Five pega um rastreador no chão e senta na bancada pegando uma faca fazendo um corte no seu braço, ele tira um pino estanho.
— Oque é isso? — Pergunto.
— Um rastreador.
— Ta bom, matamos os caras mas eu quero saber quem são. — Digo nervosa.
— Irrelevante. — Five levanta saindo da lanchonete.
— É sério? — Falo revirando os olhos.
Resolvemos ir para a casa da Vanya, entrei pela porta mas Five queria entrar pela janela, que garoto estranho.
Ouço a porta ser aberta e Vanya entra tomando um susto com Five sentado na poltrona ligando o abajur e eu estava deitada no sofá.
— Meu deus. — Vanya coloca a mão no peito.
— Devia trancar as janelas. — Five diz.
— Eu moro no segundo andar.
— Da pra escalar.
— Ok, mas por que entraram pela janela? s/n tem a chave.
— Eu entrei pela porta, esse daí entrou pela janela, preferi não questionar pra não ficar maluca igual a ele. — Digo e Five revira os olhos.
— Por que está aqui? — Vanya pergunta pra Five.
— Decidi que só posso confiar em você. — Five responde para Vanya.
— Ei? eu to aqui também. — Digo.
— Eu fingo que você não esta. — Five da um sorriso debochado e eu reviro os olhos cruzando os braços.
— Ta bom, mas por que eu? — Vanya continua.
— Porque você é comum, e vai me ouvir.
Vanya fica quieta por uns minutos pensando.
— Isso deve estar bem feio, vou pegar algo pra limpar. — Levanto indo até o banheiro que devia ter, pego algodão e álcool e volto pra sala.
Me estico sentando mais perto de Five e pego no seu braço puxando a manga para cima, faço uma careta pelo machucado estar bem feio, vou limpando enquanto eles conversam.
— Quando eu saltei no tempo, e fiquei preso no futuro, sabe oque eu encontrei?
— Não
— Nada, absolutamente nada, até onde eu pude perceber, eu era a última pessoa viva, eu não consegui descobrir oque matou a raça humana mas descobri outra coisa. — Five suspira. — O dia em que aconteceu.
Levanto a cabeça terminando de limpar o machucado prestando mais atenção na conversa que era bem importante.
— O mundo acaba em oito dias, e eu não sei oque fazer para impedir.
— Eu vou fazer um pouco de café. — Vanya diz do nada.
(...)
— Tive que me virar com as sobras, comida enlatada, baratas, oque desse pra achar. — Five diz enquanto eu e Vanya prestamos atenção. — Nos adaptamos, pra qualquer dificuldade que achamos, dávamos um jeito de superar. — Olho confusa, pensei que ele estava sozinho lá.
— Nós? — Vanya pergunta.
— Tem alguma coisa mais forte? — Pergunta levantando o copo de café.
Vanya levanta e pega uísque na sua prateleira e coloca em um copo para Five, ficamos olhando para Five confusas.
— Acham que eu estou maluco né? — Diz rindo.
— Não. — Eu e Vanya falamos em uníssono. — É que é muita informação pra absorver. — Vanya diz e eu concordo.
— Me falam exatamente oque não entendem?
— Por que não se teletransportou de volta? — Pergunto.
— Nossa, como eu não pensei nisso antes. — Five diz revirando os olhos. — Viagem no tempo é uma armadilha, entrei no gelo e não virei noz. — Fingi que entendi.
— Acha mesmo que eu não tentei de tudo pra voltar pra minha família? — Five rosna.
— Ta bom, eu só fiz uma pergunta estressadinho. — Digo voltando pra sala.
— Não devia ter vindo aqui, você é muito ingênua para entender. — Five diz indo para a porta.
— Five, espera. — Vanya diz. — A gente não se vê a muito tempo, não quero te perder de novo. Já tá ficando tarde, eu dou aula cedo e preciso dormir, e tenho certeza que você também.
— Aqui. — Vanya arruma uns lençóis no sofá. — Boa noite pra vocês dois.
— Boa noite Vanya. — Digo sorrindo.
— Boa noite. — Five diz para Vanya.
Vou para o banheiro tomar um banho e colocar meu pijama, eu tava bem cansada e dormiria que nem uma pedra.
Volto para sala onde vejo Five sentado com um olho na mão.
— Por que tem um olho? espero que não seja de verdade. — Digo parada na sala.
Five olha pra mim e abaixa seu olhar para meu corpo que estava um pouco a mostra pelo pijama ser curto, fico envergonhada mas ele desvia o olhar para o olho de novo.
— É um olho de verdade. — Ele diz e eu arregalo os olhos. — Eu achei ele onde eu estava, e por alguma razão a pessoa que tem esse olho vai ser a causa do apocalipse.
— Como sabe?
— Palpite. — Five levanta o olhar para meu rosto. — Eu tenho que contar uma coisa.
Chego perto e sento no colchão.
— Oque?
— Não pode contar isso para nossos irmãos, não por enquanto. — Ele diz e eu assinto. — Todos estavam mortos, eu vi.
— Como assim? você viu nossos irmãos?
— Sim, e você também, estavam mortos, eu não sabia quem era você mas eu havia visto seu corpo junto.
Respiro fundo e fico um pouco tensa com isso.
— Isso deve ter sido horrível pra você, ver seus irmãos mortos.
— Sim, foi.
Five volta seu olhar para o olho novamente, levanta do sofá indo em direção a porta.
— Onde vai? — Pergunto levantando do colchão.
— Eu resolver umas coisas— Five diz saindo e fechando a porta sem me deixar responder.
Apago a luz da sala deixando apenas a do banheiro ligada e deito no colchão, durmo logo em seguida.
(...)
Sinto um calor em meu rosto, a luz do sol batia na janela da sala que não havia cortina, sento no colchão coçando os olhos, olho para o lado vendo que Five não havia voltado, levanto e vou para a cozinha fazer um café.
— Bom dia s/n — Vanya sai do quarto.
— Bom dia Vanya.
Vanya vai para a sala. — Oi, cinco?. — Ela vê a sala vazia
— Ele não dormiu aqui ontem, saiu logo depois que você foi dormir.
— Ah, vou trocar de roupa e ir na mansão vê se ele está lá, quer ir?
— Quero sim, só vou trocar de roupa. — Digo. — Fiz café, tá na garrafa térmica.
Vou até minhas malas e tiro uma roupa fresca de lá, uma calça jeans, uma blusa de alça branca, minha jaqueta de couro e um all star.
— Você vai voltar pra Londres que dia? — Vanya pergunta enquanto eu me troco.
— Eu não sei, não comprei passagem de volta, só de ida. — Dou de ombros. — Quero passar mais dias aqui pra ficar com vocês.
— Que bom. — Vanya da um sorriso e eu retribuo.
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Tʜᴇ Wɪᴛᴄʜ - Fɪᴠᴇ Hᴀʀɢʀᴇᴇᴠᴇs
FanficNo mesmo dia de 1989, mulheres sem qualquer ligação entre si e que até o dia anterior não apresentavam nenhum sinal de gravidez deram à luz 43 crianças. Sete delas foram adotadas por Sir Reginald Hargreeves, um industrial bilionário, que decide cria...