Antares

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Draco Pov

— Foi você Draco. — a voz do outro lado da linha soava calma e fria, apenas constatando o óbvio.

— Oi pra você também pai, senti saudades. — resmunguei, surpreso por meu plano idiota para chamar a atenção dele ter realmente funcionado. 

Mas de alguma forma, era bom ouvir a voz do meu pai de novo, mesmo que fosse para levar uma bronca.

— Draco você não é mais uma criança, já está na hora de parar com essas brincadeiras estúpidas.

— Eu não sei do que o senhor está falando. Algum... Infortúnio por acaso caiu sobre o senhor?

E ali estava a primeira regra do meu manual de sobrevivência, se você fez algo errado e foi descoberto, minta.

Mesmo que tenham provas contra você, minta.

E se no final ainda assim te acusarem, continue mentindo um pouco mais.

Negue até a morte e no fim nunca saberão a verdade.

— Draco você sabe do que eu estou falando — suspirou — filho... Eu sei que não tenho ligado, mas tente compreender, agora nossa vida está diferente do que costumava ser, com a empresa repartida ao meio minhas obrigações dobraram de tamanho. E tudo que eu faço, as reuniões, os almoços, as viagens, tudo que eu faço é pensando no seu bem. Para manter a vida que temos e o nome da família seguro.

— Eu sei pai mas eu...

— Um dia você irá assumir o meu lugar e vai poder entender tudo isso. É um peso muito grande para se carregar e eu quero que você esteja pronto.

Repentinamente senti meu sangue gelar.

— Por isso eu decidi que no ano que vem você virá morar comigo, já está na hora de você aprender a ter responsabilidades.

— O quê?! Mas pai e a mamãe? Eu não posso deixa-la! — bradei, de repente meu tiro havia saído pela culatra. E eu senti um aperto terrível no peito.

— Sua mãe entende perfeitamente o que deve ser feito. Já está decidido, você virá assim que terminar a escola, e vai aprender a como gerir a nossa empresa e honrar o nome da família. Isso não está em discussão. Eu estarei aí no seu aniversário de dezoito anos para podermos conversar melhor sobre a mudança. Espero que até lá você amadureça um pouco Draco, adeus.

— Adeus pai... — suspirei, mas ele já havia desligado.

— Era o seu pai? — minha mãe apareceu na entrada da cozinha, já estava arrumada para trabalhar apesar de ainda ser bem cedo.

Ela sempre tomava café na empresa, apesar de eu sempre pedir para ela comer comigo.

— Sim, mas você já sabia que ele ia ligar não é? Você... Sabe o que ele disse, mãe. — suspirei e ela veio até mim, então pôs a mão na minha bochecha me olhando carinhosamente, e eu fechei os olhos ao sentir seu toque macio e maternal.

— Draco... É para o seu bem filho. Você sabia que um dia esse momento iria chegar, eu não entendo, qual o problema?

— Eu sempre soube mas... Não achei que seria tão rápido...

— Eu sei que é repentino, mas não é como se você fosse assumir a empresa agora querido, você só vai aprender. — explicou.

— Mas e você? Eu não quero ir embora e deixar você aqui!

— Você não vai me deixar Draco, vai poder me visitar quando quiser e de qualquer forma eu vou estar em várias reuniões, e vamos poder nos ver sempre. — ela sorriu.

Blue Stars - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora