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#AmorUniversal

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Boa leitura.

Por mais que Jimin tentasse afastar os pensamentos que lhe sabotavam, era impossível voltar à estabilidade emocional.

Algo nele havia se quebrado. Anos e anos convivendo com seus medos e traumas, na tentativa de parecer "normal" em meio à sua exclusividade incompreendida.

Ele não recebia o preconceito diretamente sobre si como já havia presenciado com outras pessoas, porém a sociedade não estava preparada para ele, para suas demandas, para o "desconhecido" que vinha dele, do corpo único, das definições ora deturpadas do que seria a masculinidade.

Jimin era um homem diferente dos demais, vivendo numa sociedade conservadora que ainda não aceitava sua existência como natural.

Mas ele precisava resistir.

Agora ali, deitado na cama que ainda estava fria após um banho demasiadamente demorado, não havia reação ou pensamento circulando em sua mente.

Somente a inércia.

Tae havia ligado para Dongwoo e contado todo o incidente no banheiro da Yonsei e era certo de que a qualquer momento ele e a esposa chegariam à Seul.

— Minnie, quer comer alguma coisa? — o estudante de direito perguntou consternado, entrando no quarto.

Recebeu apenas um aceno de cabeça em negativa e então deitou-se ao lado dele, afagando-lhe os cabelos, o reconfortando da maneira que sabia.

— Eu sei que pode parecer infantil da minha parte desistir assim, mas o fato é que eu não consigo mais. — Jimin começou a falar e as últimas palavras morriam em sua garganta, embargadas pelo choro. — Eu sei que sou fraco, eu assumo.

— Não diga isso, respeite seus sentimentos. Ninguém sabe como é estar em sua pele, então não se baseie nas experiências das outras pessoas para mensurar a sua dor. — o tom usado por Tae era quase inquisidor.

— Ainda não consigo entender o motivo pelo qual eu afastei o Jungkook daquela forma, mas ao mesmo tempo eu não tenho coragem de ligar para ele. E por mais que ele tenha dito que não se importaria em ficar com uma pessoa como eu, a realidade pode ser diferente e eu não quero que ele fique comigo por pena ou só pra validar o que ele disse.

— Então você está indo embora para Busan porque não quer encarar o Jungkook? — Tae se ajeitou melhor na cama para poder encarar o amigo — Isso é sobre você, Jimin, não é sobre ele. — concluiu taxativo.

Mesmo sem dizer nada, Jimin concordou com a frase. Aquilo era sobre ele de fato, embora o medo ainda prevalecesse e a vontade de ter Jungkook por perto o fizesse repensar suas ações.

— Ir para Busan agora vai ser o melhor para mim, Tae. Eu preciso de um tempo longe de tudo, eu preciso aprender a lidar melhor comigo mesmo, com as pessoas que me cercam e principalmente com o meu futuro.

Ele estava certo de que algo precisava ser mudado em si mesmo e a tentativa era voltar para as origens. Voltar para o colo daqueles que sempre o protegeram, sem julgamentos.

— Eu apoio sua decisão, você sabe disso, mas eu ainda acho que você deveria pelo menos dizer aos seus amigos próximos que você está bem ou todos vão achar que você cometeu um crime e está fugindo. A Stephanie ligou algumas vezes, ela parecia aflita.

— Sim, eu vou ligar. — ele disse procurando pelo celular em meio aos lençóis — Inclusive vou fazer isso agora.

Enquanto ele segurava o celular, Tae aproveitou para recolher as roupas sujas que ainda estavam jogadas ao chão e saiu do quarto para dar privacidade para Jimin.