✴️ Transcendental ✴️
#AmorUniversalDois anos depois...
— Parabéns pra você, nesta data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida! — os convidados cantaram em uníssono, congratulando a aniversariante.
— Jimin, faça o pedido filha!
Haru segurava a câmera fotográfica e registrava cada movimento da garota atrás do bolo em formato de Bob Esponja. Taehyung permanecia orgulhoso ao lado da amiga, já que a ideia da confecção do bolo decorado tinha sido totalmente sua.
Jimin fechou os olhos e juntou as mãos em sinal de prece, fazendo o pedido vindo do fundo de sua alma.
Eu quero acordar menino.
Na verdade, esse pedido era uma súplica silenciosa que a acompanhava desde que se entendia por gente. Ansiava o renascimento, queria ser o que era e esse desejo tão reprimido arranhava as paredes de seu coração na tentativa de se libertar daquela angústia tão pungente em seu peito.
As sessões com a psicóloga eram focadas no trauma e nas crises de pânico que a garota começou a desenvolver após o fatídico dia na casa de Yangmi. Não conseguia dizer nada muito além dos medos em relação ao escuro e as sensações de asfixia que as crises traziam.
Nunca disse nada a respeito da disforia com seu gênero biológico. Nunca se sentiu segura o suficiente para falar com a psicóloga. As sessões eram rápidas e um pouco engessadas e Jimin frequentava as consultas uma vez por semana a contra gosto. A profissional era uma mulher por volta dos 60 anos e era especialista em comportamento infantil e foi recomendada por uma colega de trabalho da Haru que estava passando por problemas comportamentais com a filha. O fato era que Jimin não se sentia totalmente à vontade com a mulher e isso era um fator que dificultava muito que ela se abrisse sobre sua sexualidade.
Conforme o passar dos anos a garota reprimiu ainda mais seus sentimentos e isso se tornava sufocante a cada dia mais. Sabia que explodiria a qualquer momento, mas o apoio incondicional de seu melhor amigo e confidente, tornavam as coisas menos pesadas.
Taehyung conseguia entender da sua forma o que se passava com Jimin e nunca julgou os desejos da amiga desde a briga no banheiro, onde ela gritou a plenos pulmões que era menino. Ele simplesmente entendeu, não questionou e principalmente, não se importou se aquilo era "certo" ou "errado" como ouvira seu pai dizer algumas vezes quando assistiam ao jornal. O garoto era puro, sua amizade e convivência com os Park sempre fora algo construtivo e enriquecedor em seu crescimento pessoal, já que em sua casa pouco havia qualquer tipo de conversa, apesar de ser amado e bem cuidado pelos pais.
Seu senso de proteção e cuidado com Jimin era algo tão genuíno e puro, algo vindo verdadeiramente do fundo da alma e essa sensação que ele tinha por ela se fortalecia a cada novo nascer do sol, a cada brincadeira descontraída, a cada noite em que dividiam o fone de ouvido quando dormiam juntos na casa dela ou na dele. Eram os melhores amigos que a vida poderia juntar e nenhuma combinação genética geraria irmãos tão próximos e cúmplices como eles.
Eram almas gêmeas.
Após partirem o bolo e o primeiro pedaço ter sido dividido entre Yangmi, Haru, Dongwoo e Tae, Jimin chamou o amigo e o primo Soobin para brincarem no quintal, afinal o clima estava bastante ameno e a conversa dos adultos dentro de casa de nada interessava as crianças.
Jooheon autorizou o filho a brincar com Jimin e Tae, mas manteve a desconfiança no olhar quando encarou a menina e ofereceu um sorriso forçado. Não gostava de ver Soobin interagindo com a prima, uma vez que não concordava com a criação que Dongwoo e Haru davam a Jimin. Percebia algo errado na menina e a plena certeza de que o comportamento dela tinha total concordância com a falta de Deus na vida daquela família. Queria alertar Dongwoo sobre essas maneiras estranhas de Jimin, mas sabia que causaria conflitos insanáveis com o irmão e por esse motivo preferiu se calar.
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Transcendental 🏳️⚧️ | JIKOOK
Fanfiction[ EM ANDAMENTO ] |JIKOOK| Jimin: nome neutro usado tanto para meninos quanto para meninas na sociedade coreana. Park Jimin: nasceu menina, mas via refletido um menino quando se olhava no espelho. Estava preso dentro de si e precisava sair, tra...