Blue Stars - Drarry

Sirius

Harry Pov

"— Papai, por que aqueles meninos não quiseram brincar comigo? — perguntei, enquanto deitavamos de costas na grama.

Ele se virou para mim, franzindo o cenho ao pensar por um minuto.

— Porque... Você é diferente deles.

— Diferente?

— Sim.

— E isso é... uma coisa ruim?

Ele abriu um grande sorriso.

— Não, significa que você é especial.

— Mas... Se não é ruim... Por que eles não quiseram brincar comigo? Estou cansado de brincar sozinho...

Ele suspirou, então olhou para o céu, apontando com o dedo para que eu olhasse também.

— Harry, tá vendo aquela estrela?

— Qual? — vasculhei a imensidão, curioso.

— Aquela bem ali — ele apontou para um pontinho brilhante.

— Ah! Sim!

— O nome dela é Sirius — contou.

— Como o padrinho?! — arquejei, surpreso.

— Exatamente.

— Wow! Que legal! Eu não sabia que o padrinho era uma estrela!

Ele riu, parecendo achar engraçado a maneira como eu interpretei as coisas.

— Sim, Sirius é uma estrela... — concordou, parecendo pensativo. — Sabia que, antes de eu conhecer ele, eu também brincava sozinho?

— Você?!

— Sim... Eu não tinha muitos amigos.

— Você também é especial?! — bradei animado, e ele suspirou, passando a mão pelos meus cabelos.

— Não como você, você é muito, muito especial, muito mais do que eu.

— Mas então... Por que não tinha amigos?

— Porque... Eu não era uma pessoa muito legal. Nem com os outros, nem comigo mesmo.

Arregalei os olhos para ele, porque aquilo parecia completamente impossível, meu pai era a pessoa mais legal do mundo!

— É verdade — ele afirmou, ao ver minha expressão. — Eu realmente era uma pessoa muito irritante e chata, que gostava de implicar com os outros. Por isso eu não tinha muitos amigos... Mas aí... Eu conheci o Sirius.

Abri um sorriso, no mesmo momento que ele.

— E pra ser bem sincero, ele era até bem parecido comigo, nessa coisa de não ser uma pessoa muito legal... Mas ele virou meu amigo mesmo assim. E implicavamos com as outras pessoas juntos. Então... Eu não precisei mais ficar sozinho, porque, mesmo se eu quisesse, ele não deixava.

Ele suspirou por um momento, olhando atentamente para mim.

— Depois de um tempo, conhecemos Remus e sua mãe. E eles puxavam a nossa orelha e nos obrigavam a ser pessoas melhores. Eles eram realmente assustadores. — confessou arregalando os olhos.

— Não conta pra ninguém, mas sua mãe me dava muito medo as vezes, e... Até hoje. — falou me fazendo rir. — O que eu quero dizer é que... Não importa quanto tempo se passe, você nunca vai estar realmente sozinho. Nós estamos aqui. Eles não me deixaram sozinho, e não vão deixar você também.