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Eu escutava o bip bip e minha cabeça estava tão pesada meus olhos ardiam mais com um pouco de força consigo abrir ao menos um pouco, o rosto de um homem com uma máscara entra em meu campo de visão, ele põe uma luz nos meus olhos e acompanho a luz.
- Karol consegue me ouvir, se consegue aperte minha mão. - Consigo apertar.
- Ótimo, vamos tirar o respirador e você vai conseguir falar tudo bem. - Aperto de novo a mão dele, eles tiram máscara e um tubo que estava na minha garganta.
Uma enfermeira se aproxima com um copo e um canudo.
- É água beba um pouco. - Eles levantam a cama e arrumam as almofadas me fazendo sentar, bebo a água e sinto minha garganta arder e bebo mais um pouco. Ela então se afasta, o médico faz alguns procedimentos.
- Como se sente?
- Fui atropelada. - Falo e ele sorrir.
- É bom humor já é alguma coisa, Você está enfaixada, porque quebrou duas costelas e leva mais ou menos de quatro a oito semanas para se recuperar o mesmo acontece com seu pé, fraturou o tornozelo.
- Perfeito mais alguma coisa podre? - Ele rir.
- Você teve uma hemorragia no abdome, e quero verificar se ficou algum rastro de sangue. - Ele liga uma máquina e passa um gel fazendo uma ultrassom.
- Está limpo, sem nenhuma sequela, os hematomas vão diminuindo aos poucos não se preocupe.
- E isso? - Aponto para uma faixa na minha testa.
- Uma lesão, que conseguimos tirar com a cirugia, tudo sob controle senhorita, continue progredindo e logo vai pra casa.
- Nem acredito que estou viva. - Falo.
- Você chegou aqui em estado grave, e vê-la se recuperando tão bem, realmente é muito forte, bom vou deixá-la tem gente lá fora querendo entrar mais não se canse muito ok mocinha.
- Sim senhor.
- Te vejo mais tarde Karol.
- Obrigado doutor. - Mal termino de falar, e uma Valentina com os olhos cheios de lágrimas invadi o quarto, e acaricia meu rosto, beija minha mão.
- Você está aqui aí meu Deus.
- Eu só dei uma voltinha no inferno chutei a bunda do diabo e ele me expulsou de lá acredita, gente sem senso de humor.
- Não brinca com isso sua idiota.
- Ok já parei vem aqui, quero te abraçar nem que seja bem devagar. - Ela assente e me abraça devagar.
- Eu amo você.
- Eu também amo você, e vamos superar isso juntas mais uma vez. - Ela diz.
- Sempre, e esse pulso?
- Já está bem melhor.
- Como saímos de lá, o Salim ele...
- Está morto, Ruggero estourou a cabeça dele.
- Ruggero... Como ele está? Eu lembro de ouvir sua voz bem longe mais minha cabeça não funcionava muito bem.
- Eu sei foi horrível não quero ficar lembrando e você deveria fazer o mesmo.
- Eu sei, mais tem uma coisa que eu preciso saber, eu preciso abrir aquele cofre entende.
- Karol pra que, eu por mim queimava aquela casa com tudo dentro não quero voltar ali nunca mais.
- Por mim, por favor? - Suplico e ela revira os olhos.
- Tá quando você sair daqui vamos até lá satisfeita?
- Muito.
- Só não teremos a mesma escolta mais temos seguranças bons.
- Como assim?
- Eles se foram, o perigo acabou e o trabalho deles também. - Uma angústia me consome.
- Ele está bem não se preocupe, levou um tiro no braço, mais já se recuperou.
- Quanto tempo estou no hospital?
- Duas semanas.
- Porra duas semanas.
- Sim, estou me revesando na Sevilla mais sabe aquilo lá não funciona sem um general, e seu agente veio aqui todos os dias ver como estava. - Sorrio.
- Minha música...
- Parece que tragédia comove a população, não que sua música não fosse boa, ela é incrível, mais você está em primeiro lugar em todas as rádios, e subiu no ranking garota são mais de cinquenta mil visualizações, a quantidade de jornalista na porta de cada lugar que vou é impressionante. - Sorrio toda boba.

A semana passa e consigo me recuperar aos poucos, nesse meio tempo recebi meu produtor, uma revista e a casa discografica, a magrela também veio me ver e trazer várias papeladas para mim assinar e Agustin também me deu um beijo, preciso encontrar alguém de confiança para ficar no meu lugar, não posso deixar nas costas de Valentina, então uma ideia passa pela minha cabeça, e peço que chamem Chiara pra mim.
Ela aparece no final da tarde conversamos e peço que entre em contato com Carolina e peça para ela ir até a minha casa já que amanhã finalmente terei alta.
Uma mensagem de Chiara no meio da noite confirma que ela vai.

Amanhece e Agustín esta ali para me buscar juntamente com Valentina, eu sei meu coração esperava vê-lo, mais ele não apareceu e sei que ele tem família eu só... aí deixa pra lá o que eu pensei, não estou doente, Karol pé no chão, pé no chão.
O carro para em frente a casa, um mês atrás eu entrei aqui e aquele maldito acabou comigo.
- Tem certeza? - Agustin pergunta.
- Sim eu preciso fazer isso. - Então desço pulando igual saci e ele me entrega duas muletas, entramos na casa Valentina ao meu lado e descemos direto para a cantina.
Me aproximo do cofre, a marca do meu sangue ainda está ali, e recordações daquele dia invadem minha memória, até às palavras de Salim para Ruggero vem bem nítidas, coloco a data de aniversário da mamãe e o cofre abre.
- Você tinha o código? - Valentina pergunta.
- Não chutei. - Começo a tirar tudo de dentro e Agus põe em cima de uma mesa, um envelope pardo me chama atenção, tem letras pretas.  
- AFEGANISTÃO. - Abro e tem muitas fotos.
- Mas que porra é essa? - Agustin pergunta e mostra a foto de Ruggero outra de Michael e todos os caras que estavam trabalhando na minha casa eles estão fardados com a roupa do exército, tem mais alguns que não conhecemos.
- Então pego um papel é um email que tem escrito, execução, começo a ler e minhas mãos tremem.
- Maldito, desgraçado ele mandou executar a tropa do Afeganistão e queria a cabeça de Ruggero, porque ele fez isso porque? - Agus revira os papéis e acha um.
- Isso explica, aqui diz que Ruggero e seu batalhão reduziram os roubos de petróleo, ele ganhou medalhas por estabelecer a ordem e proteger a cidade e crianças.
- Tudo por conta de um poço de petróleo.
Pego o jornal da mão de Agus e vejo a foto de um cara abraçado a Ruggero com cabelos enrolados.
Soldado Lopes dizia o artigo, foi capturado e mesmo amarrado torturado e com dois tiros na barriga, conseguiu se libertar e matou os meliantes, dando a possibilidade ao major que tinha levado um tiro na perna de fugir, Lopes morreu no local.

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