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Não acredito que beijei ele, tipo beijei mesmo eu estava pronta para deixá-lo implorando iria só raspar meus lábios nos seus e quando vi já estava sugando sua língua deliciosa diga-se de passagem.
O incrível foi o que senti, como uma descarga elétrica sacudindo todo meu corpo e porra nunca senti isso em toda minha vida o beijo me deixou desnorteada que nem vi Valentina me chamando.
E quando entramos naquela sala e fomos apresentadas eu não conseguia prestar atenção em nada, sei que um velhote se levantou contra mim, e um outro deu razão me disseram coisas horríveis e eu não queria diminuir ninguém então levantei e sai da sala, percebi que Ruggero não estava na sala e sim aquele Sebastian então perguntei ao que estava ao lado de fora onde ele estava e pedi que não me seguisse eu queria falar com ele a sós, mas quando cheguei lá e ouvi suas palavras com alguém ao telefone.
- Mas você me ama.
Pode deixar dona Carolina, beijo me avisa quando estiver chegando vou buscá-las no aeroporto.
- Outro pra você e para meu raio de sol.
Raio de sol era assim que mamãe me chamava, puta que pariu, ele tem uma família e eu sou uma vadia por tentar seduzi-lo, mas quem pode me culpar esse homem é gostoso só de olhar, e a boca é de outro mundo eu poderia facilmente me apaixonar. Começo a tossir com meus pensamentos e ponho a mão na boca ou vou ser descoberta, saiu correndo trombando em quem passa e entro no primeiro táxi que vejo, preciso ficar distante por um tempo, peço para que me deixem na reserva, ora de conhecer esse lugar.
Assim que desço fico encantada com o tamanho de isso aqui, entro e na recepção me pedem um documento, droga vasculho a bolsa e encontro a minha carteira de habilitação onde só tem o sobrenome da minha mãe.
Me dão um passe e começo mas paro ao ver uma linda cachoeira retratada nas fotos, sigo o caminho que indicam as setas e vou até ela.
Sento perto e fico observando a cachoeira e faço um stores do lugar no meu Instagram, meus seguidores começam a perguntar onde fica esse lugar tão lindo, aqui seria perfeito para compor é um lugar incrível, tiro da bolsa meu caderninho e começo a escrever uma letra as palavras fluem entro em mundo todo meu que até esqueço todos os problemas.

- Me dá um motivo convincente. - Escuto sua voz bem atrás de mim, dou um saltinho pelo susto, fecho o caderno e jogo na bolsa, olho ao redor e a quantidade absurda de seguranças chama a atenção das pessoas.
Mas que porra, levanto e o encaro com cara de poucos amigos.
- Não te devo motivo algum.
- Foi o que pensei, vamos embora. - Começo a rir.
- Não vou embora com você.
- Ah vai sim, deixe de ser malcriada e vamos embora agora mesmo. - Não me movo do lugar, nem se quer pisco, cruzo os braços e empino o queixo desafiando a me tirar dali.
Ruggero me joga em seu ombro como se eu fosse um saco de batatas e vejo Michael segurar o riso, aponto o dedo pra ele que está bem diante de mim já que estou de cabeça pra baixo.
- Você me paga também, me põe no chão idiota. - Fecho o punho batendo em suas costas mas sei que não fazem nem cócegas e recebo um tapa na bunda, arregalo os olhos.
- Fique quieta ou juro que vou ser bem criativo ao lhe castigar.
- Você não pode fazer nada comigo me põe no chão. - E ele me põe no chão mas já me empurra de leve para dentro do carro, e senta ao meu lado.
A vontade de mata-lo é enorme, mas quando me encara com aqueles olhos castanhos que decifram sua alma, chego a me contorcer toda para não montar nele e beija-lo até perder toda essa pose, merda o que estou pensando, viro para a janela e vasculho na bolsa meus fones de ouvido, coloco e ligo o celular na minha playlist colocando no último volume, quando ele tenta me dizer alguma coisa.

Desço do carro assim que para e entro em casa, mas sei que ele está me seguindo.
- Karol graças a Deus, quer me matar do coração.
- Não quero falar com você agora e deixe os cães de guarda fora do meu quarto. - Grito sem dar a chance dela retrucar, bato a porta com força e tranco.
Vejo a foto dos meus pais, pego.
- Eu odeio você, até morto faz da minha vida um inferno. - Jogo o porta retrato com força acertando um vaso que cai quebrando em mil pedaços.
Me sento no chão, chorando e escuto batidas fortes na porta.
- Karol abra a porta. - É a voz de Valentina mas não foi ela que bateu não dessa forma.
- Vá embora Valentina me deixe sozinha.
- Não acha que já ficou tempo demais sozinha hoje.
- Não. - Grito e vou para o banheiro tomar um banho, já chorei, já gritei, esperniei agora é hora de ser adulta.

- Estava em baixo da coberta com os fones no ouvido, computador e meu violão tentando compor uma melodia.
Vejo a tela do meu celular piscar e o nome de Analu.
- Fale meu bombom.
- Vejo que a birra acabou.
- O que posso fazer eu tenho meus momentos.
- E isso inclui em ver Valentina?
- Não agora, quero ficar sozinha.
- Tem certeza?
- Absoluta Aninha.
- Pois abra a porta que fiz um lanche.
- Não vou recusar meu estômago roncou.
- Não vai recusar porque sabe que vou puxar suas orelhas e te colocar de castigo.
- O que posso fazer foi você que trocou minhas fraldas. - Abro a porta dando de cara com Ruggero.
- Achei que tinha sido bem clara. - Desligo e pego a bandeja e solto a porta para que ela feche e dou as costas.
- Nem tudo é como você quer.
- Ah não puta que pariu.
- E o que mais, vai continuar bancando a patricinha mimada.
- Não, vou bancar a patroa, saia do meu quarto. Ele rir e continua ali em pé.
- Anda você ouviu saia.
- Você não é minha patroa, eu não trabalho pra você, no meu contrato tem o nome da Valentina não o seu.
- Então tá, fique a vontade. - Faço um gesto com a mão, ele se aproxima e senta na poltrona.
Ponho meus fones no ouvido e volto a pegar meu violão, bebo o suco e continuo com a minha melodia.
Ele ficou ali sentado me observando, duas horas se passaram e ele continuava lá, reviro os olhos desligo o computador e tiro os fones, levanto e ponho o violão no pedestal, abro as portas da minha varanda e saiu.
- Quando vai entender que não estou contra você, e que estou só fazendo o meu trabalho.
- Seu trabalho consiste em me dar palmadas.
- Quando você merece sim. - Continuo olhando as estrelas.
- Não pode sair assim Karol e se alguém pega você antes da gente chegar, só quero que pense antes de fazer.
- Tudo bem senhor Pasquarelli mas alguma coisa?
- Sobre o que aconteceu entre a gente...
- O que exatamente aconteceu? - Pergunto seria e ele me encara.
- Você sabe muito bem o que aconteceu, foi..
- Um erro, é também acho não se preocupe não vai se repetir, agora se me der licença, tenho um funeral amanhã.
Ele assente e parece surpreso.

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