✨ Reflection

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✴️ Transcendental ✴️
#AmorUniversal

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Boa leitura.

— Oi, filho! Você não atendeu minhas ligações ontem, o que houve?

Jimin deslizou o dedo pela tela do smartphone sem nem mesmo abrir os olhos, que pareciam ter sido colados com cola instantânea, reconhecendo a voz tão familiar um pouco apreensivo.

— Oi, mãe. Eu estava meio ocupado ontem, desculpe. — respondeu com a voz rouca, tentando recobrar a consciência.

— Sei... — Haru duvidou da resposta.

A ligação ficou muda, Jimin suspirou cansado.

O tom inquisitivo dela e a necessidade de sempre se justificar para todo mundo o irritava como nunca.

Mas decidiu que precisava falar com sensatez, revelar o que o contrariava definitivamente ou jamais conseguiria se livrar dessa rede que o aprisionava.

— Mãe, se você não confia em mim, por que pergunta?

Haru não entendeu o tom.

— O que houve, Jimin? — ela se assustou com o questionamento dele. — Por que está falando dessa forma?

— Mãe, eu apenas disse que não atendi ontem porque eu estava ocupado e você duvidou de mim. Isso cansa. — ele colocou a mão na testa e franziu o cenho em claro sinal de que a dor de cabeça que o atormentava há alguns dias iria voltar com força.

— Eu sei quando algo está errado com você. E nesse momento tem algo errado. Alguém destratou você? Me diga, sabe que sofro quand...

— Está vendo? O fato de você achar que tem algo errado não significa necessariamente que tem algo errado, esse é o ponto! — Jimin interrompeu a mulher um pouco exaltado — Terão dias que eu simplesmente não quero conversar por vários motivos e o principal deles ultimamente tem sido o cansaço. E não, ninguém me destratou.

— Eu me preocupo, Jimin. — a voz dela desafinou alguns tons. — Sinto sua falta. — a última palavra saiu embargada.

E Jimin retirou o celular do ouvido por um momento, se culparia se fizesse a mãe chorar.

— Eu estou bem, as coisas aqui são bem diferentes e eu estou me adaptando, então eu só preciso de um pouco de espaço e compreensão de vocês. — explicou, suavizando o discurso.

Contudo ele realmente estava cansado da cobrança extrema, da falta de privacidade com seus próprios pensamentos. Ter ido para Seul lhe despertou a necessidade de estar apenas consigo mesmo e naquele momento, diante da conversa tensa, precisava avisar a mãe sobre essa decisão, tendo a plena certeza de que ela ficaria magoada.

— Ok. — surpreendentemente a mulher consentiu em uma única palavra.

Ele sabia que se continuasse o assunto, poderia ferir ainda mais os sentimentos dela e principalmente os seus. Teria de pensar melhor como continuar essa conversa num outro momento.

— Vou para a aula agora e depois nos falamos. Eu estou bem. — recebeu uma resposta curta e logo desligou.

A noite passada havia sido de muita reflexão. A forma como as pessoas o tratavam e sua própria forma de se tratar não eram exatamente o que ele esperava. Era irritante e ao mesmo tempo constrangedora a superproteção desnecessária sobre sua segurança, sobre os alimentos que consumia e o horário em que voltava da Yonsei.

Queria poder manifestar seus desejos como qualquer outra pessoa fazia.

Como Taehyung fazia.

Mas ele não era como Taehyung. A proteção exagerada vinha de um detalhe importante que só ele possuía.

Transcendental 🏳️‍⚧️ | JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora