✨ Prólogo

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✴️ Transcendental ✴️
#AmorUniversal

Busan, julho de 1997.

Era um dia como qualquer outro de um rigoroso verão coreano. Sol escaldante, a brisa com cheiro de maresia se espalhando por todos os cantos da charmosa metrópole portuária Busan. Essa cidade praiana localizada no sudeste do país possui as mais belas praias da região e devido ao calor abafado que a estação do ano trazia, se encontrava cheia de turistas vindos de todo o mundo.

Choi Haru, no auge de seus 20 anos, uma jovem esguia, cabelos em um tom amendoado recém-pintados como sua delicada vaidade exigia, se encontrava sentada em um café na badalada Haeundae Beach, segurando um livro de romance, dentre os mais de 100 exemplares que ela possuía em sua biblioteca. Era uma moça magnífica. Filha única, vivia sendo mimada pelos pais e avós, mas não cresceu arrogante nem antipática, muito pelo contrário, sempre fora doce e compreensiva, demonstrando um coração genuíno e amável. Tinha um talento excepcional para as artes. Pintava quadros e esculpia peças em cerâmica com uma perfeição invejável. Assim que ingressou no curso de Artes Plásticas começou a confeccionar peças e vendê-las em feiras aos finais de semana. Numa dessas tardes que passava mostrando o seu trabalho para quem se interessasse em comprar, conheceu um artesão francês de meia idade que ficou maravilhado com sua técnica de produção de vasos em cerâmica. Ele havia se mudado para a Coreia a fim de se especializar em Cerâmica Coreana, mais precisamente as confeccionadas no período da Dinastia Goryeo (918-1392), que consistia em peças marcadas por desenhos geométricos, filas de flores, painéis elípticos, peixes e insetos estilizados, podendo surgir em várias formas, desde garrafas, caixinhas, vasos em forma de melão com motivos de flores de lótus. Era um senhor de sessenta anos de idade, viúvo, que estava dedicando todo seu tempo para o trabalho, fato esse que o fazia se lembrar de sua amada esposa Constance. Eram um casal que compartilhava o amor e o dom da arte.

Senhor Maurice ofereceu um estágio para Haru em seu ateliê e ela não poderia ter ficado mais feliz. Era o emprego dos sonhos da moça. Trabalhar no ateliê de um profissional com tanto conhecimento era tudo o que ela poderia desejar para construir uma carreira onde pudesse fazer o que mais amava: criar e encantar.

Romântica nata, sempre sonhou que se apaixonaria por um belo príncipe encantado montado em um cavalo branco, aparecendo do nada na porta de sua casa e que viveriam um "felizes para sempre". Mas como sempre, o destino tem algo guardado para todos os reles mortais desse planeta e naquele dia, mais precisamente às 16h de um sábado, Haru encontraria seu príncipe encantado, melhor dizendo, um sapo no qual ela usaria as mais diversas receitas e poções de seus mais peculiares livros, para transformar em seu eterno amor dos contos de fadas.

Park Dongwoo, trabalhava desde pequeno na peixaria de seu pai, carregando sacos pesados de peixes, lagostas, e os mais variados frutos do mar e muitas vezes cruzava o horizonte com os pescadores, ficando dias navegando em busca dos melhores pescados que sustentavam e serviam de renda a muitas famílias daquela cidade costeira. Era um rapaz de 1,78 de altura e 22 anos, e tinha um corpo bem torneado pelo trabalho braçal que seu ofício exigia. Sem muitas ambições na vida, acreditava que herdaria os negócios do pai quando o mais velho se aposentasse, já que seu irmão mais novo Park Jooheon era muito ligado à religião da noiva. O jovem Park havia dito à família que se dedicaria integralmente a servir a Deus como pastor, assim que se casassem. Dongwoo era romântico, tivera uma única namorada quando estava no ensino médio e depois de ter o coração partido, nunca mais se apaixonou seriamente. Contudo, sentia falta de viver um relacionamento desses que sempre via refletido nos casais sentados na orla da praia, saboreando um sorvete refrescante e trocando alguns beijos e juras eternas ao por do sol. Não havia desistido do amor, só era um tanto tímido para chamar garotas pra sair e esperava que um dia pudesse conhecer alguma moça que tomasse a iniciativa.

Transcendental 🏳️‍⚧️ | JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora