Draco Pov
Eu sempre fui acostumado a ter absolutamente tudo.
Desde criança minha mãe me enchia de livros e presentes para compensar a ausência constante do meu pai. Então sempre que eu queria algo eu fazia birra, chorava e me jogava no chão.
E se isso não funcionava, eu dizia que estava sentindo saudades do meu pai.
Ela então imediatamente me levava aonde eu quisesse ir, me dava o que quer que eu estivesse pedindo, ou me sentava em seu colo com um livro e acariciava meus cabelos enquanto eu me perdia na história.
E eu me acostumei a sempre ter tudo o que desejava em minhas mãos, e isso nunca iria mudar.
Até o dia em que mudou.
Eu estava no campo com os caras, o treino daquele dia havia sido cancelado e Rony estava em aula, então estávamos apenas matando tempo e rindo das porcarias que Nott falava.
Quando Parkinson apareceu por lá com uma garrafa na mão.
E todos os caras foram atrás dela.
Apesar do meu mau humor, beijar era sempre bom para aliviar o estresse, e se eu conseguisse levar alguma garota gostosa para minha cama, meu dia teria valido a pena.
Então eu também a segui.
Ela chamou mais algumas pessoas e nos levou ao refeitório, onde Potter estava irritantemente lindo, sentado em cima de uma das mesas balançando as pernas.
Será que ele não sabia que existiam cadeiras?
Mas no momento em que o vi eu esqueci completamente a ideia de levar uma garota para a cama.
Era o jogo da garrafa, pessoas se beijavam mesmo sem se gostarem certo? E se eu o beijasse, talvez toda aquela confusão de sentimentos dentro de mim fosse embora de uma vez.
Então ele sorriu, e eu percebi que mesmo que minha confusão não se resolvesse, eu queria beijá-lo de qualquer forma. Eu ia retribuir o sorriso, quando percebi que ele não estava sorrindo para mim.
Porque ele nunca sorriria para mim.
Olhei para trás e lá estava ele.
Diggory.
O cara inútil que ajudou Potter a juntar os livros no segundo ano, o mesmo cara que eu vi beijando-o no estacionamento, e o mesmo que eu imaginei estar socando no outro dia.
Aquele cara era insuportável e vê-lo sorrindo e piscando audaciosamente para Potter só me fez querer socá-lo com todas as minhas forças.
Eu estava tentando proteger Potter a distância, ser o seu anjo da guarda, mas ele tornava isso uma missão praticamente impossível, principalmente quando flertava com caras como aquele.
Claro que eu estava conseguindo manter Creevey na linha, estava de olho nele e nunca o perdia de vista, ele havia se tornado meu novo alvo, e eu dava tudo de mim para fazê-lo pagar todos os dias pelo que tinha feito com Potter, mesmo que ele não soubesse disso.
De alguma forma era bom sentir que eu estava mantendo ele seguro, saber que ele não estava mais sendo seguido ou observado era um alívio.
Mas isso também era difícil para mim, porque protegê-lo significava ficar de olho nele, e ficar de olho nele era uma tortura para mim.
Mas talvez isso pudesse acabar, se eu finalmente o beijasse. E eu queria beijá-lo.
Então nos reunimos em um grande círculo e Parkinson já ia girar a garrafa quando olhou para Potter, e eu segui seu olhar e vi aquele brilho diferente em seus olhos.

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Blue Stars - Drarry
Storie d'amoreÀs vezes, quando você não quer acreditar em algo, sua mente ajuda você a se enganar. É um mecanismo de defesa. Mas chega uma hora em que isso deixa de funcionar e você é obrigado a olhar e encarar a verdade, seja ela qual for. E eu não conseguia ent...