Transcendental 🏳️‍⚧️ | JIKOOK

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✴️ Transcendental ✴️
#AmorUniversal

— Filho... por favor.

Foi catártico.

O movimento de abre e fecha que a tesoura afiada fazia nas mechas loiras de Jimin cessou abruptamente assim que a palavra "filho" foi suplicada através da porta. Foi como sentir-se arrebatado por uma onda das melhores sensações que pudesse experimentar em toda a sua existência.

Euforia.

Felicidade.

Amor.

Acolhimento.

Abriu a porta de uma só vez e estagnou diante da mãe, que era um amontoado de pavor e aflição, inerte nos braços do pai. Rapidamente a mulher se soltou e agarrou Jimin como se aquele abraço fosse capaz de curar, restaurar e cicatrizar toda a dor.

— Meu filho... — ela segurou o rosto de Jimin com as duas mãos e as lágrimas misturadas aos fios de cabelo tornavam a cena grotesca, porém a situação era bastante acolhedora.

Abraçados, os dois choravam alto, soluçavam e apertavam-se tentando retirar o máximo de carinho e compreensão do toque tão íntimo. Seus corações batiam violentamente no mesmo compasso enquanto Dongwoo mantinha-se fixo atrás deles, observando-os com a face tomada pelas lágrimas.

Sem hesitar, Haru puxou Jimin novamente para dentro do banheiro e fez sinal para que se sentassem no chão. Ela abriu as pernas e ajeitou Jimin ali; olhou para trás e pediu que Dongwoo fizesse o mesmo, porém sentando-se atrás dela, ficando os três conectados assim. Eles choravam compulsivamente como se quisessem expelir de uma vez por todas tudo o que estava guardado durante anos. Nunca foi fácil para nenhum deles fingir que as coisas eram fáceis, que simplesmente iriam dar tempo ao tempo.

Aquele momento era de fato uma libertação.

— Eu pensei que você iria se machucar aqui dentro, filho. — Haru falou enquanto ainda acariciava o cabelo curto cheio de falhas de Jimin. — Mas você estava apenas resolvendo as coisas do seu jeito.

— Desculpe, mamãe, eu não pensei direito, eu apenas...

— Shii, não diga nada, quero que saiba que eu te amo e que antes de qualquer coisa, eu te respeito e muito. — encostou o queixo no ombro de Jimin e ordenou: — Renasça! Eu te coloquei aqui no meio das minhas pernas para que você possa renascer, filho. Eu sentiria a dor de mil partos simplesmente para ver você feliz e o meu choro nesse momento aqui é de alegria, alívio e muita compreensão.

As palavras da mulher atingiram Dongwoo como uma navalha afiada. Haru hesitou muito no início de tudo, relutava pelo medo e pela dor que Jimin pudesse sentir com toda essa situação, contudo foi ela quem quebrou as correntes.

Era ela ali, libertando Jimin e o apresentando para o mundo.

— A partir de hoje, Dongwoo, nós somos pais de um lindo garoto. Ele é um pouco manhoso às vezes, ama chocolate e é um excelente artista também.

Ah, como era bom ouvir aquilo.

Soava natural demais aquelas palavras ditas pela mãe. Definitivamente era o seu renascimento, a etapa que tanto temeu que chegasse, mas ao mesmo tempo a que sempre esperou.

— Filho, eu sei que nós vamos errar com você todo dia, mas saiba que amor é antes de tudo paciência. Nos ensine, Jimin. Eu posso fazer isso certo e sua mãe também. — O homem acariciava a face de Jimin afetuosamente e foi o mais sincero que pôde ao dizer essas palavras.

— Eu amo muito vocês. Eu me sinto leve agora e não tenho medo de dizer quem eu sou, mas eu ainda sei que vou precisar muito de vocês. Pra sempre.