Entrelinhas

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Saiu da biblioteca e não vejo o marrentinho.
- Ele precisou resolver um problema. - Escuto o outro falar e assinto.
- Então você também é um oficial? - Pergunto e ele fica em silêncio.
- Ok nada de perguntas pessoais a babá é isso?
- Major Michael Ronda brigada blindada, o que mas quer saber?
- Uau estou impressionada Major.
- Não uso o título. - Ele diz.
- Porque? Você é um Major.
- Tem certas coisas que pesam muito na vida e o que um dia trazia satisfação hoje pode trazer...
- Dor? - Pergunto.
- Eu diria incomodo mas isso também.
- Entendo.
- Você tem aula agora no auditório.
- Sim, é do outro lado.
Michael me acompanha e fica na porta.
Assisto a aula com um palestrante de penal, meu telefone toca é Malena.
Saiu da sala com o telefone no ouvido.
- É sério, ok eu tenho ensaio essa tarde mas podemos nos ver a noite lá.
Entramos no carro e Mike senta ao lado de João.
- João vamos para o estúdio, eu vou almoçar lá e vocês podem almoçar ali tem um restaurante.
Vejo quando Mike me observa pelo retrovisor ele sorrir.
Caramba esses homens do exército tem alguma coisa não é possível.
Chego ao estúdio e pego meu violão e Michael me segue.
- Pode ir almoçar Major, não vou sair daqui até às três.
- Não se preocupe comigo Karol estou bem, vou esta aqui se precisar de mim.
Ele abre a porta e assinto entrando no estúdio.
- Ei Kah tenho uma novidade, vamos começar as gravações e em alguns meses saímos em turnê.
- É sério?
- Sim, vamos gravar garota.
- Agora, estou eufórica quero gritar.
Ele rir me abraçando.
Quando terminamos o ensaio vou direto pra casa e me tranco no quarto, termino um projeto da faculdade, tomo um banho e quando saiu ligo o som da minha playlist a voz de Danna Paola em Mala fama, tiro a toalha e começo a vasculhar procurando uma roupa, uma saia preta que vai em cima do joelho com um rasgo na coxa super sexy e um cropped com amarração no seio, calço uma botas cano alto aliso o cabelo e faço uma maquiagem bem caprichada, jogo um casaquinho brilhoso meio longo pego uma bolsa pequena e passo um gloss nos lábios.
Desligo o som e quando abro a porta dou de cara com o marrentinho e a mão fechada em punho penso que iria bater na porta, ele me encara.
- Algum problema?
- Você não pode sair hoje. - Meu sorriso presunçoso sai sem que possa conter.
- Ah sim e você é quem mesmo? Ah esqueci a babá. - Passo por ele e desço as escadas.
- Kah, que linda você vai sair? - Valentina pergunta.
- Sim, vou ao open bar.
- Ela não pode sair da casa. - Ele fala atrás de mim.
- Hoje recebemos mais uma ameça, e dessa vez foi direta pra mim. - Valentina fala e vejo em seus olhos que está apavorada, me aproximo dela e a abraço.
- Não vai acontecer nada com você está ouvindo, nem que eu tenha que assumir a porra daquela empresa pra te tirar dessa. - Ela segura minha mão.
- Seria prudente que ficasse em casa.
- Só que você está falando com Karol, não existe essa palavra no meu dicionário. - Valentina sorrir.
- Tome cuidado.
- Você deveria vim comigo.
- Não posso, não tenho cabeça.
- Esse é problema vai surtar, como já sou não ligo, vou nessa.
Fecho a porta e desço os degraus me aproximo da casinha onde os seguranças ficam.
- Então quem vai comigo? - Pergunto chamando a atenção deles pra mim.
- Você não pode sair. - O marrento pra variar, reviro os olhos.
- Não perguntei se posso, estou dizendo que vou sair. - Escuto o carro estacionar me viro para entrar no carro quando escuto.
- Deixa comigo João. - Ele pega as chaves na mão do João e senta no banco do motorista, e entro me sentando atrás, observo mais quatro homens entrando no carro atrás do nosso e Michael entra na frente ao lado dele.
- Para onde a madame deseja ir? - Reviro os olhos.
- Open bar.
- Porque isso não me surpreende. - Ele resmunga.
- O que é o Open bar. - Michael pergunta
- Um local onde jovens vão para se divertir beber e ouvir música, sim esse é o Open bar, mas pelo visto não é a praia do velhote aí.
Ele freia bruscamente o carro.
- Tá maluco. - Grito.
- Você me chamou de que?
- Caralho Rugge... - Michael resmunga.
- De velhote é isso que você é idiota agora quer andar ou pego um táxi.
- Garota, velhote... - Michael tampa a boca dele.
- Open bar vamos agora. - Ele assente e fico curiosa com o que ele iria dizer, Michael estraga prazer.

Entro no Open bar os seguranças se dividem dois no carro, dois na porta e Michael e Ruggero entram no local um na ponta e outro na outra.
Encontro Malena e mais algumas amigas.
- Aí que bom que chegou, vejo que trouxe seus amigos. - Bufo.
- Não aguento mais isso, sério se não fosse Valentina já teria sumido.
- Eu sei amiga ela precisa de você, como você precisa dela, mas hoje a noite é nossa vamos aproveitar.
Assinto e chamamos o garçom fazemos nossos pedidos ele logo trás, depois dançamos um pouco e a música ao vivo começa, peço mais uma bebida e depois decido encerrar minha noite.
Saiu do local e minhas babás me acompanham entro no carro, e os dois não dizem nada, tiro o celular da bolsa vendo a quantidade de comentários no meu vídeo de ontem.
- Você viu? - Escuto Michael perguntar.
- Sim. - Levanto o rosto e ele me olha pelo retrovisor.
- Coloca o cinto Karol.
- O que está acontecendo?
- Só coloca o cinto. - Ele fala sério e puxo o cinto com raiva colocando e ele acelera o carro.