✨ Just One Day

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✴️ Transcendental ✴️
#AmorUniversal

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Boa leitura.

Assim que Jungkook desceu as escadas do prédio, Jimin fechou a porta do apartamento e encolheu os ombros, abraçando o próprio corpo. Lamentou profundamente ter sido evasivo daquela forma logo após o beijo mais intenso que já havia dado em sua vida.

Riu, ainda estático, lembrando-se do gosto de menta e das explicações de Jungkook sobre talvez estar com "hálito de erva".

Sentiu-se tão leve, tão a vontade ao lado dele e ao mesmo tempo quis correr para bem longe ao sentir aqueles dedos grandes pressionando sua cintura, possivelmente querendo mais contato com seu corpo.

Foi aí que tudo desmoronou.

Mas Jimin era bom em dar desculpas e escapar das situações quando seu "eu" gritava por socorro.

As boas sensações do toque, do corpo de Jungkook encostado ao seu, da língua travessa, quase erótica ainda estavam completamente vivas e era obvio que ele queria mais.

Entretanto existiam várias barreiras entre o seu simples querer. Barreiras entre seu desejo de ser amado, ter seu corpo acariciado assim como era com todas as pessoas que ele conhecia.

Por que era tão difícil?

Já no quarto, deitado na cama, sua mente foi inundada pelas palavras pesadas de Mark, tão cruéis e transfóbicas a ponto de fazê-lo sentir vergonha e uma raiva excruciante por dado ao rapaz uma segunda chance.

Mark Tuan era definitivamente um caso perdido.

Iria esquecê-lo para sempre, fingir nunca havia o conhecido antes.

Girou o corpo para o outro lado da cama e começou a chorar e dessa vez ele não sabia o motivo.

Despertou de vez quando Taehyung abriu a porta e a luz branda do sol matutino entrou pela fresta, fazendo seus olhos lutarem para abrir e conferir a realidade.

— A noite deve ter sido tão boa que eu nem vou perguntar nada específico, pode começar a falar.

Jimin cobriu mais a cabeça com o cobertor com a intenção de esconder seus olhos, que somados o choro noturno, estavam mais inchados que o habitual.

Não queria fazer disso o assunto da manhã, não pela enésima vez.

— Sim, eu beijei o Jungkook. — sua voz veio rouca e um tanto baixa.

— E?

— E você sabe o que vem depois. — Jimin concluiu resignado, o queixo se retorcendo pela vontade evidente de chorar mais uma vez.

Então ele chorou.

E Taehyung ficou em silêncio. Ofereceu a forma de conforto clássica naqueles casos: abraçou Jimin e deitou em seu peito.

— Sabe, Tae, eu vivo imaginando que tudo isso vai passar, que eu vou superar essa coisa comigo mesmo, mas é sempre assim. Minha família esteve comigo por todos esses anos, me apoiando, me dizendo que eu sou válido em todos os aspectos e parece que eu não consigo aceitar isso como verdade. Dói tanto essa sensação de ter que pedir desculpas para as pessoas simplesmente porque eu não sou igual a elas.

O choro compulsivo não era sobre revolta ou ódio.

Era sobre incapacidade.

— Eu nunca vou saber como é estar na sua pele, mas eu quero que você saiba que eu sinto empatia por você a todo momento. Eu brigo com você porque eu te amo e quero te ver bem, só que eu não sei na verdade o tamanho disso, só sei que te afeta e quero que você me diga o que eu posso fazer para te ajudar, eu faço qualquer coisa.

Transcendental 🏳️‍⚧️ | JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora