Transcendental 🏳️‍⚧️ | JIKOOK

✨ Fake Love

✴️ Transcendental ✴️
#AmorUniversal

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Boa leitura.

Jungkook acordou às cinco horas da manhã como fazia desde que iniciara os estudos na Yonsei. Tomava um banho rápido, vestia-se e seguia para cozinha da pequena casa em que morava com a mãe e a avó. Colocava a água para ferver, preparava ovos mexidos e salada de frutas e dispunha também da cesta de pães que a mãe trazia da padaria todo fim de tarde. Ele se preocupava muito em manter a dispensa cheia de alimentos, gastava uma boa parte do seu salário com despesas domésticas, mesmo sua mãe insistindo para que ele as dividisse igualmente.

Colocou três xícaras sobre a mesa, três pratos e talheres. Separou os pacotes de chá verde e café instantâneo, adoçante e açúcar.

Foi para o quarto novamente com a intenção de acordar a moradora preguiçosa, que curiosamente não o seguiu.

— Acorda, mocinha! O café está pronto! — avisou.

Recolheu as roupas sujas do cesto que ficava ao lado de sua cama e as levou para a lavanderia, colocando dentro da máquina e iniciando o programa de lavagem.

De volta ao interior da residência, bateu suavemente na porta do quarto imediatamente ao lado do seu e girou a maçaneta devagar, tentando fazer o mínimo barulho possível.

— Bom dia, vovó! Você está bem hoje? — Jungkook perguntou baixinho, observando pela penumbra da luz fraca do abajur que a senhora deitada na cama já estava acordada.

Acostumado com aquela rotina trivial, o rapaz se aproximou da mais velha e a cumprimentou com um beijo na testa, notando pela temperatura um pouco fria da pele da mulher, que ela necessitaria de vestes mais quentes para aquele dia.

Ele abriu o guarda roupas e procurou por um casaco leve, deixando-o em cima do sofá ao lado da cama.

— Hoje está um pouco frio, diga para Jiwoo vesti-la com roupas mais quentes após o banho. — ele disse, removendo os cobertores e se abaixando para segurar a mulher nos braços. — Segure meu pescoço, vovó.

— Sua mãe, Jungkook. Jiwoo é sua mãe. — a idosa gemeu com o desconforto antes de ser colocada na cadeira de rodas e o ato fez Jungkook empertigar-se.

Os tantos anos cuidando da idosa paraplégica fez com que ele se preocupasse com os mínimos sinais incômodos que ela pudesse manifestar e ele buscava ser o mais delicado possível ao seguir à risca todos os procedimentos indicados pela fisioterapeuta, mas as dores que Seoyun sentia devido ao acidente ainda permaneciam.

Jungkook ajeitou os pés imóveis da avó nos suportes da cadeira de rodas e os prendeu ali, pegando em seguida uma manta e a cobrindo o colo. Ajeitou com cuidado o casaco nos ombros dela e a beijou na testa, por fim.

— A senhora já é a minha mãe, agora vamos, preciso chegar mais cedo na Yonsei.

Na maior parte do tempo, na convivência diária com as pessoas, Jungkook era introvertido. Tinha poucos amigos, não confiava em ninguém, literalmente. Sua vida era conturbada, mal trocava algumas palavras com sua mãe no café, era filho único e nunca conheceu o pai. Possuía reservas quanto à vida pessoal, não contava sobre seus sentimentos, como havia sido sua infância e era notável que aquela parte oculta de sua vida parecia conter lembranças dolorosas e muito, muito íntimas.

Entretanto achava que a vida fora generosa consigo quando conseguiu a bolsa para cursar Educação Física na Universidade de Seul assim que concluiu o ensino médio.

Jungkook nunca teve luxo, sempre dirigiu o carro simples da mãe e nunca foi esnobe ou prepotente, vestia-se com estilo, mas prezando por simplicidade.