Cartas ao Paraíso

A décima carta

Querida Sam,

Estou lhe escrevendo porque hoje foi um dia...digamos que diferente.

Eu bebi.

Confesso que sou fraca pra bebidas, e raramente( na verdade, quase nunca) o faço.

Logo no terceiro copo, já estava levemente tonta e com um peso no estômago.

Depois de vários outros drinks, minha cabeça estava girando, e juro que era como se eu estivesse observando as coisas aconetecerem de longe, sem participar.

Então, beijei um garoto.

Seu nome não importa, mas ele foi minha paixonite do primeiro ano.

Tudo foi muito louco.

Eu estava meio fora de mim. E estava feliz.

Porque tudo me parecia extremamente engraçado. Então meus amigos fizeram certa pressão, nós estávamos bem próximos naquele sofá, e simplesmente fechei os olhos e o beijei.

Não me lembro exatamente como foi, mas sei que aconteceu bem rapidamente, e de repente eu estava com as mãos em seu rosto e o encarava.

Eu sei. Foi loucura.

Há alguns minutos, assisti à gravação dessa festa. Eu parecia meio...atirada. E isso é estranho. Nunca fui esse tipo de garota...a que teria coragem de simplesmente beijar alguém.

Porque não me lembro de por as mãos no rosto dele, ou colocar minha língua em sua boca( eu sei,falar sobre isso é meio nojento).

Então...houve um segundo beijo.

E dessa vez não posso culpar a bebida. Porque eu...quis. É. Eu quis.

O namorado de minha amiga me deu um conselho sobre aproveitar as oportunidades e curtir, eu estava meio que bêbada e alegre, pela primeira vez, sem medo do que os outros iam pensar, então simplesmente caminhei até ele e o beijei.

Dessa vez, não foi apenas um selinho. Eu realmente o beijei. E novamente, interrompi.

Não sei qual o meu problema com beijos.

Sei que tudo isso é irrelevante, Sam.

Foi apenas uma festa. Bebidas. Comida chinesa. Pedaços de carne. Beijos roubados.

Mas eu me senti...alegre.

Foi divertido, sabe.

Simplesmente não me importar com nada, nem ninguém. Fazer o que der na telha.

Talvez eu devesse praticar isso mais vezes.

Sei que provavelmente pareço uma vadia falando, mas não me importo.

Foi divertido. Esperar o ônibus, o jantar, as risadas, as piadas, os tropeços. Foi como... Se fôssemos infinitos, Sam.

E estes momentos são raros.

Então, sinceramente não me importo com as conseqüências.

Com amor,
"garota perdida"

*Ps.: São quase três da manhã, e não faço idéia de que dia seja hoje.