Perseus

2.5K 411 191
                                        

Oi, amores! Voltei!
Vou deixar um aviso nas notas finais pra vocês, então leiam.

Aproveitem o capítulo e boa leitura!
——————————————————

Harry Pov

— Então, Harry, quer me dizer como se sente hoje?

Me encostei melhor na poltrona e ajeitei os óculos no rosto. Retorci as mãos dentro do casaco enorme de Draco. O casaco tinha sido lavado e já não tinha mais o cheiro dele, ainda assim eu não conseguia me impedir de usar. Sentir que ele estava perto de mim me acalmava, pelo menos um pouco.

— Acho que eu… me sinto meio nervoso.

— Nervoso com o quê, exatamente? — Rose me encarava de forma passiva, seu rosto era tranquilo e paciente, como sempre havia sido nos últimos anos.

A sala era tão familiar quanto ela. Paredes brancas, algumas plantas no canto de uma janela, o chão de taco com um tapete cor de creme felpudo.

Suspirei e coloquei o capuz sobre a cabeça.

— Eu não sei, na verdade… mas talvez seja a mudança e… meus amigos e… a possibilidade de realmente conseguir essa vaga em Nova York.

— Você conseguiu terminar o portfólio?

Olhei para as minhas mãos. Meus dedos estavam um pouco estourados e doloridos. Talvez eu tenha adquirido uma tendinite nova. Tinha tinta debaixo das unhas e alguns cortes feitos com papel. Fora isso, eu sabia que estava cheio de olheiras das noites mal dormidas. Meu corpo inteiro estava cansado.

— Terminei — falei. — Terminei de manhã. Tive uma crise no final do processo mas… sei lá, talvez tivesse que acontecer. Acho que faz parte.

Devo ter tocado em algum ponto que ela queria abordar, porque Rose empurrou os óculos para cima e se empertigou levemente.

— Podemos falar sobre isso? — Ela perguntou, e eu mordi o lábio e assenti. — Como se sente por ter tido uma crise? Igual da última vez?

— Eu… me sinto um pouco péssimo — contei, olhando para um fiapo que começava a se soltar da manga do moletom. — E exausto. Mas… não é igual à última vez.

— Por quê?

Respirei fundo, tentando pensar sobre o que estava diferente dentro de mim.

A verdade era que os últimos dias tinham sido física e mentalmente exaustivos. Trabalhar no meu portfólio exigia muito do meu emocional. Perdi as contas de quantas vezes chorei. De quantas vezes quis parar o projeto. De quantas vezes o medo me sufocou, dizendo que aquilo não valia a pena. E doeu bastante colocar algumas coisas ali. Mas… no final, só… eu sabia que era preciso. Eu devia aquilo a mim mesmo.

Então, na noite antes de finalizar o trabalho, eu subi para o meu terraço. Estava um pouco frio, minhas mãos estavam doloridas demais e eu estava emocionalmente cansado. Tinha revivido muitas coisas em poucos dias e quase não tinha dormido. Eu tinha virado o meu interior do avesso e me olhado de dentro para fora.

Eu só me sentei ali em cima e olhei a cidade. E senti aquela solitude. A sensação era de estar invisível. E as estrelas olharam para mim.

Blue Stars - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora