✴️ Transcendental ✴️
#AmorUniversalUma semana depois...
Dor.
Aquele maldito incômodo que trazia as piores lembranças estava agora ressurgindo no baixo ventre de Jimin. Não conseguiu dormir e o relógio marcava quatro da manhã, alertando que em poucas horas ele teria de se levantar e ir para a escola.
Não.
E se fosse aquilo?
Pulou rápido da cama e correu para o quarto dos pais, precisava de remédios para dor e...
Absorvente.
Não!
— Mãe!
Abriu a porta da suíte e avançou pela cama quase provocando um ataque súbito nos pais. O assunto era sério demais para ser tratado com calma e tranquilidade.
— Jimin! Você vai se tornar órfão antes de atingir a maioridade, por Deus! — Dongwoo ainda tentava controlar a crise de tosse que veio desenfreada mediante o susto provocado pelo filho.
— Mãe, eu tô com aquela dor de novo. Tá doendo igual da outra vez. — Jimin choramingou tenso com os olhos tristes e encarando a mãe.
Haru ainda recobrava os sentidos que permaneciam lentos devido ao sono profundo em que ela estava momentos atrás. Mesmo com o raciocínio falhando, conseguiu entender o peso e a gravidade das palavras do filho.
— Eu vou pegar remédio para você e vamos colocar o absorvente, Jimin. Isso pode ser algum escape. — ela se levantou rápido da cama a fim de encontrar os medicamentos.
— Eu não quero aquilo de novo. Não quero ver sangue de novo, que saco! — Jimin praguejou e virou de bruços na cama para não demonstrar o quanto estava afetado com a situação.
Começou a chorar com o rosto enfiado no travesseiro, o que deixou Dongwoo bastante triste. O pai odiava ter que ver Jimin passar por essas situações de desconforto com o próprio corpo e torcia para que aquelas dores fossem apenas gases.
— Não vai ser nada, estrelinha. Sua mãe trará os remédios e as dores vão passar. — tocou as costas do filho e começou a massagear os ombros dele em seguida. — Pode ser gases também. — disse divertido, externando os pensamentos com o intuito de amenizar a tensão presente no ar.
— Toma, filho. — Haru entrou rapidamente no quarto, trazendo em uma mão o comprimido de analgésico e o copo d'água na outra.
— Vou ligar cedinho no consultório da doutora Irene e marcar uma consulta. Ela disse que mesmo tomando os bloqueadores poderia ocorrer algum escape, então vamos até lá para que ela possa nos orientar.
Soo Irene era a ginecologista indicada por Seulgi que acompanhava Jimin desde que ele iniciara a terapia com os bloqueadores hormonais. Ela era incrível e deixou Jimin muito à vontade na primeira consulta que tiveram e toda essa segurança e cuidado vinha de quase quinze anos de dedicação a pessoas trans e a comunidade LGBTQIA+ em geral.
— Jimin, vamos ao banheiro que eu vou te ajudar a colocar o absorvente. — a mãe falou com naturalidade, como se aquela atitude fosse corriqueira.
Mãe e filho foram até o banheiro do quarto amarelo. Haru já tinha em mãos uma calcinha e um absorvente que ela mantinha guardados na sua própria gaveta. Achou melhor deixar esses itens que causavam desconforto em Jimin em sua posse, já que não queria ver o garoto se sentindo mal.
— Eu vou ter de ir de calcinha pra escola? — Jimin perguntou baixo enquanto começava a abaixar o short do pijama.
— Vamos fazer assim, você coloca a calcinha porque não dá para prender as abas do absorvente em volta da cueca e depois você veste a cueca por cima. Vou providenciar um absorvente sem abas assim que voltarmos do consultório da doutora Irene. — ela terminou de prender o absorvente em volta da calcinha e entregou para Jimin.
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Transcendental 🏳️⚧️ | JIKOOK
Fanfiction[ EM ANDAMENTO ] |JIKOOK| Jimin: nome neutro usado tanto para meninos quanto para meninas na sociedade coreana. Park Jimin: nasceu menina, mas via refletido um menino quando se olhava no espelho. Estava preso dentro de si e precisava sair, tra...