Lynx

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Harry Pov

Eu e Draco aproveitamos muito bem o final das férias, antes do início das aulas, e nossos dias foram incríveis.

Nos divertimos bastante saindo por aí com nossos amigos, fugimos durante algumas noites para ficar juntos pela cidade, Draco me levou na nossa sorveteria mais vezes — porque eu era convencido o suficiente para chamar a sorveteria de nossa — nós dois andamos de moto na chuva rindo igual dois idiotas.

Ele me ensinou a andar de moto e mesmo que eu fosse terrível, estava melhorando, eu o levei em um bar lgbtqia+ de verdade e vi os olhos dele brilharem quando me puxou para dançar. Draco colocou um piercing como um grande ato rebelde e eu me senti orgulhoso por ele simplesmente se deixar fazer algo que tinha vontade, como deixar o cabelo crescer.

Eu nem sabia que sentia tanta atração por homens de cabelo comprido, mas quanto mais Draco agia como ele mesmo, mais atraído eu me sentia, como se ele fosse magnético.

Eu voltei a usar azul nas pinturas e isso foi um grande alívio, ele estava lendo Alice no País das Maravilhas para mim toda tarde, depois de treinarmos de moto e eu gostava de fazer desenhos sobre a história enquanto o ouvia, porque me ajudava a entender.

Durante a noite jantávamos com a minha família e eu adorava ver que ele realmente gostava de estar ali, depois subíamos para o terraço, para ficar conversando e olhando as estrelas. Por vezes Draco dormiu em meus braços, e eu sabia que era porque ele não conseguia dormir direito desde que a mãe dele havia descoberto sobre nós.

Foi um ótimo jeito de conhecer minha sogra, inclusive. Sendo pego aos amassos com o filho dela.

Mas me dava muita raiva ver o modo como ela estava ignorando Draco como se ele não fosse nada e eu sabia o quanto isso estava afetando ele, por isso tentava mantê-lo distraído, queria que ele se sentisse amado e não rejeitado.

Claro que, algumas vezes eu planejava um tipo diferente de distração e nós íamos para a casa dele, porque Draco chegava a ser totalmente irresistível para mim e às vezes tudo que um homem precisa é ser jogado contra alguma parede e ter a roupa arrancada fora, e ele sabia fazer isso muito bem.

Eu sinceramente não queria que as férias acabassem, não queria ter que lidar com a pressão de voltar para a escola e enfrentar as aulas, preferia ficar vivendo naquele mundinho particular de felicidade, mas no final, não tínhamos muita escolha.

As aulas recomeçaram e os olhares e comentários sobre nós dois eram diversos, e eu por vezes escutei, quando ele não estava por perto, pessoas se perguntando como eu tinha feito Draco "virar" gay.

Fiquei tão chateado, que durante a aula de história pintei um dos bottons que eu tinha na mochila, nas cores da bandeira bi e entreguei para ele na hora do almoço, vendo que ele pareceu muito satisfeito de colocar na própria mochila.

Eu sabia que ele teria que lidar com aquilo de uma forma que eu não poderia ajudar, mas mesmo assim queria estar ao lado dele. E no fim do dia, Draco saiu do time de futebol.

Mas ele não parecia triste com isso, pelo contrário, ele só não queria ficar em um grupo onde não o aceitavam, e disse que não fazia tanto sentido para ele continuar dentro do time. Como eu já desconfiava, o maior motivo para Draco jogar futebol era porque queria apoiar Rony, que não podia sair por conta da bolsa que queria conseguir na faculdade, mas Rony garantiu que estava tudo bem.

Blue Stars - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora