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A Luz do sol aquece minha pele e faz arder meus olhos, credo não lembro de ter bebido na noite anterior, então as lembranças  passam como um filme na minha mente e um sorriso bobo cresce nos meus lábios, abro os olhos devagar e me viro vendo a cama vazia, levanto e me apoio nos cotovelos, olho ao redor e não vejo suas roupas que estavam jogadas ali, olho no relógio e marcam oito horas não é tão tarde, porque ele saiu sem falar comigo, e porque porra isso me incomoda, sou sempre eu a cair fora e agora que fazem comigo estou achando ruim, acho ruim mesmo nessa boceta e por falar em boceta, tenho dificuldade para andar quando me levanto para ir ao banheiro e fazer xixi parece impossível.
- Puta que pariu ele me arrombou so pode estou fodida de todas as maneiras possíveis.
Tomo um banho quente e lavo meus cabelos, saiu e começo a me arrumar, vejo uma mensagem da Chiara.
-Tudo certo com as máquinas, pena que a garotinha da Carolina vai precisar de um doador e não vai se curar com os novos maquinários.
- Merda não acredito. - Pego minhas coisas e vou para a cozinha, está tudo limpo e tem uns homens fazendo reparos na parede.
- Karol que susto ontem viu, ainda bem que estão bem, venha fiz um suco de laranja.
Pego o suco e bebo, beijo seu rosto e saiu encontrando Cleber e Gaston.
- Bom dia rapazes, quem me acompanha hoje? - Pergunto olhando para dentro da sala esperando que ele saia, sou patética.
- Eu senhorita. - Cleber fala e Sebastian se aproxima com as chaves do carro, falo para me levarem ao hospital.
Eles me acompanham como sempre até a porta da ala e vejo Chiara que me abraça e vamos tomar um café juntas.
- Me fale sobre a filha de Carolina.
- Ela está aqui vieram cedo fezer os exames, mas não tem jeito ela precisa de um doador só a quimio não vai funcionar.
Respiro fundo e esfrego as mãos, vejo Carolina entrar na lanchonete com uma garotinha no colo, eu já vi essa menina, fecho os olhos tentando lembrar.
- Você está bem Karol? - Chiara pergunta então lembro.
- Não, não pode ser. - Acabo falando em voz alta, é a garotinha do Ruggero é a família dele.
- O que não pode ser?
- Ah é esse resultado. - Minto, meu Deus a filha dele tem câncer.
- Eu posso fazer? - Pergunto.
- O teste para saber se sou compatível?
- Você? Tem certeza?
- Sim tenho.
- Tá, vou ver um dia... - Interrompo.
- Agora tem como? - Ela me encara surpresa, e pega o telefone e aceno para Carolina, merda Karol como você vai olhar pra ela sem dizer que dormiu com o marido sei lá o que dela.
- Oi tudo bem? - Ela pergunta e sorrio.
- Tudo e vocês? - A menina sorrir pra mim e retribuo.
- Mamãe o cabelo dela é indo dolado.
- É sim meu amor.
- Palece de pincesa.
- Aí que fofa obrigado, como é seu nome.
- Letícha. Mas pode Samar de Lete e o seu?
- Eu sou a Karol.
- Mamãe ela também é minha titia. - Carolina me olha apreensiva.
- Eu vou adorar ser sua titia.
- Oba ganhei mais uma. - Sorrio ganhei meu dia, mas o incomodo ainda está aqui, depois de um tempo Lete dorme e converso com Carolina que desabafa um pouco sobre como estão as coisas e fala também do marido, essa parte eu não queria ouvir e me esforcei muito para não gritar eu dormir com ele.
Chiara aparece e diz que está tudo pronto, me despeço de Carolina e vou fazer o teste. Foi rápido de sangue.
Sigo para a empresa e começo com as reuniões, passo o dia inteiro trabalhando e no final da tarde recebo uma ligação do hospital avisando que sou compatível, nem espero nada corro de volta para o hospital e peço a Chiara que de início ao procedimento, ela me explica que existe a possibilidade de fazer uma cirugia ou um aférese, que é só uma doação de sangue mais que o médico é que vai avaliar.
Então entro na sala com ela para fazer os exames necessários, enquanto espero vou até a lanchonete e passo pelo parquinho vejo as crianças brincando e quando vou entrar na lanchonete, sinto um aperto na boca do estômago, Ruggero esta abraçado e beija o rosto de Carolina e está com Lete no colo, sinto um aperto louco no meu coração.
Que diabos eu só dormi com ele.
Volto meu caminho para a sala de Chiara e não demora muito o médico já entra com ela dizendo que faremos o procedimento por cirugia pois é mais seguro para mim.
- Tudo bem, quando podemos fazer? - Pergunto e ele se surpreende.
- podemos fazer amanhã mesmo.
- Ótimo, Chia me manda tudo por mensagem amanhã cedo estarei aqui, mas quero pedir algo?
- Do que você precisa?
- Sigilo absoluto, não quero que ninguém saiba disso.
- Tudo bem, nós temos um contrato que assinamos sobre a privacy fique tranquila.
- Obrigado. - Volto para mansão, e me sinto triste encontro Jonatas conversando com Valentina, fico um pouco com eles e depois vou para o meu quarto.
- Kah a Valu falou que talvez você teria uma camisa em seu armário? - Jo entra no meu quarto e estou tomando banho, ele abre a porta do banheiro e fala pra mim.
Desligo o chuveiro e pego a toalha me enxugando.
- Dentro do closet Jô, acho que dar certinho em você.
- Valeu você é a melhor vou dormir aqui, e amanhã tenho uma audiência não queria ir com essa camisa.
- Tudo bem. - Ele some do banheiro, ponho uma toalha no cabelo e passo meus cremes depois coloco o roupão saindo do banheiro, escuto duas batidas na porta.
- Entre. - Falo e pego o celular.
- Só queria saber se está tudo bem com você, falei com Valentina e ela... - Ele para de falar, mas seu tom de voz é como se nada tivesse acontecido entre nós, o modo Ruggero certinho do trabalho voltou e isso me irrita, então percebo que está em silêncio e olho para a porta do closet onde ele está olhando.
- Achei. - Jonatas fala vestindo a camisa que falei mas ela está aberta, então volto meu olhar para Ruggero que está me encarando, seus olhos não consigo ler mas percebo seu maxilar travar.
- Vejo que está muito bem, não estou de plantão essa noite, mas qualquer coisa se precisar procure Sebastian, tenha uma boa noite Senhorita Sevilla. - Arregalo os olhos ele nunca nem mesmo quando brigava comigo me chamou assim principalmente com esse tom frio e seco.
- Porra o bofe pensou que eu e você...
- Argh. - Grito me jogo de costas na cama.
- O que está esperando aí vai atrás dele.
- Você acha?
- Sim vai logo. - Saiu do quarto correndo e vejo sua silhueta na cozinha sei que Ana já foi, corro até lá no momento que ele está pra sair da casa.
- Espere. - Ele me encara e volta.
- O que você viu lá no quarto, nós não..
- O que você faz da sua vida não me diz respeito, eu sou seu guarda costas.
- Eu sei.. eu entendo que esteja chateado com o que viu, mas o Jônatas ele só pediu uma camisa, porque vai dormir aqui e amanhã cedo tem uma audiência e ele foi pegar no meu quarto enfim não aconteceu nada entre a gente.
- Guarde suas explicações senhorita Sevilla, sua vida pessoa não me interessa. Minha boca se abre chocada com sua rispidez, engulo em seco cruzo os braços e empino o queixo.
- Ótimo, não quero cochichos amanhã sobre como eu estava gemendo enquanto era fodida. Vejo seu maxilar travar de novo e ele estreita os olhos pra mim.
- Boa noite Major. - Cuspo as palavras e volto para o meu quarto, quando estou subindo as escadas não consigo segurar as lágrimas vem como um turbilhão, entro no quarto e bato a porta.
- Oh meu amor vem cá vem.
Choro mais ainda e não consigo parar começo a soluçar.
- Ele é... Um idiota... Não quero... Vê-lo nunca mais. - Jonatas alisa minhas costas.
- Porque eu estou chorando assim? e porque sinto essa dor no meu coração? porque ele foi só sexo.
- Isso é o que sua boca diz, mas aqui sabe bem que está apaixonada. - Ele aponta para o meu coração.
- Eu não me apaixono. - Ele rir da minha mudança de humor de melancólica para irritada.
- Se você diz, mais isso é paixão e daquelas de enlouquecer.
- Vai se foder já disse que não tenho essa doença. Ele se joga na minha cama gargalhando.

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