Blue Stars - Drarry

Sagittarius

Harry Pov

Observei ele cuidadosamente guardar o desenho em seu próprio caderno, então olhou de relance para mim e sorriu e eu me forcei a não pensar no quanto ele era realmente bonito sorrindo para mim.

Sorri de volta, pedindo aos céus que não estivesse passando a ideia errada com aquilo.

E foi aí que eu percebi o porquê minha ideia era a pior ideia do mundo.

Porque eu teria que fazer ele desgostar de mim sendo amigo dele, mas eu não tinha a menor ideia de como fazer isso.

Não sem ajuda.

Talvez fosse hora de recorrer a minha terapeuta, pois senti que poderia começar a enlouquecer.

Por sorte amanhã era quinta, dia de terapia, e eu respirei aliviado pensando que poderia desabafar minha confusão com Rose.

Malfoy passou o restante da primeira aula calado, o que me ajudou a prestar atenção.

Mas ela foi desviada quando a Prof. Sprout deu início a segunda aula e duas figuras irromperam pela porta.

Blaise e Rony pareciam ofegantes, como se tivessem corrido até ali, estavam bagunçados e muito atrasados, mas pareciam completamente felizes e apaixonados andando de mãos dadas até uma mesa vazia.

Tive que conter uma risada.

— Eu não quero nem saber o que aconteceu... — sussurrou Malfoy ao meu lado.

Suspirei, vendo Blaise organizar as coisas do namorado e lhe dar um beijo na bochecha antes de organizar as suas. 

Pareciam envoltos em uma bolha própria e não conseguiam parar de sorrir um para o outro a todo momento.

Eles eram o tipo de pessoas que teriam finais felizes...

Senti meu coração apertar e voltei meus olhos para o livro de biologia.

— Eles tem sorte... — murmurei baixinho para mim mesmo, encarando a página, sem realmente conseguir ler alguma coisa.

— Por quê? — Malfoy sussurrou.

Dei de ombros.

— Eles tem um ao outro. Blaise ama Rony de todo o coração, isso está presente em cada olhar, em cada gesto...

Encarei o livro com mais intensidade, sem querer pensar que seguir por aquela linha era perigoso demais para mim, que tinha emoções tão instáveis e trocas de humor constantes.

Mas eu não estava realmente pensando nisso, estava envolvido demais em amargura e inveja para me importar com qualquer coisa.

 — Eles vão fazer faculdade juntos, vão ter um emprego bom e comprar uma linda casa grande com um jardim florido... vão adotar várias crianças e... no fim... Vão ter um final feliz. Isso... É muita sorte mesmo.

Aquelas palavras tinham um gosto muito amargo na minha boca. E eu sabia que era errado pensar daquele modo mesquinho.

Eu nem sabia exatamente porque estava dizendo aquelas coisas, estava falando mais para mim do que para Malfoy, na verdade nem me importava muito com ele estar ouvindo aquilo naquele momento, porque eu sentia uma dorzinha se contorcendo no fundo do meu coração.

Eu só... Sentia que era injusto.

Eu também queria um final feliz. 

Mas... Desde pequeno, sabia que não poderia ter um.

Por algum tempo eu tentei pensar que não, mas toda vez que eu tentava acreditar que poderia sim superar isso e ter... 

A vida me mostrava que eu só estava muito enganado.