Capítulo 24

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Five pega um rastreador no chão e senta na bancada pegando uma faca fazendo um corte no seu braço, ele tira um pino estanho.

— Oque é isso? — Pergunto.

— Um rastreador.

— Ta bom, matamos os caras mas eu quero saber quem são. — Digo nervosa.

— Irrelevante. — Five levanta saindo da lanchonete.

— É sério? — Falo revirando os olhos.

Resolvemos ir para a casa da Vanya, entrei pela porta mas Five queria entrar pela janela, que garoto estranho.

Ouço a porta ser aberta e Vanya entra tomando um susto com Five sentado na poltrona ligando o abajur e eu estava deitada no sofá.

— Meu deus. — Vanya coloca a mão no peito.

— Devia trancar as janelas. — Five diz.

— Eu moro no segundo andar.

— Da pra escalar.

— Ok, mas por que entraram pela janela? s/n tem a chave.

— Eu entrei pela porta, esse daí entrou pela janela, preferi não questionar pra não ficar maluca igual a ele. — Digo e Five revira os olhos.

— Por que está aqui? — Vanya pergunta pra Five.

— Decidi que só posso confiar em você. — Five responde para Vanya.

— Ei? eu to aqui também. — Digo.

— Eu fingo que você não esta. — Five da um sorriso debochado e eu reviro os olhos cruzando os braços.

— Ta bom, mas por que eu? — Vanya continua.

— Porque você é comum, e vai me ouvir.

Vanya fica quieta por uns minutos pensando.

— Isso deve estar bem feio, vou pegar algo pra limpar. — Levanto indo até o banheiro que devia ter, pego algodão e álcool e volto pra sala.

Me estico sentando mais perto de Five e pego no seu braço puxando a manga para cima, faço uma careta pelo machucado estar bem feio, vou limpando enquanto eles conversam.

— Quando eu saltei no tempo, e fiquei preso no futuro, sabe oque eu encontrei?

— Não

— Nada, absolutamente nada, até onde eu pude perceber, eu era a última pessoa viva, eu não consegui descobrir oque matou a raça humana mas descobri outra coisa. — Five suspira. — O dia em que aconteceu.

Levanto a cabeça terminando de limpar o machucado prestando mais atenção na conversa que era bem importante.

— O mundo acaba em oito dias, e eu não sei oque fazer para impedir.

— Eu vou fazer um pouco de café. — Vanya diz do nada.

(...)

— Tive que me virar com as sobras, comida enlatada, baratas, oque desse pra achar. — Five diz enquanto eu e Vanya prestamos atenção. — Nos adaptamos, pra qualquer dificuldade que achamos, dávamos um jeito de superar. — Olho confusa, pensei que ele estava sozinho lá.

— Nós? — Vanya pergunta.

— Tem alguma coisa mais forte? — Pergunta levantando o copo de café.

Vanya levanta e pega uísque na sua prateleira e coloca em um copo para Five, ficamos olhando para Five confusas.

— Acham que eu estou maluco né? — Diz rindo.

— Não. — Eu e Vanya falamos em uníssono. — É que é muita informação pra absorver. — Vanya diz e eu concordo.

— Me falam exatamente oque não entendem?

— Por que não se teletransportou de volta? — Pergunto.

— Nossa, como eu não pensei nisso antes. — Five diz revirando os olhos. — Viagem no tempo é uma armadilha, entrei no gelo e não virei noz. — Fingi que entendi.

— Acha mesmo que eu não tentei de tudo pra voltar pra minha família? — Five rosna.

— Ta bom, eu só fiz uma pergunta estressadinho. — Digo voltando pra sala.

— Não devia ter vindo aqui, você é muito ingênua para entender. — Five diz indo para a porta.

— Five, espera. — Vanya diz. — A gente não se vê a muito tempo, não quero te perder de novo. Já tá ficando tarde, eu dou aula cedo e preciso dormir, e tenho certeza que você também.

— Aqui. — Vanya arruma uns lençóis no sofá. — Boa noite pra vocês dois.

— Boa noite Vanya. — Digo sorrindo.

— Boa noite. — Five diz para Vanya.

Vou para o banheiro tomar um banho e colocar meu pijama, eu tava bem cansada e dormiria que nem uma pedra.

Volto para sala onde vejo Five sentado com um olho na mão.

— Por que tem um olho? espero que não seja de verdade. — Digo parada na sala.

Five olha pra mim e abaixa seu olhar para meu corpo que estava um pouco a mostra pelo pijama ser curto, fico envergonhada mas ele desvia o olhar para o olho de novo.

— É um olho de verdade. — Ele diz e eu arregalo os olhos. — Eu achei ele onde eu estava, e por alguma razão a pessoa que tem esse olho vai ser a causa do apocalipse.

— Como sabe?

— Palpite. — Five levanta o olhar para meu rosto. — Eu tenho que contar uma coisa.

Chego perto e sento no colchão.

— Oque?

— Não pode contar isso para nossos irmãos, não por enquanto. — Ele diz e eu assinto. — Todos estavam mortos, eu vi.

— Como assim? você viu nossos irmãos?

— Sim, e você também, estavam mortos, eu não sabia quem era você mas eu havia visto seu corpo junto.

Respiro fundo e fico um pouco tensa com isso.

— Isso deve ter sido horrível pra você, ver seus irmãos mortos.

— Sim, foi.

Five volta seu olhar para o olho novamente, levanta do sofá indo em direção a porta.

— Onde vai? — Pergunto levantando do colchão.

— Eu resolver umas coisas— Five diz saindo e fechando a porta sem me deixar responder.

Apago a luz da sala deixando apenas a do banheiro ligada e deito no colchão, durmo logo em seguida.

(...)

Sinto um calor em meu rosto, a luz do sol batia na janela da sala que não havia cortina, sento no colchão coçando os olhos, olho para o lado vendo que Five não havia voltado, levanto e vou para a cozinha fazer um café.

— Bom dia s/n — Vanya sai do quarto.

— Bom dia Vanya.

Vanya vai para a sala. — Oi, cinco?. — Ela vê a sala vazia

— Ele não dormiu aqui ontem, saiu logo depois que você foi dormir.

— Ah, vou trocar de roupa e ir na mansão vê se ele está lá, quer ir?

— Quero sim, só vou trocar de roupa. — Digo. — Fiz café, tá na garrafa térmica.

Vou até minhas malas e tiro uma roupa fresca de lá, uma calça jeans, uma blusa de alça branca, minha jaqueta de couro e um all star.

— Você vai voltar pra Londres que dia? — Vanya pergunta enquanto eu me troco.

— Eu não sei, não comprei passagem de volta, só de ida. — Dou de ombros. — Quero passar mais dias aqui pra ficar com vocês.

— Que bom. — Vanya da um sorriso e eu retribuo.

Tʜᴇ Wɪᴛᴄʜ - Fɪᴠᴇ HᴀʀɢʀᴇᴇᴠᴇsOnde histórias criam vida. Descubra agora