Blue Stars - Drarry

Sargas

Draco Pov

O átrio do museu de arte moderna é vibrante e cheio de cores primárias, o que faz meus olhos arderem levemente.

Subimos as escadas rolantes enquanto escuto minha mãe falar sobre todos os investidores em potencial que precisamos impressionar aquela noite.

De onde estamos, no topo das escadas, posso observar a cidade iluminada através das vidraças muito limpas do museu.

Um mar infinito de prédios, carros e luzes coloridas.

E quando finalmente chegamos ao cerne do evento, eu me sinto ser devorado por olhares.

Devorado, avaliado, julgado e cuspido fora. Em um único segundo.

Sócios, patrocinadores, investidores, políticos e nós.

A alta sociedade. Em um evento completamente fechado e preparado para nós.

Apesar da minha postura elegante e desinteressada, estou encolhido por dentro.

Eu sabia que seria assim, estamos bancando todo o evento e somos os principais representantes da empresa.

Mas não consigo evitar.

Sorrisos falsos e expressões fingidas, elogios sem valor e palavras que não querem dizer nada.

Nunca estive tão deslocado em meu próprio mundo.

— É tão bom ver um rosto novo e jovem em um evento tão entediante como esse. — um homem se aproxima de nós sorrindo.

Eu não faço ideia de quem ele é mas não gosto da forma que sorri pra mim. Há algo voraz no seu olhar ambicioso.

— E qual seu nome rapaz?

Percebo que ele sabe quem eu sou, sabe muito bem.

Mas mesmo assim lhe ofereço um sorriso e um aperto de mão caloroso.

— Malfoy. Draco Malfoy. 

— Ah, é claro, é uma honra finalmente conhecê-lo, eu deveria ter sabido no momento em que o vi, você se parece muito com seu pai.

Mantenho o mesmo sorriso e me esforço muito para não franzir o nariz para ele. 

Por algum motivo as pessoas acham que me comparar a Lucius Malfoy é um grande elogio.

Tenho vontade de manda-las a merda.

Por que eu iria querer ser comparado a um homem que traiu sua esposa e abandonou seu filho?

Mas é claro que eles não o enxergam assim.

Ele é o grande, impressionante e imponente Lucius Malfoy, dono de uma multinacional de bilhões de dólares e um dos homens mais bem sucedidos da alta sociedade.

E eu sou seu herdeiro.

Então é claro que quero ser como ele.

Pelo menos é assim que eles pensam.

Espero o homem se apresentar mas ele não diz nada, e percebo que é uma estratégia para que eu pergunte. Mas não vou fazer isso.

Não quero jogar o jogo dos ricos hoje.

Quero estar em casa, no meu quarto, falando com meu garoto incrível.

Meu garoto incrível que fica todo empolgado quando eu o chamo de Mon chou, porque acha muito sexy que eu tenha descendência francesa e simplesmente enlouquece por mim com apenas algumas palavras em francês.

É, eu queria estar com ele.

Mas eu continuo ali e o homem continua na minha frente.

— Sr. Riddle — Minha mãe se aproxima — que prazer vê-lo aqui, imagino que já tenha conhecido meu filho Draco?