29- Ser como ele

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"Faça o que for preciso
Você deve fazer o que for preciso
O diabo não é educado
Uma pequena mentira
Ou dez pequenas mentiras
Não vou te deixar acordado a noite
Você vai cruzar?
Para o lado negro?"

"Faça o que for precisoVocê deve fazer o que for precisoO diabo não é educadoUma pequena mentiraOu dez pequenas mentirasNão vou te deixar acordado a noiteVocê vai cruzar?Para o lado negro?"

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Entrei em guerra. 

Uma guerra com a minha família, entrei em guerra com os médicos, em guerra com minhas amigas e principalmente guerra comigo mesma. Mas dentre todas essas guerras, ele havia vencido. Vencido mais uma vez. Vencido com triunfo, isso se meu coração idiota aguentasse chegar batendo até ter um mísera notícia. 

Está enfiada em uma avião de volta para Itália, fazia meu estômago espremer, minhas costas e todas as feridas doerem. Alívio era que apesar de tudo, Olívia veio comigo, eu nem sei se conseguiria chegar em algum lugar desse jeito. A ideia de sair desse avião e voltar para minha casa ronda a minha cabeça constantemente, mas eu preciso ver com os meus olhos, eu precisava ouvir, eu precisava de paz. Precisava saber que ele estava vivo, ele precisava estar, o diabo não pode morrer assim tão fácil. 

Me encolhi na poltrona, observando de canto de olho a Olivia lendo um livro, e pensei o quão sortuda eu sou por ela está aqui, mas meu corpo pede por cama, pede por descanso, mas me nego em fechar os olhos e ter que encarar a minha mente, e todos os monstros que estão dentro de mim e principalmente os novos pensamentos que estavam surgindo.  Porque se fecho os olhos, consigo imaginar claramente a Kiara morrendo aos poucos e principalmente Morelo. Na minha mente, imagino Morelo de várias formas, e quase sinto minha alma desejar por isso, quase vejo minhas mãos envolta de seu pescoço e ele vulnerável, seus olhos abandonarem a vida. 

Isso rodava a minha mente constantemente, eu não sabia como parar, nem mesmo se eu quero fazer parar. Me sentia como ele, droga, como eu me sentia. Era como se a dor me tornasse algo diferente, assim como ele. Eu podia entendo ele agora, horas naquele lugar sendo torturada, matou algo dentro de mim, e não se tem muito o que perder quando se sente morta. E era assim que ele se sentia, morto, por isso nada o fazia temer, nada fazia ele se arrepender, e como eu me sinto nesse exato momento. 

Ele me deve isso, ele não pode morrer agora, não pode me deixar aqui cheia de demônios, com sede de vingança, ele me deve. Ele me deve viver me olhando cair em cacos por sua culpa, não pode ser tão fácil para ele, não pode. 

Conforme essa luta era travada na minha mente, senti o cansaço finalmente me dominar, e a vontade incessante para não sentir tanta dor, me deixei ser levada por tudo isso, sabendo que esse era o preço a pagar por amar o diabo. 

 

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AOS PASSOS DE UM MAFIOSOOnde histórias criam vida. Descubra agora