal dormiu essa noite fazendo alguns planejamentos pro instagram e imagino o quanto deve estar com sono.

Nós não estávamos numa fase tão boa, tem um rapaz que trabalha com ela que vive dando em cima dela por aí mesmo sabendo que é casada.

Segundo ela, foi o primeiro garoto que ficou quando havia perdido a memória e depois mesmo ela estando com Matheus, ele ficava atrás dela, agora não seria diferente.

Ela nunca me desrespeitou mas porra, é difícil pra caralho né. Ela não abre mão de jeito algum daquela escola mesmo que não precise, as vezes bate paranóia pra caralho que seja por causa dele.

Desde que ela voltou não havíamos tido uma briga sequer nem mesmo uma discussão, mas desde que esse assunto apareceu, é a única coisa que sabemos fazer.

Eu evito ao máximo mas não consigo disfarçar quando algo me incomoda e ela fica mais puta ainda por eu estar assim.

“Bom dia.”

“Bom dia, Léo.” ela me deu um selinho rápido e voltou a mexer nas panelas.

Fiquei reparando na mesma de longe enquanto mexia no celular, Thiago estava tentando apaziguar as coisas mesmo que soubesse que era impossível nessa situação.

“É estranho saber que hoje não vai ter batalha.” ela disse enquanto me olhava.

“O que nos resta é ver vídeos antigos agora.”

“Acho que nem assim a saudade passa viu.” ela suspirou enquanto coçava a cabeça.

“Pelo menos a nossa união com os amigos que fizemos continua igual.”

“Igual mesmo, quando tô com eles me sinto como se eu tivesse 16 anos de novo.”

“Boa época.”

Ela sorriu fraco e voltou sua atenção a cozinha. Assim que terminou, foi até o quarto de Laura cuidar dela que estava meio tristinha.

Eu tentava me distrair e tratar ela normal mas isso tá me deixando pilhado pra caralho.

Respirei fundo e tentei me concentrar no trabalho que eu estava fechando, iria ficar mais um tempo longe de casa.

As duas desceram juntas e nós almoçamos após eu dar comida a Laura que já comeu e dormiu em seguida.

Peguei maconha no escritório e desci dizendo que ia dar uma volta, Maria Júlia me olhou triste mas concordou.

Entrei no carro e fui até uma área mais deserta do condomínio que dava pra ver praticamente todo o local.

Me sentei enquanto bolava o baseado e assim que comecei a fumar, fechei meus olhos enquanto sentia minha mente e corpo relaxar.

Thiago dizia que quanto mais eu batesse cabeça por isso, mais eu entregaria ela de bandeja pra ele e eu sabia que sim mas eu sou ciumento, sempre fui.

Se Maria Júlia não fosse assim, talvez eu não fosse tão inseguro. Mas além de ser gata pra caralho, ela é incrível em todos os aspectos. Seja como amiga, namorada, esposa. Seja cozinhando, cantando, dançando, ajudando, tudo ela faz bem.

Se um dia a gente terminar, eu sei bem que quem sai perdendo sou eu. Eu sei da mulher do caralho que ela é e uma frase que ela sempre dizia quando era mais nova me assusta.

“Você é seguro o suficiente pra amar uma mulher que voa?”

E as vezes acho que não sou.

Terminei de fumar e desci sentindo a brisa, entrei em casa indo direto tomar banho pro cheiro não ficar e acabar incomodando as duas.

Meu olho estava vermelho pra caralho e assim que desci, percebi ela me olhando por segundos.

“Eu te amo.” eu falei baixo enquanto a olhava.

“Eu te amo mais ainda, Leonardo.”