Capítulo 24

22 3 8
                                    

A ideia inicial do plano, surpreendentemente, havia sido de Rose, mas tudo fora madurado por Maria e Cassie. Daniel e Tom tinham uma única tarefa, manter Gorna dentro da caverna e os demônios distraídos enquanto as meninas colocavam a parte mais complicada do plano em prática. Sem saberem como e onde Ethan estava aprisionado, precisavam de uma forma de investigar a caverna sem correrem o risco de serem descobertas. Os cinco conversavam sobre isto enquanto aguardavam alguma manifestação na praia rochosa, mas foi no instante em que Rose olhou em direção ao Mercado dos Peixes que a ideia se acendeu em sua mente.

— O que você sabe sobre aquelas marcas de feitiço de ocultação? — Perguntara Rose, olhando para Cassie e desenhando na areia o formato do símbolo encontrado nas pedras das muretas do porto.

Franzindo o cenho, a loira havia respondido que conhecia apenas o básico, mas estudava as variáveis que Mel utilizava nas armas para as ocultarem dos olhos mortais. Foi esse fato que fez Rose abrir um sorriso malicioso e convencido, permitindo que Cassie lesse sua mente e abrisse seu próprio sorriso orgulhoso, seguido de uma explicação de como poderiam utilizar a magia para entrar na caverna sem serem detectados.

— Como vai esconder a essência celi? Os demônios possuem grande facilidade em nos rastrear. — Havia dito Tom, fazendo-os franzir o cenho e trocarem olhares preocupados, mas a resposta veio segundos depois, diretamente de Maria.

— Consegue embaralhar nossas essências? — Perguntou à Cassie, recebendo um olhar seguro de confirmação.

— Está tudo na mente, não é?

Tudo após isso aconteceu em um borrão comandado por Cassie. A celi passara longos minutos em um transe onde as íris da cor do céu noturno adquiriram um suave brilho prateado e o ar ao redor deles tremulou com a magia que ela liberava. Sempre conseguira realizar pequenos feitiços, algumas vezes, se reunisse grande quantidade de poder, podia invocar magia o suficiente para feitos maiores, como da vez que expurgara o demônio de dentro de Damon, salvando-o de uma vida de possuída servidão. Em sua frente haviam reunido as três pedras luminas pertencentes às três garotas celis, que brilhavam com a mesma luz prateada que banhava aos olhos de Cassie, modificando-as e as incumbindo de um novo poder.

— Está pronto. — Sussurrou após algum tempo, permitindo que seu corpo caísse sobre a areia e se recuperasse. O toque quente e acolhedor de seu irmão rapidamente estava sobre sua cabeça, acariciando-a e renovando-a ao dividir um pouco de sua energia. Ainda havia muito o que fazer.

— Vai funcionar? — Maria perguntou enquanto colocava sua pedra no dedo, semicerrando os olhos em busca de alguma mudança apesar da escuridão da noite.

— Torcemos que sim. — Disse Daniel.

Eles passaram os minutos seguintes em vigília, concentrados na entrada da caverna; o silêncio apenas foi rompido quando a magia negra se tornou pungente ao redor deles e, enfim, Gorna aparecera.

Rapidamente, Cassie colocou em ação os próximos passos do plano, ligando suas mentes e embaralhando suas essências no processo. Elas observaram quando Gorna desapareceu entre os rochedos acompanhada pelos amigos encobertos pelas sombras de Daniel.

— Agora é com a gente. — Sussurrou Maria, pegando as mãos delas e formando um círculo enquanto se mantinham escondidas; atentas aos acontecimentos dentro da caverna através da ligação.

A voz de Cassie rapidamente soou como um antigo cântico ao luar. Ela, mais uma vez, sentiu a magia dentro de si se manifestando e lhes guiando, roçando-as e tornando-as algo diferente do que eram. As pedras luminas se iluminaram suavemente, esquentando em suas peles e as modificando. Em um instante eram celis e no outro seus corpos gritavam em dor e agonia, mas rapidamente vestiam a casca repugnante dos demônios colligo.

Preço de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora