Cepheus

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Draco Pov

Uma semana. Esse era o tempo que eu não via minha mãe. E seria até normal se não fosse pelo jeito que ela havia agido ao encontrar eu e Harry dando uns amassos no sofá da sala.

Eu não pensei que ela fosse adiantar o voo e chegar em casa antes do previsto, minha mãe não era de fazer essas coisas. Por isso não me preocupei em ficar com Harry em casa.

Então após ela ter chegado a primeira coisa que fiz depois de me acalmar, foi levar Harry para casa.

Mas quando voltei ela não abriu a porta do quarto quando bati para conversarmos, e na manhã seguinte, quando levantei, ela tinha viajado de novo. E não atendia nenhuma ligação ou respondia minhas mensagens.

Isso era o pior. O silêncio. O modo como ela estava me ignorando.

Eu estava completamente apavorado. Porque se ela contasse para o meu pai, a minha vida acabaria, ele me tiraria da escola e me levaria para morar com ele o mais rápido possível. E pensar nisso me dava pânico.

Eu conhecia o meu pai o suficiente para saber o que ele achava da comunidade Lgbtqia+, tanto que eu nunca o deixei saber que Rony era gay. Mas eu também fazia parte desse mundo que ele desprezava, e imaginar a reação dele sobre isso me fazia ter falta de ar.

E para piorar, eu não conseguia dormir. Não direito. Harry fazia muita falta nesses momentos em que eu tentava dormir e me sentir seguro, sem pensar no meu pai ou na minha mãe.

Era realmente como se ela tivesse me deixado. E depois de uma semana sentindo a rejeição profunda, eu obviamente quis fazer algo drástico.

— Você tem certeza de que quer fazer isso? — Rony me encarou receoso e eu assenti.

— É a última chance de desistir — Harry apertou minha mão, com um sorriso desafiador nos lábios.

— Eu não vou desistir — resmunguei.

— Ótimo porque se fizer isso eu não vou te deixar esquecer — Pansy apontou rindo e eu franzi o cenho ao ver que ela estava com a câmera do celular virada para mim.

— Você está gravando?!

— A gente pode andar logo com isso? — Gina resmungou mal humorada. — Pansy se ele chorar eu quero o vídeo.

— Por que trouxemos vocês mesmo? — perguntei, olhando para eles.

— Com licença, vocês podem se afastar um pouco? Aqui é pra ser um local esterilizado — a moça que estava me atendendo olhou para os meus amigos parecendo insatisfeita e eles se afastaram.

Eu não ia negar que estava um pouco nervoso, mas era só uma agulha... não estava com medo, eu não tenho medo de agulhas.

— Meu deus, olha o tamanho dessa coisa! — Rony bradou quando a moça ergueu as mãos e eu apertei os olhos para ele.

— Você não tá ajudando! 

— Eu preciso que você fique imóvel — a moça me olhou, com a cara de quem realmente queria me furar. — Ou isso vai doer mais do que o normal.

— Você não deveria dizer coisas pra me tranquilizar? — perguntei.

— Gatinho, isso vai doer de qualquer jeito — ela sorriu com certa malícia. — Mas eu conheço um ótimo jeito de aliviar a dor.

Blue Stars - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora