✨ Intro: Calling

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✴️Transcendental✴️
#AmorUniversal

Busan, 13 de outubro de 1999.

Era manhã de um outono fresco. Haru estava olhando pela janela, contemplando a vista acinzentada do ambiente externo. A estação do ano que antecedia o inverno era vista por ela como um período de transição. Lembrou-se de uma frase dita pelo religioso budista tibetano Dalai Lama:

"Uma árvore em flor fica despida no outono. A beleza transforma-se em feiúra, a juventude em velhice e o erro em virtude. Nada fica sempre igual e nada existe realmente. Portanto, as aparências e o vazio existem simultaneamente."

Aqueles meses de agosto e setembro em absoluto repouso, serviram como um retiro espiritual para a artista. Passava os dias lendo, conversando com sua mãe e relembrando os momentos de infância. Sempre foi uma garota curiosa. Em uma dessas saudosas conversas sobre os tempos de criança, Haru acabou descobrindo que teve o braço fraturado com três anos de idade depois de ter despencado de uma arvore de amoras mesmo ouvindo os pedidos insistentes da mãe para que não subisse lá. Participava de todas as atividades possíveis na escola. Grupo de dança, time de vôlei, coral de vozes... Era definitivamente uma menina multitarefas. Nunca se cansava. Era sonhadora e esse atual momento em que vivia deixava bem claro para ela que tinha valido a pena. Estava vivendo conforme sonhara.

Foi desperta das lembranças com o barulho suave da porta da suíte sendo aberta pelo marido. Esse era mais um dia normal como todos os outros desde sua queda no ateliê.

— Bom dia minha sereia, dormiu bem?

Dongwoo sempre preparava o café da manhã da esposa. Fazia questão de acordar bem cedo e ir à padaria buscar pão fresquinho que Haru tanto gostava. Montava uma bandeja cheia de frutas, iogurte, pão com requeijão e uma xícara pequena de café. O médico havia alertado a mulher para que diminuísse a ingestão de cafeína na gestação e ela seguia as recomendações médicas à risca.

Sentou-se novamente na cama, apoiando as costas na cabeceira. Dongwoo se aproximou, colocando a bandeja no colo da mulher.

— Dormi bem sim, mas estou sentindo um leve desconforto nas costas... Acho que dormi numa posição não muito boa essa noite. — disse, tomando um gole do café quente.

— Talvez eu deva ligar para o Dr. Kang e informá-lo sobre essa indisposição, afinal você já está no oitavo mês e essas dores podem ser o indício de que algo não está bem, meu amor.

— Não Dongwoo, foi só o mau jeito. Fiquei lendo aquele livro que você me deu e a estória estava tão interessante. Você já estava roncando quando eu finalmente desliguei o abajur. — disse, passando as pontas dos dedos suavemente pelo rosto do marido e depositando um beijo estalado nos lábios dele, concluiu:

— Preciso que desça com a roupa suja e pegue toalhas limpas para mim. Não vejo a hora de Jimin nascer para que eu possa tomar o controle da minha casa novamente. Imagino a bagunça que você deve estar fazendo na minha lavanderia!

— Ora, mas você vai se surpreender senhora Park! Está tudo na mais perfeita organização! Sou o melhor marido de toda a Coréia!

Dongwoo colocou um morango na boca da mulher e deu-lhe um beijo lento e acalorado em seguida. Haru se sentia em falta com o marido. Devido a sua condição delicada, os dois não estavam mais passando noites em claro desfrutando da tórrida paixão que formara o laço de amor entre eles.

— Peixão... Sabe que nós não precisamos fazer amor do jeito tradicional né? — Haru colocou a mão por baixo da camisa do marido e começou a acariciar seu abdome, distribuindo beijos pelo rosto e pescoço dele.

Transcendental 🏳️‍⚧️ | JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora