A 38° carta

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Querido gênio,

Confesso que eu tive certa raiva de você. Antes de falar sobre isso, deixe-me explicar o apelido. Você é inteligente - talvez uma das pessoas mais inteligentes e seguras de si que conheço, e sinceramente, isso me dá um pouco de inveja. Eu queria ser como você, e por isso, fiquei com raiva, logo que o conheci.
Você exalava uma segurança que eu não tinha - e lutava pra conseguir ter - e parecia fazer isso com facilidade; além de me parecer o tipo que não se importava com o que as outras pessoas pensavam. Isso me irritou, no começo, mas agora eu até gosto.
Então, você provavelmente não vai ler esta carta, o que é ótimo, porque seria bem vergonhoso, mas você me deixou triste por um final de semana inteiro. Por causa de uma crítica num seminário - algo bobo, eu sei. Na hora, não vi sentido naquilo, e até te achei um pouco arrogante, mas agora vejo que estava certo. Você queria ter me ouvido falar mais, e talvez, com mais segurança, eu percebi, depois de pensar sobre isso; o que me levou a refletir sobre aquilo. Minha total e completa insegurança.
Sei que preciso melhorar isso, e deixar de me importar tanto com o que as pessoas pensam/dizem sobre mim, e agora percebo o quanto isso me atrapalha. Eu não quero que outras pessoas ditem a minha vida e o que eu sou.
Obrigada por me fazer perceber isso, mesmo que você não saiba.
E eu estava errada, sobre você.
Garota perdida.

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