✨ Inner Child

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✴️Transcendental✴️
#AmorUniversal

🚨 Esse capítulo contém cenas que podem causar algum desconforto para pessoas sensíveis.

As lágrimas que rolavam pela face de Jihye eram sinônimo de liberdade e por mais que seu coração estivesse estilhaçado pela certeza da traição suja e humilhante, ela não se deixou abater.

Viveria de verdade um amor que adormeceu por pelo menos dezoito anos, o tempo em que conhecia Jaemin, mas que agora havia despertado definitivamente.

Ela seria feliz.

Fez o contorno à esquerda e entrou na rodovia principal que a levaria até Daegu e secou a última lágrima que rolou por sua face. Mantinha os olhos agora focados na estrada vazia e dirigia com calma, abaixo da velocidade permitida. Pensou em Tae por algum momento do trajeto, não queria que Chunghee fizesse algum mal a ele, mas também não conseguiu dizer tudo ao garoto, preferiu poupá-lo dos absurdos que ela presenciara. Puxou a bolsa mais para perto e buscou algo ali sem deixar de manter contato visual com a pista. Segurou a foto de Tae com força numa mão enquanto a outra segurava firme no volante e em seguida colocou a foto no bolso frontal da camisa de seda, queria poder olhar mais vezes para o filho durante a viagem. Pegou celular, estava ansiosa para falar com Jaemin e assim que ligou o aparelho e o conectou ao dispositivo do carro, tirando o olhar da pista nesta ação, um clarão tomou forma pelo para-brisa do carro e a cegou instantaneamente, fazendo-a tentar desviar com um giro brusco no volante e falhando na tentativa.

O carro rodou na pista, rolando ribanceira abaixo e Jihye só pode sentir os cacos de vidros, mato e terra úmida atingindo-lhe o corpo dolorido. Tudo passou como uma cena de filme, onde ela apenas assistia a própria sorte se transformar em um vazio silencioso.

Freiando devagar e indo para o acostamento, Sang pôde ouvir o telefone tocar quase que imediatamente após cessarem os barulhos da lataria retorcida do SUV na base da ribanceira. Ele respirou fundo e atendeu o patrão.

— Terminou o serviço? — A voz de Chunghee era baixa e um tanto grave e evidenciava a tensão de seus músculos.

— Sim, senhor. — Sang mentiu olhando o relógio.

— Ótimo. Estou aguardando as provas. — o juiz inquiriu e desligou no mesmo instante.

O motorista olhou a tela do smartphone e o jogou para dentro da janela do carro, andou até o porta malas e retirou uma lanterna de lá, iniciando uma descida cuidadosa até o local do acidente.

Não contava com a desatenção da motorista que quase se chocou com um automóvel que vinha em sentido oposto, quase provocando um acidente fatal. Sua intenção inicial era persegui-la até um local seguro onde pudesse avisá-la sobre o plano de Chunghee. Ainda não tinha uma ideia em mente sobre como ajudar aquela pobre mulher, contudo sentiu-se impelido a ampará-la. Nutria um carinho especial por Taehyung e sempre ouvia as conversas tristes do garoto no banco de trás do carro, lamentando a frieza do pai e o amor intenso que recebia da mãe. Não era justo ver o garoto órfão, abandonado sem a presença de quem realmente o amava e se importava com ele. Sang perdeu os pais muito precocemente e conhecia bem a sensação de tristeza e solidão. Não estava de acordo com os métodos abusivos com que Chunghee tratava a esposa e sabia que o juiz era perigoso e influente e desse modo, salvaria Jihye e iria embora de Busan logo pela manhã.

Assim que iluminou a janela completamente estilhaçada do lado do motorista, pôde ver Jihye com o rosto ensanguentado e desfigurado pelos cacos de vidro. Ouviu um lamurio baixo, quase inaudível vindo da mulher e então se aproximou e checou seus sinais vitais pelo pulso.

Transcendental 🏳️‍⚧️ | JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora